domingo, 30 de novembro de 2025

Mangaratiba e a Era da Inteligência Artificial: Inclusão, Sustentabilidade e Futuro



Enquanto as cidades brasileiras evoluem tecnologicamente a passos lentos que tal Mangaratiba aproveitar a chance de ouro do momento para se tornar uma referência na aplicação da Inteligência Artificial (IA) na administração pública, na economia local e na preservação do meio ambiente?

A tecnologia não é apenas uma ferramenta: é uma chance de incluir pessoas de todas as idades e perfis sociais, melhorar serviços, impulsionar o turismo e proteger nossos recursos naturais, gerando novas oportunidades de trabalho.


1. Inclusão de idosos

O envelhecimento da população é uma realidade em todo o Brasil. Muitos idosos enfrentam dificuldades para acompanhar as mudanças tecnológicas, o que pode gerar exclusão econômica e social.

A IA pode ajudar a reverter esse cenário:


  • Aprendizado adaptativo: cursos digitais personalizados ajudam idosos a aprender novas habilidades, desde alfabetização digital até empreendedorismo e supervisão de serviços locais.
  • Trabalho híbrido e assistido: idosos podem atuar em mentorias, consultoria, auditoria de serviços públicos ou monitoramento de sistemas automatizados, com a IA auxiliando na execução das tarefas mais complexas.
  • Engajamento social: plataformas digitais conectam os idosos a atividades culturais, turísticas e comunitárias, reduzindo o isolamento e valorizando sua experiência de vida.


2. Jovens preparados para o futuro

Para os jovens, a IA oferece oportunidades de aprendizado contínuo e capacitação para empregos do futuro:


  • Educação personalizada e imersiva, adaptando conteúdo de acordo com habilidades e interesses.
  • Criação de startups e negócios digitais, apoiados por sistemas de IA que auxiliam em planejamento, marketing e gestão financeira.
  • Participação em projetos de preservação ambiental, turismo sustentável e inovação urbana, tornando o aprendizado prático e conectado à cidade.


3. Mulheres empreendedoras e inclusão econômica

A IA também pode ser uma aliada das mulheres empreendedoras, especialmente em cidades como Mangaratiba, promovendo:


  • Plataformas digitais de negócios: para vendas, marketing, gestão e análise de clientes.
  • Mentorias e redes de apoio: IA auxilia na conexão com parceiros, fornecedores e investidores.
  • Segurança e monitoramento de negócios: sistemas inteligentes ajudam a reduzir riscos e melhorar a gestão.


4. Turismo inteligente e personalizado

Mangaratiba, com sua beleza natural, pode potencializar o turismo sustentável com IA:


  • Aplicativos inteligentes sugerem roteiros personalizados, evitando superlotação de praias e trilhas.
  • Drones e sensores monitoram condições ambientais, garantindo segurança e preservação de ecossistemas.
  • Realidade aumentada e experiências digitais imersivas permitem que turistas aprendam sobre cultura local, fauna e flora sem impactos negativos.


5. Preservação do meio ambiente

A IA pode transformar a gestão ambiental em Mangaratiba:


  • Monitoramento contínuo de florestas, rios, praias e áreas protegidas.
  • Detecção precoce de desmatamento, poluição ou invasões, permitindo ações imediatas.
  • Otimização de recursos hídricos, energéticos e de saneamento para reduzir desperdícios e impacto ambiental.


6. O futuro inclusivo e sustentável

Ao unir tecnologia, inclusão social e preservação ambiental, Mangaratiba pode se tornar um modelo de cidade inteligente:


  • Idosos participam ativamente da economia e da sociedade, mantendo sua autonomia e valor.
  • Jovens são capacitados e conectados às oportunidades do futuro.
  • Mulheres empreendedoras expandem negócios com apoio da tecnologia.
  • Turismo e meio ambiente são geridos de forma inteligente, equilibrando crescimento e sustentabilidade.


A Inteligência Artificial não é um desafio apenas tecnológico: é uma oportunidade histórica para transformar Mangaratiba em uma cidade mais justa, eficiente e sustentável, onde todos têm voz, oportunidades e segurança.

Mangaratiba e os municípios litorâneos da Costa Verde poderiam apostar num paisagismo nativo

 


Quando a expedição de Gaspar de Lemos chegou à Costa Verde, em janeiro de 1502, os portugueses certamente encontraram uma região rica em biodiversidade: restingas arenosas litorâneas, manguezais, Mata Atlântica em transição para encostas, árvores frutíferas e uma fauna abundante. Esse ecossistema estruturava o clima local, regulava rios e protegida as comunidades naturais. 

