Nesta última segunda-feira (28/10), quando estive na região de Ingaíba e Batatal, fiquei decepcionado em saber das más condições das trilhas de lá, as quais, até um tempo atrás, foram bem utilizadas para passeios. Segundo informaram algumas pessoas do local, os caminhos que vão até Conceição de Jacareí e Monsuaba (já no município de Angra dos Reis) estariam em más condições, dificultando a prática da modalidade ecoturística de trekking (travessia).
Não descarto o interesse preservacionista do INEA em relação ao Parque Estadual do Cunhambebe (PEC), bem como a necessidade de se controlar as vias de acesso para combater a caça ilegal e o tráfico de animal silvestre, mas o certo é que a política ambiental precisa também contemplar o desenvolvimento do turismo ecológico junto com todas as suas modalidades possíveis. Até mesmo porque é importante desenvolvermos atividades econômicas sustentáveis na região que ajudem/incentivem a manter nossas matas de pé nas inúmeras unidades de conservação da natureza já existentes.
Em 04/06, compartilhei aqui um sonho meu afim de que tenhamos uma rota nacional de turismo ecológico percorrendo de norte a sul toda a Serra do Mar. Seu trajeto iria desde a cidade fluminense de Campos até o estado de Santa Catarina, incluindo a nossa querida Mangaratiba. Porém, independentemente do Ministério do Turismo vir a abraçar essa ideia, penso que podemos cuidar um pouco melhor das trilhas existentes no nosso município, conservando-as e sinalizando-as. Isto iria permitir ao excursionista caminhar de Itacuruçá até Conceição de Jacareí através da serra, bem como visitar as áreas rurais vizinhas de Itaguaí, Angra dos Reis e Rio Claro.
A meu ver, investimentos em ecoturismo não é dinheiro perdido pois contribui decisivamente para aumentar o tempo de permanência do turista em Mangaratiba e na região da Costa Verde. Ao mesmo tempo, todas as comunidades do entorno do PEC seria beneficiadas porque de alguma maneira participariam do aproveitamento da unidade para fins de lazer. Em cada uma dessas localidades e povoados próximos surgiriam pousadas, áreas de camping, restaurantes, cantinas, serviços de guia e agências de passeio. Quem viesse visitar a Ilha Grande incluiria o nosso município em seus roteiros.
Paralelamente a isso, desenvolveríamos dois circuitos eco-rurais em Mangaratiba, sendo um na região de Ingaíba-Batatal e o outro na Serra do Piloto, como já havia proposto num artigo específico de 16/07. Integrando o homem do campo e suas atividades de um modo sustentável, penso ser possível tornar a população das comunidades do entorno do PEC grandes parceiras do meio ambiente e que se beneficiariam com o ecoturismo ao invés de ficarem às margens de um "muro verde".
Caro Antonio Jesus,
ResponderExcluirFico muito feliz em receber seus comentários que me dão incentivo para prosseguir com esses trabalhos.
Já tive o prazer de acessar o seu site. Muito bom!
Grande abraço e que as bênçãos de Deus o acompanhem, exten sivo também aos seus familiares.
Acho esta proposta muito legal. Infelizmente em relaçao a caça ilegal há muito o que fazer, a´te porque percebe-se que em alguns casos parece que faz de uma cultura que foi passada de pai para filho,.
ResponderExcluirSou morador de Muriqui biologo e guia de turismo, e ambientalista por opçãp,
Tem que se fazer um grande trabalhao de Educaçao ambiental, e desenvolvimento sustentavel ,
Olá, amigo.
ExcluirObrigado por comentar.
Infelizmente, a caça e as queimadas ainda fazem parte da cultura rural brasileira, assim como a criação de pássaros em gaiolas, atraindo também uma parte da população urbana oriunda do meio campestre visto que se trata de um ponto de contato com o passado e com a identidade do indivíduo. Já houve uma melhora em relação a uns 10 ou 15 anos atrás, mas não foi ainda o suficiente para as pessoas modernizarem certos hábitos. Por isso, a abertura e a manutenção de trilhas sempre precisará mesmo considerar esse aspecto para que uma rota ecoturística não se torne também via para caçadores, palmiteiros e traficantes de animais silvestres.
Cá em Mangaratiba há muito o que se fazer em termos de educação ambiental, inclusive em relação ao turista, o qual nem sempre colabora para que tenhamos a limpeza dos nossos balneários preservada. Também a classe média não escapa pois ela precisa rever o seu estilo de consumo, usar menos o automóvel e abraçar a luta para que tenhamos um transporte coletivo de qualidade.
Mais uma vez agradeço por sua participação no blogue. Contribua sempre que desejar.