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terça-feira, 3 de novembro de 2015

A tarifa das barcas para a Ilha Grande




No mês de agosto de 2014, a AGETRANSP (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) autorizou o aumento de 291,6% na tarifa das linhas de barcas da Divisão Sul, as quais fazem os trajetos Mangaratiba X Ilha Grande e Angra dos Reis X Ilha Grande, aqui na Costa Verde. O valor passou de R$ 4,80 para R$ 14, preço que até então era cobrado nos  finais de semana e feriados. Tal medida teria sido um atendimento a pedidos do INEA e das prefeituras da região sobre a visitação desordenada, uma vez que a ilha é protegida por unidades de conservação da natureza.

No entanto, com o encarecimento da tarifa, muitos moradores de Mangaratiba e de Angra dos Reis têm deixado de frequentar a Ilha Grande! A  medida causou uma restrição à prática do turismo interno e no acesso a um importante parque ecológico por parte das pessoas de baixa renda da própria Costa Verde, tirando do pobre uma instrutiva opção de lazer.

Embora saibamos que a Ilha Grande ficou pequena para a quantidade de visitantes que passou a receber nos últimos anos, em que num único domingo ensolarado de verão chegam a desembarcar mais de 20 mil turistas ali, eis que a restrição adotada não pode prejudicar os moradores dos municípios do litoral sul fluminense. Por isso, entendo que, fora da alta temporada, há que se buscar uma maneira de possibilitar às pessoas com residência comprovada na região que viagem para a Ilha Grande pagando uma tarifa promocional de valor reduzido, mediante a apresentação da conta de luz, de água ou de telefone.

Importante ressaltar que a maior parte do fluxo de visitantes não vai de barca para a Ilha Grande, mas, sim, através de operadoras de turismo, as quais conduzem passageiros em embarcações mais velozes e em horários de maior frequência. Logo, se as autoridades estaduais pretendem limitar democraticamente a visitação à ilha, devem fazer isso nos moldes do  sistema de Fernando de Noronha (PE), onde há um rígido controle de acesso. Em outras palavras, a solução jamais será impor a todos uma tarifa de valor excessivo para o cidadão exercer o seu direito de ir e vir na própria região onde vive.

Acrescente-se que os moradores de Mangaratiba e dos demais municípios da Costa Verde sempre foram uma ínfima minoria entre os turistas que visitam a festejada Big Island, nome pelo qual é internacionalmente conhecida. Uma barca transporta apenas umas centenas de passageiros sendo óbvio que a população da nossa cidade, espalhada pelos vários bairros e distritos, nunca lotou a Ilha Grande. E, verdade seja dita, poucas são as pessoas aqui que se interessam por percorrer a própria região onde residem ou têm casa de veraneio, sendo que, atualmente, com uma tarifa  tão elevada, o desejado turismo interno acaba sofrendo um desestímulo ainda maior.

De qualquer modo, há que se permitir às pessoas da terra interessadas em fazer passeios ecológicos que possam visitar a Ilha Grande pagando uma tarifa mais justa pelo transporte aquaviário. E, sendo assim, deve a AGETRANSP rever os seus posicionamentos, oferecendo uma passagem mais barata aos moradores da Costa Verde durante a baixa temporada.


OBS: Foto extraída do site do Brasil-Escola.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O embarque para a Ilha Grande em dias de movimento



Neste último sábado (12/10), viajei para a Ilha Grande e pude testemunhar a má organização do serviço prestado pela concessionária CCR Barcas.

Tão logo cheguei ao atracadouro das barcas, cerca de uma meia hora antes, fiquei perplexo com o gigantesco tamanho da fila. Pessoas aguardavam em pé somente para comprar o bilhete sem terem a certeza se conseguiriam entrar no veículo por causa da lotação máxima de mil passageiros. Era gente com mochila, portando barracas de acampamento, muitos grupos de jovens, casais de namorados e famílias com crianças. Por ter direito à prioridade, um senhor idoso, desavisadamente, embarcou antes das suas filhas deixando-as preocupadas se entrariam lá ou não para se encontrarem com o pai. A empresa nem ao menos foi capaz de construir uma sala de espera coberta e com assentos para proporcionar um mínimo de conforto aos usuários como existe no Rio de Janeiro e em Niterói, num serviço prestado pela mesma companhia de transporte aquaviário. Acabamos partindo dali uns trinta minutos depois.

Assistindo a tudo isso, não consigo entender como que um local que recebe até turistas estrangeiros, como é o caso da Ilha Grande, ainda depende de um serviço tão obsoleto e de embarcações velhas capazes de tornar instável a locomoção dos passageiros no interior dos veículos nos dias de mar agitado. Recordo que, no trajeto de volta, as pessoas tinham que tomar muito cuidado para não caírem quando se levantavam de seus lugares para irem até aqueles sanitários espartanos. Já na ida, era praticamente impossível locomover-se lá dentro devido à super lotação e às bagagens espalhadas pelo chão.

Focando na questão do embarque, penso que o primeiro passo seria a empresa dar mais agilidade à compra do bilhete para que não haja atrasos nas partidas e nem incertezas se o consumidor vai ou não viajar. Em dias de maior movimento, como foi neste último feriado, a CCR Barcas precisa dispor de mais bilheterias e contratar funcionários extras. São poucos os guichês de atendimento!

O segundo passo seria providenciar um local coberto para acomodar os usuários que vão adquirir seus bilhetes de passagem e também depois enquanto estiverem aguardando a vez de subirem na embarcação. Aliás, o ideal seria termos uma estação aquaviária, coisa que a Prefeitura pode contribuir sendo certo que o Município terá o seu devido retorno.

A meu ver, com um bom e espaçoso terminal de barcas, Mangaratiba terá a chance de captar os turistas que vão pra Ilha Grande afim de que, numa outra oportunidade, queiram conhecer os nossos atrativos. Ali dentro, poderemos divulgar as nossas belas paisagens, passeios, roteiros ecológicos, festas e eventos culturais da cidade.

É certo que muita gente passa por aqui rumo à Ilha Grande desconhece que também temos história, monumentos, trilhas, praias, cachoeiras e picos para serem escalados. Um dia movimentado seria o momento certo para que representantes da Secretaria Municipal de Turismo fossem pessoalmente até o atracadouro e desenvolverem um trabalho de marketing, apresentando o que temos de melhor para oferecer. Ou seja, podemos fazer de um limão amargo uma doce limonada!

Embora quem viaja para a Ilha Grande esteja atrás de aventura e rusticidade, isto não significa abrir mão de serviços eficientes, seguros, pontuais, com um conforto básico dentro dos padrões atuais de qualidade e que, principalmente, respeite o consumidor. Assim, tratarmos bem o turista torna-se uma questão de inteligência porque estaremos atraindo investimentos para nossa economia local e regional. Algo que o Município e a AGETRANSP podem começar a resolver juntos com a participação de toda a sociedade interessada.


OBS: Foto extraída do site do Brasil-Escola.