Recuperar a identidade ambiental da região hoje, mesmo nas áreas urbanas, como quintais, jardins, praças, escolas e demais logradouros seria uma oportunidade de unir história, saúde pública e urbanismo sustentável.


Paisagismo urbano: direito e obrigação legal


A Constituição Federal, no artigo 225, garante a todos o direito a um meio ambiente equilibrado, impondo ao poder público e à sociedade o dever de preservação e recuperação ambiental. Municípios litorâneos, portanto, têm a obrigação de criar políticas urbanas que conciliem segurança, mobilidade, saúde e biodiversidade.

O paisagismo nativo é uma ferramenta concreta para isso: restaura o patrimônio vegetal, protege os moradores e fortalece a resiliência da cidade frente a ventos fortes e mudanças climáticas.


Espécies nativas: segurança, beleza e saúde


Para Mangaratiba, é essencial priorizar árvores e arbustos de porte pequeno a médio, com raízes não invasivas, copas compactas e resistentes a ventos e maresia. Algumas espécies-chave incluem:


Restinga litorânea


  • Pitanga (Eugenia uniflora, 3–7m) – atrativa à fauna e repelente natural do mosquito da dengue.
  • Aroeira-vermelha (Schinus terebinthifolius, 10m) – resistente à maresia.
  • Goiabeira-serrana (Psidium myrtoides, 4–6m) – adequada para áreas próximas à fiação.
  • Sapucaia-anã (Lecythis pisonis) – porte compacto, florescimento ornamental.


Transição encosta – Serra do Mar


  • Tapirira guianensis (10–15m) – resistente a ventos fortes.
  • Posoqueria latifolia (8–12m) – atrativa a aves e insetos benéficos.
  • Garcinia brasiliensis (10–15m) – tolerante a solos costeiros.
  • Guarea macrophylla (10–12m) – ideal para segurança e biodiversidade.


Uso sanitário e preventivo


  • Pitanga, Aroeira-vermelha, Mulungu (Erythrina verna) e Pata-de-vaca (Bauhinia spp.) ajudam a repelir o mosquito da dengue, funcionando como barreiras naturais em quintais, ruas e praças.


Segurança e mobilidade urbana


O paisagismo deve considerar:


  • Proteção da fiação elétrica: copas e galhos que não atinjam redes;
  • Mobilidade nas calçadas: árvores com raízes não invasivas;
  • Redução de riscos de quedas: espécies resistentes e podas preventivas;
  • Resiliência urbana: árvores tolerantes a ventos fortes e solos arenosos que evitem danos as construções existentes.


Engajamento social e educação ambiental


Um paisagismo eficiente envolve toda a comunidade:


  • Praças e áreas públicas como laboratórios vivos de demonstração;
  • Escolas integradas em projetos educativos;
  • Associações da sociedade civil e moradores envolvidos no plantio e manutenção;
  • Parcerias com hortos privados para fornecimento de mudas certificadas e apoio técnico;
  • Quintais residenciais beneficiados com distribuição de mudas e workshops de cuidados com a flora nativa.


Benefícios para a cidade


  • Mais verde, sombra e frescor;
  • Redução de ilhas de calor urbano;
  • Combate natural ao Aedes aegypti;
  • Engajamento comunitário e educação ambiental;
  • Preservação da biodiversidade e da memória histórica da região;
  • Cidades mais seguras, belas e resilientes.


Conclusão


Recuperar, ainda que em parte, a paisagem da Costa Verde de 1502 não é apenas um gesto simbólico: é planejamento urbano inteligente. Mangaratiba e outros municípios litorâneos podem se tornar referência em arborização nativa, integrando legislação ambiental, saúde pública, segurança urbana e educação. Cada árvore nativa plantada é um passo em direção a cidades mais sustentáveis, seguras e conectadas com sua história.

Como a Inteligência Artificial Pode Transformar Nossa Cidade?

 


Mangaratiba é uma cidade única. Temos um patrimônio natural deslumbrante, um potencial turístico extraordinário, uma população criativa e uma localização estratégica que nos coloca entre os destinos mais promissores do estado do Rio. No entanto, para que todo esse potencial se torne prosperidade real, é preciso dar um passo decisivo rumo ao futuro: modernizar Mangaratiba com o apoio da Inteligência Artificial.

