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domingo, 1 de abril de 2018

E se as fazendas de Santa Justina e Santa Izabel fossem abertas a um turismo eco-cultural alternativo?



Estava olhando no Facebook umas fotos de amigos que estiveram presentes no Primeiro Encontro de Mulheres do Quilombo de Santa Justina e Santa Izabel ocorrido no último sábado (31/03), conforme postado pela Professora Elizabeth Antunes em seu perfil. Achei as imagens lindas as quais compartilhei parabenizando o grupo e considerei o ambiente do local bem arborizado, acolhedor e familiar. Uma área que, inegavelmente, é digna de ser visitada, tendo um delicioso rio para as pessoas nele se banhar.


Logo depois, veio em minha mente inquieta uma ideia a respeito do lugar. Imaginei que, quando a posse das famílias quilombolas sobre as terras tornar-se plena (atualmente o processo de regularização das titulações junto ao INCRA encontra-se bem avançado), grandes projetos voltados para o turismo poderão ser concretizados ali. E falo não de um um turismo convencional, mas, sim, alternativo com uma interessante interação do vistante com a comunidade.


Sem dúvida que os quilombolas têm uma grande importância neste Município e precisam ser mais valorizados pelas autoridades locais. Precisamos que o governo municipal passe a elaborar projetos em benefício dessa população, o que não somente dignificará tais famílias como fará das duas históricas fazendas pontos de interesse turístico a serem melhor trabalhados através de um passeio instrutivo pelas ruínas da época da escravidão. Os próprios moradores passariam a oferecer opções hospedagem, refeições, produtos da terra e visitas guiadas, além de que muitos eventos que vão poder ser realizados ali, sobretudo em datas comemorativas a exemplo da data 20/11, o Dia da Consciência Negra.



Obviamente que esta é uma ideia que precisará ser cuidadosamente trabalhada. O primeiro passo, depois de plenificada a posse das terras pelos quilombolas, é que a proposta seja debatida pela própria comunidade que tem o total direito de opinar se quer ou não o turismo e que tipo de atividade turística. E, se for positiva a decisão, eles só precisarão de um pouco de apoio externo para que possam desenvolver com sustentabilidade os trabalhos, hipótese em que a Prefeitura poderá, em maior ou menor grau, ajudar conforme o tipo de governo que teremos até lá.


Mais do que nunca precisaremos de uma gestão séria nesta cidade! E, tendo em vista a possibilidade de termos eleições suplementares ainda este ano no Município, pois basta apenas o TSE julgar o processo de registro de candidatura do atual prefeito, dando provimento ao recurso do Ministério Público Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, devemos desde já discutir todas essas questões. 

Por certo que, se a Prefeitura tiver intenções boas em relação à população tradicional de Mangaratiba (pescadores e quilombolas), excelentes projetos virão gerando trabalho e renda para muitos. É o que mais precisamos a fim de que o nosso Município tenha finalmente um aparelho produtivo a fim de que as pessoas possam sobreviver dignamente sem necessitarem de favores políticos.




Ótima semana a todos!

OBS: Imagens acima extraídas do perfil de Elizabeth Antunes/Facebook.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

As trilhas de Mangaratiba



Nesta última segunda-feira (28/10), quando estive na região de Ingaíba e Batatal, fiquei decepcionado em saber das más condições das trilhas de lá, as quais, até um tempo atrás, foram bem utilizadas para passeios. Segundo informaram algumas pessoas do local, os caminhos que vão até Conceição de Jacareí e Monsuaba (já no município de Angra dos Reis) estariam em más condições, dificultando a prática da modalidade ecoturística de trekking (travessia).

