Na data de ontem, enquanto aguardava a minha condução em frente ao colégio Nossa Senhora das Graças, na rua Tiradentes, Muriqui, lembrei-me que faz mais de um ano que o chão daquele ponto de ônibus continua esburacado e sem receber o devido reparo. Um problema que, além de inviabilizar a locomoção dos cadeirantes ou de pacientes que andam de muletas, também põe em risco as pessoas idosas e portadoras de alguma deficiência visual. Casos em que o cidadão pode sofrer desde uma simples torção até uma queda fatal enquanto tenta embarcar.
Apesar das condições precárias nas quais se encontra a referenciada parada de ônibus, aquela seria uma das poucas dentro do nosso Município que dispõem de assentos e de cobertura. Pois, na maioria das vezes, o usuário do transporte coletivo urbano fica totalmente exposto às chuvas, à radiação solar e ao desgaste físico, o qual torna-se excessivo em razão da demora que ocorre frequentemente nas linhas de transporte. Inclusive em relação às vãs que cobrem o percurso entre Itacuruçá e a Mangaratiba, tendo em vista que, em determinados horários de pico, durante os dias úteis da semana, os veículos trafegam lotados sem nenhum lugar vazio e até com passageiros viajando em pé. Não raramente o trabalhador vê passar três ou quatro vãs cheias e não tem outra alternativa senão aguardar pelo demorado ônibus da viação Expresso.
Tão importante quanto a modicidade das tarifas, a segurança, a rapidez e a qualidade no serviço prestado, seria também o momento do pré-embarque, uma obrigação que é da Prefeitura. Cabe ao Executivo Municipal zelar pela manutenção das paradas de ônibus, o que inclui as atividades de vistoria, a elaboração de projetos, orçamentos corretos, a destinação de verbas suficientes e um permanente diálogo com o usuário do sistema afim de que todas as necessidades sejam conhecidas. Nos pontos de maior movimento, a cobertura e os assentos deveriam ser obrigatórios, exceto se as condições de espaço não permitirem.
Assim como a pressa decorrente do nosso mal planejamento de vida, pode-se dizer que o desconforto na espera contribui igualmente para inviabilizar o sistema de transporte de qualquer cidade. Por exemplo, devido à precariedade em todos os aspectos, muitas pessoas acabam preferindo sair de carro, poluindo o meio ambiente e congestionando o trânsito, algo que acaba por interferir no IPK da concessionária contratada e na receita da respectiva empresa. E aí, se o número de passageiros transportados por quilômetro rodado diminui, vale lembrar que a relação desse índice quanto ao valor da passagem será sempre inversamente proporcional.
Concluo este breve artigo ressaltando que o transporte coletivo precisa ser tratado com prioridade no espaço urbano de Mangaratiba. Somando forças, o Poder Público e o cidadão devem contribuir juntos com os prestadores do serviço para que este se torne mais atrativo. Se por um lado o usuário deve se abster de praticar atos de vandalismo, ou de depredação do patrimônio público e privado, importa que a Prefeitura, por meio de seus órgãos responsáveis, execute com celeridade um plano de melhoria e de conservação das nossas paradas de ônibus.
OBS: Foto de minha autoria tirada na manhã de 24/02/2014, no ponto de ônibus em frente ao colégio Nossa Senhora das Graças, a qual dedico ao domínio público permitindo o seu compartilhamento e divulgação para qualquer fim.
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