Como se sabe, as plantas medicinais e os seus derivados, há muito, vêm sendo utilizados pela população nos seus cuidados com a saúde. Principalmente como recurso terapêutico na Medicina Tradicional Indígena, Quilombola e demais povos e comunidades tradicionais, sendo uma prática popular de transmissão oral entre gerações. Algo que muito timidamente começa a integrar complementarmente os serviços públicos de saúde, conforme os princípios e diretrizes do SUS.
Ora, Mangaratiba, assim como quase todos os municípios do país, possui um enorme potencial e oportunidades para o desenvolvimento do setor. Pois, além do conhecimento tradicional associado às plantas medicinais e da antiga tradição de uso pela população (algo que não pode se perder), contamos com a rica diversidade de espécies vegetais da Mata Atlântica e significativas áreas disponíveis no meio rural que podem ser utilizadas para o cultivo de ervas.
Assim, a ampliação das opções terapêuticas ofertadas aos usuários do SUS, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia seria uma importante estratégia para promovermos o bem estar da população e a inclusão social. Com este propósito e com vistas à normatização das ações/serviços a ser ofertados na rede pública, pode a Prefeitura desenvolver políticas, programas e projetos para todas as unidades básicas de saúde (UBS) no município, tomando como exemplo as experiências já obtidas em outras cidades brasileiras, o que a todo momento é divulgado pela mídia.
Vale dizer que, através da Portaria GM nº 886/10, o Ministério da Saúde instituiu a Farmácia Viva no âmbito do SUS, com a finalidade de buscar a ampliação da oferta de fitoterápicos e de plantas medicinais que atenda às demandas e às necessidades locais. E, segundo o texto desta norma, cabe à Farmácia Viva realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos.
Deste modo, com observância da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), aprovada por Decreto Presidencial nº 5.813/06, que traz diretrizes para desenvolvimento de toda cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, creio ser possível desenvolvermos um projeto lindo para Mangaratiba. Algo que não somente beneficiaria os pacientes da rede pública local como também pode criar oportunidades incríveis no campo, gerando trabalho e renda para a população rural.
Sendo essas ideias bem conduzidas e levadas adiante com seriedade, Mangaratiba pode vir a se tornar até uma referência em fitoterapia no Rio de Janeiro. Através de parcerias firmadas com a Fiocruz, teríamos laboratórios e também importantes eventos na cidade. Pessoas viajariam do Rio de Janeiro para cá em busca de tratamentos alternativos e de baixo custo, o que, por sua vez, auxiliaria até no desenvolvimento do turismo.
OBS: Ilustração acima extraída de uma página da Fiocruz em http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/fitoter%C3%A1picos
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