Muito se fala na duplicação da perigosa BR-101. Algumas pessoas dizem que uma das principais causas dos engarrafamentos nos dias de maiores movimentos seriam os túneis estreitos, tal como costuma ocorrer entre Muriqui e Itacuruçá. Já eu considero que a estrada está precisando também é de uma ciclovia - única compensação ambiental capaz de justificar as danosas obras de alargamento da pista.
Tendo em vista a geografia da nossa região, cheia de morros cobertos do verde da Mata Atlântica que acompanha o litoral sul fluminense, não deixa de ser um grande risco duplicar a Rio-Santos. Obras deste tipo acabam provocando inúmeros pontos de instabilidade nos terrenos, além da inevitável supressão da vegetação nativa. Com isso, passamos a ter, nos períodos de chuvas fortes, várias quedas de barreiras sendo que certos deslizamentos de terra podem ser fatais para motoristas e moradores. Logo, há sempre que se fazer as devidas ponderações diante de decisões assim.
Acontece que, quando o progresso supera o interesse conservacionista, tornando-se justificável abrir ou alargar uma rodovia, deve-se ajustá-lo a um padrão mais atual. E, neste sentido, entendo que é preciso contemplar os interesses ecológico e turístico de modo que a Rio-Santos venha a se tornar uma verdadeira estrada-parque, dispondo, inclusive, de uma opção cicloviária.
Não nego que a duplicação da pista atrairia mais turistas para Mangaratiba. Contudo, é o turismo de qualidade que precisamos desenvolver de modo que todos os municípios da Costa Verde tornem-se mais procurados por visitantes estrangeiros e de outros estados do Brasil. E aí devemos lembrar que uma das tendências dos países de Primeiro Mundo seria permitir que as pessoas viagem pedalando nas suas bicicletas. É o que muitos jovens costumam fazer passeando pela Europa.
Fico inconformado em ver uma região tão bonita como a nossa ter o seu potencial tão mal aproveitado Só o percurso da Rio-Santos já proporciona cenários de grande beleza contemplativa. Sem poluir a nossa atmosfera, o turista poderia conduzir-se com o seu veículo limpo até praias, comunidades e cachoeiras. Atravessaria municípios litorâneos nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, inclusive a nossa tão pouco divulgada Mangaratiba. O tempo de permanência desses visitantes seria maior.
Por outro lado, vejo que nós moradores ganharíamos mais qualidade de vida, tendo uma opção segura, ecológica e saudável de lazer. Isto sem nos esquecermos de que a bicicleta é ainda um meio de locomoção usado por vários trabalhadores e estudantes em suas rotinas diárias dentro de cada distrito de Mangaratiba.
Portanto, tendo em vista a existência de propostas de alargamento da Rio-Santos, torna-se apropriado que seja contemplada a ideia construção de uma boa ciclovia com uma divisória separando-a da pista de rodagem dos automóveis e com a proibição da passagem de motos ou de uso indevido como estacionamento. Assim, a nossa querida BR-101 viraria uma idealizada estrada-parque com o devido respeito ao meio ambiente e se compatibilizando com o melhor aproveitamento turístico regional.
OBS: Foto extraída do site do governo federal em http://www.brasil.gov.br/imagens/noticias/imagens-2011/janeiro/12/dnit-realiza-reforco-na-encosta-da-rodovia-rio-santos/view
A idéia é ótima, mas seria preciso isolar muito bem a ciclovia das autopistas, para que a ciclovia não possa ser invadida pelos carros e/ou caminhões. Outra alternativa a estudar seria uma ciclovia paralela à ferrovia, que teria a vantagem de ser toda no plano, pouco acima do nível do mar.
ResponderExcluirOlá, Gastão.
ExcluirObrigado pelos comentários!
Sem dúvida que este isolamento é fundamental. Não só por causa dos carros e caminhões que poderão fazer da ciclovia locais para estacionarem, como também por causa dos motoqueiros que, nos dias de engarrafamento, aproveitariam para trafegarem por ela.
Sobre a alternativa de se fazer a ciclovia acompanhando a linha do trem, não seria descartável a ideia, mas aí teríamos que encontrar espaço nos percursos mais estreitos e pensarmos na segurança dos ciclistas afastando-os alguns metros da via férrea. O alargamento teria que ser maior do que na BR.
Todavia, o que está na minha mente é que, sendo esta ciclovia uma obra não muito barata, os recursos teriam que vir do governo federal que passaria a ter um interesse turístico na Rio-Santos em torná-la uma estrada-parque. Somente o nosso município não teria condições de investir e precisa ser um projeto que envolva também Angra, Paraty, Ubatuba, Caraguatatuba e outras cidades situadas neste trecho da BR.
Abraços,
Deve ter bastante atletas em Mangaratiba, já que para conseguir pedalar em uma ciclovia paralela à Rio-Santos vão ter que estar preparados..
ResponderExcluirCaro(a) amigo(a),
ExcluirBoa noite!
Penso que uma bicicleta com marcha pode encarar as subidas e descidas da Rio-Santos.
Minha ideia é fazer dessa rodovia uma estrada-parque. A ciclovia seria um dos componentes do projeto que contaria também com mirantes de observação paisagística e pontos de parada onde produtores rurais e moradores do local possam vender seus produtos, a exemplo das nossas cocadeiras daqui de Muriqui.
É fato que muitos ciclistas já trafegam pela pista e, não raramente, sofrem acidentes. Logo, pensando que a bicicleta seria o meio de transporte mais ecológico, devemos dar uma atenção melhor a ela.
Abraços.