Nos próximos anos, o mundo viverá uma revolução tecnológica ainda mais acelerada. Cidades que se prepararem agora estarão melhores posicionadas para atrair investimentos, ampliar oportunidades e melhorar a vida das pessoas. E Mangaratiba pode — e deve — estar na liderança desse movimento.


1. Saúde Inteligente para uma População Atendida com Dignidade

Mangaratiba, como muitos municípios, enfrenta desafios na saúde, especialmente em atendimento, marcação de consultas e logística entre distritos. Porém, a IA pode mudar esse cenário:


  • Organização automática de filas e priorização de casos urgentes.
  • Agendamento online rápido e integrado.
  • Sistemas de apoio ao diagnóstico, reduzindo erros.
  • Telemedicina para áreas mais afastadas, como Muriqui e Conceição de Jacareí.
  • Análise de dados para identificar surtos, falta de medicamentos e necessidades emergenciais.


Resultado: menos fila, mais eficiência e um atendimento mais humano.


2. Educação Preparada para o Futuro

Os alunos de Mangaratiba merecem chances reais de disputar os empregos de amanhã. A IA pode ser uma aliada poderosa:


  • Acompanhamento personalizado do aprendizado.
  • Plataformas de reforço adaptativo nas escolas municipais.
  • Laboratórios digitais para introduzir robótica, programação e pensamento computacional.
  • Redução da burocracia para professores, liberando tempo para ensino e projetos criativos.


Resultado: jovens mais preparados, escolas mais modernas e oportunidades ampliadas.


3. Segurança Pública com Tecnologia e Inteligência

Mangaratiba tem locas turísticos movimentados, áreas residenciais, zonas rurais e uma malha viária que dá acesso à Costa Verde. A IA pode ajudar a tornar a cidade mais segura:


  • Monitoramento inteligente em praças, orlas e pontos críticos.
  • Integração entre Guarda Municipal, PM e Defesa Civil.
  • Análise de dados para prever riscos e orientar patrulhamento.
  • Alertas automáticos em situações de emergência, como deslizamentos ou enchentes.


Resultado: prevenção reforçada e sensação de segurança ampliada.


4. Mobilidade, Trânsito e Turismo Organizados com Inteligência

Mangaratiba tem desafios específicos: feriados com grande fluxo, portos, marinas, áreas turísticas e localidades afastadas. Com IA, é possível:


  • Controlar semáforos e fluxos de carros em tempo real.
  • Prever congestionamentos em datas especiais.
  • Orientar turistas sobre melhores trajetos e horários.
  • Melhorar o uso do transporte público com análises de demanda.
  • Integrar estacionamentos inteligentes em Ilha de Itacuruçá, Praia do Saco e outras áreas.


Resultado: menos caos, mais organização e melhor experiência para moradores e visitantes.


5. Sustentabilidade e Proteção Ambiental: Nosso Maior Patrimônio

Mangaratiba está em uma das regiões mais bonitas e sensíveis do Brasil. A IA pode ser a guardiã desse patrimônio:


  • Monitoramento de áreas de preservação e trilhas.
  • Identificação de desmatamento, ocupações irregulares e incêndios.
  • Controle inteligente de resíduos nas praias e ilhas.
  • Irrigação automatizada para áreas verdes.
  • Apoio para agricultura familiar com previsão de clima e análise de solo.


Resultado: preservação garantida e desenvolvimento sustentável.


6. Gestão Pública Moderna, Transparente e Conectada ao Cidadão

Para funcionar bem, a prefeitura precisa ser rápida, eficiente e transparente — e a IA ajuda nisso:


  • Redução da burocracia com sistemas inteligentes de protocolo.
  • Portal do cidadão com atendimento automatizado 24h.
  • Ferramentas de análise para tomada de decisões mais assertivas.
  • Transparência ampliada com relatórios automáticos de gastos e obras.
  • Chatbots municipais para informações sobre eventos, serviços, saúde e transporte.


Resultado: prefeitura mais ágil, mais transparente e mais próxima das pessoas.


Como Mangaratiba Pode Chegar Lá (2026–2032)

Para que essa transformação aconteça, é preciso construir um caminho sólido na atual gestão do prefeito Luiz Cláudio Ribeiro e já próxima (acreditando numa provável reeleição):


1. Criar o Plano Municipal de Transformação Digital

Com metas claras até 2032, envolvendo saúde, educação, turismo, segurança e meio ambiente.


2. Investir em Infraestrutura Tecnológica

  • Expansão de fibra ótica.
  • Wi-Fi público em praças, orlas e escolas.
  • Equipamentos modernos nas unidades municipais.


