Segunda-feira (15/09), quando estive na recepção do setor de farmácia da Prefeitura afim de saber informações sobre o injustificável atraso na medicação de minha esposa, li um cartaz falando sobre um curso de cuidadores de idosos num endereço situado na Estrada de São João Marcos. Verifiquei que, embora prestado por uma voluntária da Cruz Vermelha, eis que estava sendo cobrada de cada participante uma taxa única de R$ 200,00 (duzentos reais).
De modo algum posso dizer que o preço das aulas estaria custando caro tendo em vista que, em São Paulo, a Cruz Vermelha presta o serviço pelo valor de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) com uma carga horária de 100 horas. Porém, o fato é que para um município pobre como o nosso e com graves problemas de mobilidade urbana, o curso ainda não é acessível para a maior parte dos habitantes de Mangaratiba.
É inegável o envelhecimento da população brasileira, o que é acompanhado também pela nossa realidade local agravada pela migração dos mais jovens para os grandes centros urbanos em busca de oportunidade de trabalho. Com isso, apenas aumenta a necessidade de se capacitar familiares e profissionais para prestar uma melhor assistência ao idoso, seja este saudável e doente, conforme os princípios da Gerontologia e da Geriatria.
Ora, certamente não podemos obrigar que a Cruz Vermelha, mesmo não tendo fins lucrativos, passe a oferecer cursos gratuitos aqui em Mangaratiba. Entretanto, o Poder Público precisa estar atento às demandas que vão surgindo no meio social afim de elaborar políticas que busquem melhorar a qualidade de vida na terceira idade bem como prestar uma assistência adequada aos familiares. E tal papel cabe também aos municípios juntamente com os demais entes estatais.
A meu ver, cursos como esses tanto criam novas oportunidades de trabalho quanto ajudam a humanizar a nossa sociedade no trato com o idoso formando nas relações pessoais a chamada cultura do cuidado. Pois nem sempre conhecemos quais as principais alterações orgânicas e doenças que acometem os idosos. O mesmo pode ser dito igualmente no tocante ao processo de envelhecimento e suas particularidades, como agir diante dos casos de violência contra o cidadão idoso, que direitos estão previstos na Lei Federal n.º 10.741/2003, quais as atividades ocupacionais direcionadas a esse público, dieta nutricional adequada, etc.
Portanto, sugiro que a Prefeitura estude soluções a respeito da questão em comento e invista em cursos profissionalizantes de cuidadores de idosos, mas que sejam abertos também aos familiares destes. Talvez o próprio Cecap de Muriqui, situado na Avenida das Nações Unidas, poderia ser um dos locais de capacitação dos interessados aqui no nosso município. Afinal, vale a pena proporcionarmos mais dignidade e qualidade de vida às gerações que um dia já cuidaram da nossa.
OBS: Ilustração acima extraído do portal da Prefeitura Municipal de Tapiratiba (SP), conforme consta em http://www.tapiratiba.sp.gov.br/novo_site/index.php?exibir=noticias&ID=430
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