quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mangaratiba bem que poderia ter um VLT...




Tudo bem que já estamos perto do Carnaval e as agendas das pessoas agora vão se direcionando mais para a folia, porém o certo é que ninguém mais aguenta os maus serviços prestados pela Expresso Mangaratiba cuja tarifa vem se tornando cada vez mais cara com o passar dos anos. Ainda mais nessa época de altíssima temporada quando a vida de muitos munícipes fica transtornada com o caos que se instala nos super lotados transportes públicos aqui em nossa esquecida região.

No dia 10/05/2013, eu havia publicado aqui a postagem No aguardo da chegada do trem turístico, escrevendo sobre o engavetado projeto do governo municipal "Trem dos Mares da Costa Verde". Este propunha oferecer ao turista uma viagem temática pelo transporte ferroviário, percorrendo 18 quilômetros entre Itacuruçá e a enseada de Santo Antonio, através de uma composição do modelo litorina (ver mais informações na matéria do portal da Prefeitura Trem turístico mais próximo). Só que já estamos em 2015 e a ideia do passeio na via férrea até agora não se concretizou!

Ao refletir acerca do nosso grave problema de mobilidade urbana, concluí sobre a possibilidade de termos entre Itaguaí e Ibicuí uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o que atenderia tanto aos anseios turísticos de Mangaratiba quanto às necessidades de transporte de uma parte da sua população. Pois, neste caso, basta aproveitarmos uma estrutura já existente há mais de um século, a estrada de ferro construída desde 1914, para usufruirmos de um transporte muito superior ao ônibus, de modo que caberia ao governo estadual fazer basicamente duas coisas: instalar as estações nos locais estratégicos do trajeto e adquirir os trens de passageiros.

Penso que, ao invés de uma velha litorina, podemos ter algo mais moderno, confortável e capaz de atender um número maior de passageiros com uma tarifa mais acessível que as da Expresso. A cada vinte ou trinta minutos, uma composição partiria do município vizinho enquanto outra sairia de Ibicuí. O número de estações seria definido para atender cada bairro existente no percurso conforme o interesse coletivo. Desta maneira, diversas localidades de Mangaratiba e de Itaguaí ficariam contempladas a exemplo de Apara, Praia Brava, Praia Pequena, Sahy, Praia Grande, Muriqui, Axixá, Itacuruçá, Itimirim, Coroa Grande, etc.

É certo que um projeto desses iria contrariar diversos interesses econômicos como os da Vale do Rio Doce, a qual usa a via férrea como escoamento da produção do minério produzido em Minas Gerais, assim como a concorrência do VLT não agradaria em nada a Expresso. Porém, é a vontade da coletividade que deve prevalecer e não o desejo de lucro de uma meia dúzia de empresários de modo que, se uma ideia se mostra benéfica para os moradores de Mangaratiba, por que não defendê-la?

Numa última etapa do projeto poderíamos pensar numa integração do VLT com a sede do município através da construção de um magnífico teleférico até Ibicuí. Pois, assim como já existem outros meios de transporte aéreos por cabo em várias cidades do país, que tal termos algo parecido em nosso município?! E, sem dúvidas, estamos falando de uma proposta que se tornaria surpreendente para o desenvolvimento do turismo devido à vislumbrante paisagem da Baía de Sepetiba e Enseada do Saco ao mesmo tempo em que daria acesso ao idealizado VLT para bastante gente em Mangaratiba.



Alguns poderão me dar um tapinha nas costas dizendo que "sonhar não custa nada", mas afirmo ser possível brigar pela causa. É que, por longas décadas, a população foi condicionada para que se contentasse com coisas pequenas . Só que não podemos mais permanecer com a mente limitada! Temos que reivindicar escolas, hospitais e serviços de transportes que sejam realmente capazes de atender às nossas necessidades, conforme é compreendido nos países de primeiro mundo. Por isso devemos acreditar nas ideias quando elas se mostram viáveis e benéficas, pouco importando os interesses contrários de alguns.

Uma ótima quarta-feira para todos e não desistamos dos nossos sonhos por uma Mangaratiba melhor!


OBS: A primeira ilustração acima referente ao projeto do VLT de Brasília conforme extraído de uma página da EBC em http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/03/governo-do-distrito-federal-retoma-processo-de-implantacao-do-vlt enquanto que a segunda refere-se de um projeto para a cidade de Florianópolis que encontrei no Blog do Dilvo Tirloni, postagem TELEFÉRICO VIA PPP.

Um comentário:

  1. Numa postagem que fiz anteriormente no referido blogue, em 14/11/2013, comentando sobre o trem turístico, cheguei a propor que o passeio ferroviário fosse até à Ilha de Guaíba:


    "Minha sugestão é que toda a área não utilizada pelo TIG venha a ser transformada num parque ecológico dispondo de trilhas bem sinalizadas e que receberiam uma manutenção frequente do Poder Público (soube nesta data que o mato fechou praticamente todos os caminhos que tinham na floresta). Ao desembarcar do trem de passageiros, obviamente no lado de fora do terminal marítimo, o visitante começaria a percorrer os roteiros que conduziriam às praias através de uma trilha circular. Teria a opção de começar sua andança em direção à Tapera ou indo pra Tapua. Se pensarmos bem, o projeto de um trem turístico só pode dar certo se o destino final tiver um atrativo que justifique a viagem feita pelo turista, como ocorre na subida ao Corcovado onde há tanto um monumento quanto a surpreendente vista da cidade do Rio de Janeiro. Mas, no nosso caso, chego à conclusão de que somente a experiência de reviver o passado romântico do Macaquinho não será suficiente. Logo, precisamos oferecer algo a mais e que instigue as pessoas a repetirem a suas visitas à ilha e ao município."


    Mas pensando na questão da mobilidade urbana, penso que, além do mesmo trajeto atual do cargueiro, podemos ter ainda um teleférico ligando Ibicuí à sede do município. Pois nem só de turistas sobreviveria o trem! E quem fosse até à ilha pagaria mais caro... Para muitos munícipes seria excelente fazer uma viagem de trem até Itaguaí do que depender da Expresso.

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