3. Criar o Laboratório de Inovação de Mangaratiba

Espaço para startups, universidades, empresas e a prefeitura criarem e testarem soluções.


4. Treinar Servidores, Professores e Alunos

O futuro não nasce pronto — é construído com qualificação.


5. Implantar Projetos-Piloto de IA

Primeiro na saúde e educação; depois na segurança, turismo e meio ambiente.


6. Garantir Ética, Transparência e Proteção de Dados

Tecnologia só serve se respeitar direitos e proteger as pessoas.


O Futuro Chegou. E Ele Pode Ser Construído Aqui.

Mangaratiba tem tudo para se tornar referência em modernização: natureza exuberante, turismo em crescimento, população acolhedora e vontade de avançar. O passo que falta é incorporar a IA como força estratégica de desenvolvimento.

Não se trata apenas de tecnologia — trata-se de qualidade de vida.
Trata-se de cuidar melhor das pessoas.
Trata-se de construir uma cidade moderna, inclusiva e sustentável.

Entre 2026 e 2032, é possível transformar Mangaratiba em um exemplo de inovação para toda a Costa Verde. O futuro está batendo à porta — e depende de nós abri-la.

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Consórcio de Resíduos da Costa Verde: uma solução sustentável para Angra, Paraty, Mangaratiba e Rio Claro

 


A gestão de resíduos sólidos na Costa Verde continua sendo um dos maiores desafios estruturais da região. 

Atualmente, grande parte do lixo produzido em Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba ainda é enviado para localidades distantes, incluindo Seropédica, o que representa custos elevados, impactos ambientais evitáveis e perda de oportunidades econômicas que poderiam beneficiar diretamente a população local.

Pode-se dizer que a Costa Verde vive um paradoxo: é uma das regiões mais belas do país e, ao mesmo tempo, uma das que mais sofrem com os impactos da má gestão de resíduos. Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba enfrentam os mesmos desafios — expansão urbana acelerada, pressão do turismo, limitações geográficas e ausência de uma estrutura moderna que trate o lixo de forma responsável.

Todavia, já está mais do que claro: cada cidade isoladamente não consegue resolver esse problema. Porém se caminharem juntas, poderão transformar a realidade ambiental de toda a região.

Desse modo, eis que há uma alternativa moderna, inteligente e ambientalmente responsável: a criação de um Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos Sólidos, reunindo Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba e, potencialmente, Rio Claro, o qual apesar de participar do APL turístico e econômico do Vale do Café, não faz parte do consórcio de resíduos do Vale do Café (CONVALE), cujo aterro situa-se em Vassouras.

Com isso, defendo que, juntamente com o consórcio, tenhamos o Complexo Integrado de Resíduos Sólidos da Costa Verde (CIRSCV), através de um sistema moderno que disponha de triagem, reciclagem, tratamento de orgânicos, inclusão de cooperativas, educação ambiental e um aterro mínimo, tecnicamente seguro. Um modelo alinhado ao que há de mais sustentável no mundo — e perfeitamente viável para nossos municípios.

Ao invés de, simplesmente, abrir outro aterro sanitário, que é caro, ocupa grandes áreas e gera impactos permanentes, o CIRSCV poderá oferecer algo muito melhor: reduzir em até 90% o que iria para o aterro, gerar energia limpa com o tratamento de orgânicos, fortalecer cooperativas de reciclagem e proteger nossas praias, rios e baías, que são o verdadeiro patrimônio econômico da região.

Portanto, eis que temos uma oportunidade histórica de integração regional e inovação administrativa sendo que, para tanto, precisamos de união política, com as nossas cidades, em parceria com.o governo estadual, dando um passo histórico no sentido de criarem um Consórcio Intermunicipal de Gestão de Resíduos aqui na Costa Verde, nos moldes de outras autarquias interfederativas exitosas que já existem pelo Brasil.


A situação atual: por que precisamos repensar o modelo


O envio de resíduos para Seropédica e outras regiões evidencia a falta de uma solução integrada local. O fluxo atual de resíduos:


- eleva gastos com transporte;

- aumenta emissões de carbono;

- sobrecarrega aterros de outras regiões;

impede a criação de soluções próprias, que gerariam empregos e receitas locais.


Exportamos nosso lixo — e com ele, perdemos capacidade de gestão e autonomia.