Não descarto o interesse preservacionista do INEA em relação ao Parque Estadual do Cunhambebe (PEC), bem como a necessidade de se controlar as vias de acesso para combater a caça ilegal e o tráfico de animal silvestre, mas o certo é que a política ambiental precisa também contemplar o desenvolvimento do turismo ecológico junto com todas as suas modalidades possíveis. Até mesmo porque é importante desenvolvermos atividades econômicas sustentáveis na região que ajudem/incentivem a manter nossas matas de pé nas inúmeras unidades de conservação da natureza já existentes.

Em 04/06, compartilhei aqui um sonho meu afim de que tenhamos uma rota nacional de turismo ecológico percorrendo de norte a sul toda a Serra do Mar. Seu trajeto iria desde a cidade fluminense de Campos até o estado de Santa Catarina, incluindo a nossa querida Mangaratiba. Porém, independentemente do Ministério do Turismo vir a abraçar essa ideia, penso que podemos cuidar um pouco melhor das trilhas existentes no nosso município, conservando-as e sinalizando-as. Isto iria permitir ao excursionista caminhar de Itacuruçá até Conceição de Jacareí através da serra, bem como visitar as áreas rurais vizinhas de Itaguaí, Angra dos Reis e Rio Claro.

A meu ver, investimentos em ecoturismo não é dinheiro perdido pois contribui decisivamente para aumentar o tempo de permanência do turista em Mangaratiba e na região da Costa Verde. Ao mesmo tempo, todas as comunidades do entorno do PEC seria beneficiadas porque de alguma maneira participariam do aproveitamento da unidade para fins de lazer. Em cada uma dessas localidades e povoados próximos surgiriam pousadas, áreas de camping, restaurantes, cantinas, serviços de guia e agências de passeio. Quem viesse visitar a Ilha Grande incluiria o nosso município em seus roteiros.

Paralelamente a isso, desenvolveríamos dois circuitos eco-rurais em Mangaratiba, sendo um na região de Ingaíba-Batatal e o outro na Serra do Piloto, como já havia proposto num artigo específico de 16/07. Integrando o homem do campo e suas atividades de um modo sustentável, penso ser possível tornar a população das comunidades do entorno do PEC grandes parceiras do meio ambiente e que se beneficiariam com o ecoturismo ao invés de ficarem às margens de um "muro verde".

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um circuito turístico eco-rural para a Serra do Piloto



O turismo rural é uma atividade econômica diferenciada que tem por objetivo mostrar a vida simples da roça e garantir a sobrevivência do homem no campo, promovendo um processo inverso ao do êxodo rural. Funciona como um complemento da atividade turística podendo ser mais um produto que Mangaratiba viria a oferecer aos visitantes, sem deixar de ser uma opção de lazer e de entretenimento para a população local.

Observando as características geográficas, históricas e sociais da nossa belíssima Serra do Piloto, vejo que a ideia tem tudo a ver com a região. Com um pouco de espírito empreendedor, cooperativismo e apoio do Poder Público, penso que o nosso Município tem condições de oferece aos visitantes áreas de lazer, pousadas, pesque-pague, passeios por trilhas ecológicas, restaurantes com comida típica, arvorismo, haras e criação de diversos animais de fazenda. Nos fins de semana, poderia ser realizada uma feirinha para comercializar produtos da terra como geleias, doces, banana-passa, biscoitos caseiros, queijos, artesanato, licores e pimentas.

Atualmente, o turismo eco-rural no interior fluminense é algo que vem crescendo a cada dia, com o apoio dos empresários locais e do SEBRAE. Com o apoio desta entidade, existem vários roteiros já formatados dentre os quais pode-se mencionar: Caminhos do Brejal (Petrópolis); Terê-Fri (Teresópolis-Nova Friburgo); Ponte Branca e Lumiar e São Pedro da Serra (Nova Friburgo) e Serra do Sambê (Rio Bonito). Eu mesmo, durante o tempo em que morei na cidade de Nova Friburgo, cheguei a conhecer pessoalmente o Circuito da Ponte Branca, o qual, por sua vez, foi inspirado na região da Alsácia francesa por iniciativa de um empreendedor casal de proprietários rurais. Graças ao conhecimento que buscaram fora do país, o local passou a dispor de trilhas para caminhadas com placas indicativas dentro de padrões internacionais onde que o turista é instigado a visitar cada um dos sítios abertos ao público, sendo informado sobre o tempo necessário para alcançar cada uma das atrações.

