domingo, 15 de junho de 2014

Uma clínica de recuperação para dependentes químicos em Mangaratiba




Um dos maiores problemas no nosso município trata-se da questão da dependência química e do uso imoderado de bebidas alcoólicas, conforme cheguei a mencionar brevemente no artigo de apresentação deste blogue, em 03/05/2013.

Há casos de pessoas em que o tratamento de certos vícios requer uma internação temporária numa casa de recuperação, o que também pode aplicar-se aos portadores de transtornos psíquicos em suas crises. Nem sempre os serviços do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), ou o atendimento ambulatorial numa unidade básica de saúde (UBS), bastará para o indivíduo conseguir dar os primeiros passos rumo à cura, de modo que se faz necessário o seu afastamento durante um período de alguns ambientes nocivos, das ruas e até da própria família.

Quando uma necessidade dessas surge, deparamo-nos com um outro problema que é sobre onde encaminhar a pessoa. Ou seja, qual o melhor lugar capaz de prestar um adequado tratamento? Pois, como se sabe, a emergência do Hospital Municipal Victor de Souza Breves não possui a mínima condição de receber dependentes químicos ou pacientes psiquiátricos em estado grave, tendo os médicos que dar conta de situações bem mais urgentes que ocorrem ali. Tão pouco seria proveitoso que a internação se dê em unidades distantes do SUS, situadas em outros municípios, onde a frequência de visitas de parentes e amigos, bem como o nosso controle social, torna-se algo difícil.

A meu ver, o ideal seria a Prefeitura construir e administrar uma casa de recuperação situada na tranquilidade da zona rural de Mangaratiba, porém em um ponto de fácil acesso por meio de rodovias pavimentadas com a circulação do transporte público. Sendo assim, sugiro a desapropriação de um sítio nas proximidades da Rio-Santos, ou da Estrada de São João Marcos, em que uma parte do terreno pode ser aproveitada para fins ocupacionais como o cultivo de hortas orgânicas, o desenvolvimento de atividades artísticas e de práticas esportivas entre os pacientes, além de um pátio seguro para convivência. Ali a pessoa internada teria acompanhamento psicológico, faria consultas com psiquiatra e receberia gratuitamente os remédios prescritos pelo médico. Haveria sempre um plantonista em tempo integral que, por sua vez, contaria com o apoio de uma equipe de enfermeiros e auxiliares. As visitas ocorreriam diariamente em horários estabelecidos pela direção.

Acredito que, com o desenvolvimento de um trabalho sério nessa importante área da saúde pública, Mangaratiba pode reduzir os casos de dependência química e de alcoolismo. Pois, como se sabe, o CAPS sozinho não consegue fazer "milagre" de modo que precisamos reunir os principais meios cabíveis afim de cuidar das pessoas que lutam contra os diversos tipos de vícios. Pois, sem dúvida, vale a pena investir na recuperação do ser humano, dando ao nosso semelhante uma nova oportunidade de se incluir na vida em sociedade.


OBS: Ilustração acima extraída da Agência Brasil com atribuição de autoria a Tânia Rêgo, conforme consta em http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/01/governo-paulista-faz-acordo-para-facilitar-a-internacao-compulsoria-de

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