O exemplo de Mangaratiba: o Projeto "Lixo Zero" como inspiração regional


Mangaratiba iniciou recentemente o Projeto Lixo Zero, uma política que busca:


- ampliar reciclagem;

- fortalecer cooperativas de catadores;

-promover educação ambiental nas escolas e comunidades;

- implementar práticas de redução e reaproveitamento de resíduos;

- aumentar a taxa de materiais desviados do aterro.


O Projeto "Lixo Zero" de Mangaratiba demonstra que a solução não precisa começar do zero: já existem iniciativas locais que podem ser ampliadas e integradas em um sistema regional. Em vez de cada município agir isoladamente, é possível somar esforços, compartilhar custos e gerar resultados mais robustos.

Um consórcio regional permitiria que esse modelo — hoje aplicado em Mangaratiba — fosse expandido para Angra, Paraty e Rio Claro, com escala muito maior.


Por que um consórcio intermunicipal seria a solução mais adequada?


1. Economia de escalaOs custos por tonelada coletada e tratada diminuem quando vários municípios compartilham instalações, logística e equipamentos. Todos economizam.


2. Alternativa mais sustentável que aterro sanitárioA ideia do consórcio não é construir “mais um aterro”, mas sim um sistema integrado, composto por:


- usina de triagem e reciclagem;

- compostagem de resíduos orgânicos;

centrais de valorização energética (quando tecnicamente viável);

estrutura para cooperativas;

- armazenamento e comercialização de recicláveis.


Com isso, o aterro deixaria de ser o centro, passando a ser apenas a etapa final para o mínimo indispensável.


3. Geração de emprego e rendaA cadeia da reciclagem movimenta economia real. Cooperativas formalizadas e apoiadas por um consórcio podem participar do processo de forma digna e estruturada.


4. Fortalecimento políticoQuatro municípios unidos têm muito mais força para:


- captar recursos estaduais e federais;

- negociar com o setor privado;

- pleitear programas ambientais;

- atrair financiamentos verdes internacionais.


5. Redução de impactos ambientais 


Com tratamento local, diminuem-se:


- emissões de caminhões que percorrem longas distâncias;

- custos de manutenção;

- riscos de acidentes ambientais;

- poluição associada ao transporte prolongado.


Rio Claro: Uma participação estratégica


Embora Rio Claro esteja associado à região turística e produtiva do Vale do Café, não participa do consórcio de resíduos CONVALE, que opera o aterro de Vassouras.


Com isso, abre-se um espaço para que Rio Claro se una à Costa Verde em um consórcio inovador, ampliando:


- território de abrangência;

- capacidade instalada;

- compartilhamento de custos e benefícios.


A geografia e as rotas logísticas tornam essa participação viável e racional.


Uma nova política para a Costa Verde


Integrar Angra, Paraty, Mangaratiba e Rio Claro em um consórcio de resíduos é mais que uma proposta técnica: é um passo civilizatório. Representa deixar de “empurrar o problema para longe” e assumir a responsabilidade por soluções modernas, limpas e alinhadas ao futuro.

A Costa Verde merece mais do que apenas praias bonitas — merece ser referência em sustentabilidade e inovação.


A hora é agora!


Com Mangaratiba avançando no Projeto Lixo Zero, com Angra e Paraty buscando alternativas ao envio de resíduos para Seropédica, e com Rio Claro apta a se integrar a uma solução regional, temos todas as condições para construir o primeiro sistema realmente sustentável de gestão de resíduos da Costa Verde.

A criação desse consórcio não é apenas uma alternativa técnica — é uma escolha política. É a oportunidade de romper com modelos ultrapassados e adotar uma gestão sustentável, moderna e compatível com a importância ambiental e econômica da Costa Verde.

Se queremos proteger nossas praias, rios, ilhas e a Baía da Ilha Grande para as próximas gerações, precisamos agir agora. Um futuro mais limpo, mais sustentável e mais inteligente depende da união dos nossos municípios.

Que os prefeitos, vereadores, gestores públicos, lideranças comunitárias e a população apóiem essa ideia. Pois o que chamamos de "lixo" não é só um problema — é uma oportunidade de transformação com sustentabilidade e inclusão social.

A Costa Verde precisa de uma solução conjunta para o lixo — e o momento é agora.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Muros ou verde? Uma alteração na Lei Orgânica que Mangaratiba precisa fazer

 


Mangaratiba é um dos municípios mais bonitos e ecologicamente importantes do Estado do Rio de Janeiro. Somos guardiões de uma fatia preciosa da Mata Atlântica, das encostas, das restingas, das praias e dos ecossistemas costeiros que fazem parte de nossa identidade territorial.