Considero fundamental fomentar essa atividade também aqui em Mangaratiba como um meio importante para a geração de trabalho e renda e para o desenvolvimento econômico regional. Atualmente as pessoas estão buscando o descanso físico e mental e nada melhor do que fazê-lo numa região capaz de oferecer todos os prazeres da vida saudável em contato íntimo com a natureza. Com inúmeras atrações a serem potencializadas, o nosso 5º Distrito tem chances alcançar um desenvolvimento turístico com altíssima qualidade e que não ficaria nada a dever para os municípios da Região Serrana fluminense. Basta querermos.


OBS: Foto de um passeio feito no Circuito Eco-Rural de Rio das Ostras, outra cidade que vem desenvolvendo essa modalidade de turismo, conforme noticiado pela Prefeitura de lá.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A agricultura orgânica e a merenda escolar




Eu tenho uma ideia sobre a merenda escolar das crianças que talvez possa ajudar a solucionar pelo menos duas necessidades. Trata-se de adquirir produtos orgânicos (ou pró-orgânicos) da agricultura familiar pela Prefeitura para atender escolas e unidades de saúde.

Além de suprir nutricionalmente melhor os alunos com alimentos mais saudáveis, penso que o mercado institucional permitiria ao homem do campo migrar com maior facilidade da agricultura convencional (aquela que utiliza agrotóxicos) para a produção orgânica de alimentos, conforme os padrões atualmente exigidos.

Hoje em dia, uma das maiores dificuldades de quem pretende produzir alimentos orgânicos é encontrar mercado. Os grandes compradores, por sua vez, exigem regularidade no abastecimento e preços competitivos, o que nem sempre é possível de atender quando se vive a dura realidade de um agricultor familiar. Logo, é muito comum o dono de um sítio não conseguir vender a sua produção alternativa. Ainda mais se lhe falta o certificado de produtor orgânico.

Virar um agricultor orgânico também não é tarefa nada fácil e nem acontece do dia para a noite. Existem inúmeros critérios exigidos para se obter a certificação, conforme cada empresa oficialmente reconhecida estabelece, além do que dispõe a Lei Federal n.º 10.831/2003. Por exemplo, por mais que o homem do campo deixe de usar inseticidas, herbicidas e adubos químicos, ainda poderá ser necessário aguardar alguns anos para que ocorra a limpeza do solo. E, durante esse período de transição, a Prefeitura asseguraria a compra da produção proporcionando sustentabilidade econômica para as famílias que sobrevivem do campo.

Inegavelmente, a concretização desse objetivo exigiria uma organizada iniciativa cooperativista junto com o desenvolvimento de projetos sérios de incentivo à produção orgânica no município. Há muitas propriedades vocacionadas para esse mercado na Serra do Piloto e que precisam com urgência integrar as suas atividades com a preservação do meio ambiente (temos ali o Parque Estadual do Cunhambebe). Ao invés de um proprietário criar bois, fazendo pasto no morro, por que não cultivar produtos agro-florestais? Afinal, estamos numa região de nascentes d'água e de grande biodiversidade, não é mesmo?

Agindo dessa maneira, a Prefeitura estaria ao mesmo tempo contribuindo para o meio ambiente, ajudando o homem do campo e proporcionando uma nutrição mais saudável para as nossas crianças. Seriam vários benefícios de uma vez só.


OBS: Imagem acima extraída de uma página do Ministério da Agricultura em http://www.agricultura.gov.br/comunicacao/noticias/2011/12/producao-organica-brasileira-ja-tem-15-mil-agricultores