No entanto, paradoxalmente, a nossa própria legislação municipal ainda carrega dispositivos que caminham na contramão da sustentabilidade que tanto defendemos. E um desses dispositivos é o artigo 202 da Lei Orgânica, que obriga que todos os lotes urbanos sejam cercados exclusivamente por muros de alvenaria.


É exatamente isso! Um município com alto potencial de turismo ecológico, com a pesca artesanal, belezas naturais e que se orgulha de sua vocação ambiental proíbe a alternativa mais ecológica, mais bonita e mais saudável de vedação urbana que é a cerca viva, obrigando os proprietários a construírem muros de alvenaria.


Ora, essa é uma imposição que já não faz sentido algum — nem ambiental, nem jurídico, nem urbanístico.


⛔ Por que o artigo 202 é um problema?


  1. Porque impede soluções verdes:
    Ao proibir cercas vivas, o município impede que os cidadãos contribuam com a arborização urbana, com a biodiversidade local e com a melhoria climática do bairro onde vivem.

  2. Porque cria muros que agravam o calor:
    Cada muro de concreto absorve calor e aumenta a temperatura das ruas. Em dias de 40 graus, esse impacto não é pequeno.

  3. Porque fere a autonomia privada:
    O Código Civil permite que o proprietário escolha o tipo de vedação — inclusive cerca viva — desde que não prejudique o vizinho.
    A Lei Orgânica faz o oposto: impõe um único modelo, rígido e antiquado.

  4. Porque contraria o Estatuto da Cidade:
    A política urbana brasileira deve promover sustentabilidade, participação social, paisagem urbana equilibrada e uso racional do solo.
    Nada nisso combina com a obrigatoriedade exclusiva de muros.

  5. Porque é ultrapassado:
    Cidades modernas — São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Brasília — incentivam cercas vivas e fachadas verdes.
    Mangaratiba, que deveria estar na vanguarda, retrocede.


🌱 Mangaratiba poderia liderar uma transformação verde


Imaginem uma cidade onde:


  • as ruas tenham mais sombra natural;
  • as casas dialoguem com a vegetação local;
  • a biodiversidade urbana aumente;
  • a temperatura baixa alguns graus;
  • os bairros tenham um visual mais agradável e integrado com a Mata Atlântica.


Tudo isso pode começar simplesmente permitindo a cerca viva como alternativa ao muro.


Certamente que o legislador não deve obrigar obrigar ninguém a plantar, mas, sim, restaurar o direito de escolha do cidadão e promover políticas públicas ambientalmente responsáveis.


📜 O que deve ser feito?


A mudança é simples! Basta o artigo 202 ser revisto pela Câmara Municipal para permitir que o proprietário escolha entre muro, gradil, cerca viva ou outro tipo de vedação ambientalmente adequada. E essa revisão pode ser proposta por dois caminhos:


1. Iniciativa do Prefeito


É perfeitamente possível — e desejável — que o Prefeito envie à Câmara Municipal uma Mensagem propondo a Emenda à Lei Orgânica.
Seria um gesto firme de compromisso ambiental e urbanístico.


2. Iniciativa dos Vereadores


Qualquer vereador ou grupo de vereadores pode propor a Emenda.
Aliás, essa é uma pauta que deveria unir todos os parlamentares:

  • melhora a cidade,
  • moderniza a legislação,
  • atende aos moradores,
  • e fortalece a imagem de um município que respeita seu patrimônio natural.


📣 O papel do cidadão: reivindicar


Nada mudará se nós, moradores, ficarmos calados.
É hora de reivindicar:


  • mais verde nas ruas,
  • mais liberdade urbana,
  • mais sustentabilidade na legislação.


Fale com seu vereador!


Envie e-mails, protocole ofícios, manifeste-se nas redes sociais.


Se possível, leve essa pauta para associações de moradores, grupos ambientais e conselhos municipais.


Mangaratiba precisa — e merece — uma lei orgânica que reflita seus valores ambientais.


🌿 Conclusão: é preciso coragem para mudar


Revisar o artigo 202 é mais que uma mudança técnica! 

É uma mudança de paradigma.


É reconhecer que:


  • o verde não é inimigo da cidade,
  • o muro não pode ser tratado como única solução,
  • e que sustentabilidade urbana começa pelos detalhes do cotidiano.


Espero sinceramente que essa demanda seja acolhida e que Mangaratiba se torne exemplo de cidade que respeita seu ambiente natural também na sua legislação. Pois não basta falar de meio ambiente. É preciso legislar de forma ambiental.