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domingo, 22 de outubro de 2023

Mangaratiba não pode perder o seu trem!



Estava lendo esses dias uma matéria no jornal O Dia sobre a inauguração do primeiro trem turístico do interior do Estado do Rio de Janeiro, prevista para ocorrer em 25/10/2023, em Miguel Pereira, justamente no aniversário da cidade. De acordo com a reportagem, a Maria Fumaça (foto acima), movida a vapor, fará um percurso de 9 km e deverá transportar algo em torno de 940 mil passageiros por ano.


"No trajeto, tripulantes vestidos com roupas de época irão contar a história da cidade desde a colonização, que tem o conjunto ferroviário da RFFSA local tombado como patrimônio cultural nacional (...) O trem tem duas composições (duas locomotivas e três vagões para cada uma)." - https://odia.ig.com.br/miguel-pereira/2023/10/6727996-maria-fumaca-de-miguel-pereira-sai-da-estacao-para-testes-finais.html


Pois bem. Fico imaginando o grande desperdício que Mangaratiba comete tendo até hoje uma linha férrea em pleno funcionamento e, infelizmente, de uso exclusivo da MBR, empresa subsidiária da Cia. Vale do Rio Doce. Porém, ainda que fossem somente na alta temporada, nos finais de semana e nos feriados, poderíamos disponibilizar um passeio entre Itacuruçá e a Enseada de Santo Antônio, parando na ida ou na volta por Muriqui, perto das ruínas do Sahy e em Ibicuí. Ou seja, seria uma grande oportunidade para a geração de emprego e renda em benefício da nossa população.


Recordo perfeitamente que, há cerca de onze anos atrás, mais precisamente no final de outubro de 2012, a Prefeitura de Mangaratiba chegou a fechar uma parceria com representantes da associação Movimento Nacional Amigos do Trem a fim de promover o turismo ferroviário na região. Tratava-se do projeto "Trem dos Mares da Costa Verde" e que percorreria um trecho de 18 quilômetros, numa composição do modelo litorina, de cabine única, com capacidade para 80 pessoas, justamente entre a estação Itacuruçá e a praia de Santo Antônio.


Infelizmente, essa proposta, que era para ser concretizada logo em fevereiro de 2013, não foi para frente. Tivemos uma catastrófica enchente em janeiro daquele ano e sucessivos adiamentos até que o mandato do prefeito da época veio a ser antecipadamente encerrado. Ou seja, tudo ficou restrito ao mundo das ideias...


Penso que não haveria tantas dificuldades para o projeto ser retomado aqui no Município. Isto porque não somente seria mais um ativo turístico para o Município como também significaria um resgate da nossa História, quando trafegava aqui na região o saudoso trem "Macaquinho", o qual era uma composição com carros de madeira e que partia de Santa Cruz (Zona Oeste do Rio de Janeiro) em três ou quatro horários por dia.


Ainda criança, quando já era frequentador de Muriqui, ficando finais de semana na casa da minha avó paterna, assistia passando por aqui um trem de passageiro transportando funcionários da MBR, embora o ramal estivesse já desativado. Não me recordo de ter viajado alguma vez para cá de trem, porque costumávamos mais tomar o ônibus da Eval na rodoviária Novo Rio. Porém, meus pais chegaram a andar no Macaquinho.


Talvez não seja mais apropriado um retorno do regular trem de passageiros até Mangaratiba, exceto se for com fins turísticos, a exemplo desse projeto em Miguel Pereira. Logo, a ideia é que o Município possa ofertar esse serviço para melhor divulgar os seus distritos, sua História e aumentar o tempo de permanência do visitante, juntamente com o oferecimento de diversos roteiros, venda de produtos locais e apresentações culturais.


Enfim, considerando a admirável gestão do prefeito de Miguel Pereira, o André Português, creio que podemos nos inspirar nas louváveis iniciativas dessa cidade serrana que soube desenvolver o seu potencial turístico através do parque "Terra dos Dinossauros" que atraiu para lá o público infantil juntamente com seus pais. Juntamente com tal empreendimento vieram outros, inclusive a volta da Maria Fumaça.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A estação de Ibicuí deveria ser institucionalmente protegida pelo IPHAN



Neste último final de semana de 2020, fiquei olhando algumas fotos e vídeos da antiga estação de trem de Ibicuí. 


Como se sabe, o “ramal de Angra”, posteriormente chamado de “ramal de Mangaratiba”, foi inaugurado em 1878, partindo da estação de Sapopemba (Deodoro) até o distante subúrbio de Santa Cruz. Posteriormente, veio a ser prolongado, em 1911, até Itaguaí, tendo chegado, em 1914, a Mangaratiba. 


Com trechos belíssimos ao longo da praia, muito próximo ao mar, a linha férrea que ligava Santa Cruz a Mangaratiba serviu para a condução de passageiros em toda a sua extensão até por volta de 1982, quando, então, foi desativado para esse fim. E, atualmente, os trilhos são apenas utilizados para o transporte de cargas ao Terminal da Ilha de Guaíba, sem que haja ao menos um serviço de passeio turístico. 


Ocorre que, ao longo desse trajeto do ramal de Mangaratiba, situa-se a antiga estação de Ibicuí, inaugurada em 1920. Esta, depois de ganhar outro prédio em substituição ao original, foi desativada pelo menos nos anos 1970, quando o trem de passageiros deixou de trafegar no trecho entre Santa Cruz e Mangaratiba, passando a servir como moradia, sofrendo descaracterizações. Tanto é que o pequeno telhado da estação, que antes tinha duas plataformas, foi substituído por telhas que nada têm a ver com a época, não tendo a Prefeitura de Mangaratiba tomado as medidas necessárias para ajudar na preservação do seu patrimônio histórico. 


Todavia, ainda que a estação de Ibicuí tenha sofrido descaracterizações ao longo do tempo, a mesma pode ser inclusa na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário do IPHAN e passar receber efetivos cuidados, uma vez que o imóvel tem o seu valor histórico como a última estação do 1º Distrito de Mangaratiba sobrevivente e que foi utilizada por muitos anos por moradores e por turistas que frequentavam o balneário, fazendo parte da sua identidade.


Sendo assim, estou hoje encaminhando uma solicitação ao IPHAN pela plataforma Fala.BR do governo federal para as devidas análises e providências e ficarei no aguardo de um retorno do instituto.


OBS: Imagem da estação de Ibicuí, possivelmente dos anos de 1940, de autoria desconhecida.

terça-feira, 16 de maio de 2017

A estrada de ferro e a Ilha de Guaíba sem a exploração da Vale...




Nesta manhã, ao ler a edição de hoje do blogue Notícias de Itacuruçá, editado pelo Professor Lauro, comecei a meditar num texto por ele reproduzido da historiadora Miriam Bondim em co-autoria com Luciano Hefner contando-nos um pouco sobre o passado da via férrea:

"Trem de passageiros que a partir da eletrificação do trecho Deodoro-Santa Cruz, nos anos 1950, passou a operar entre Santa Cruz e a estação terminal de Mangaratiba, com várias versões, dependendo da época. Até 1911, a linha do chamado ramal de Mangaratiba somente existia até a estação de Santa Cruz, tendo alcançado Mangaratiba em 1914. A partir daí, o trem corria de Dom Pedro II ou de Deodoro até Mangaratiba, com isso acabando com a chegada da eletrificação, em 1945, que somente foi até Santa Cruz, obrigando então a existência de baldeação nessa estação para troca com trens a vapor e depois, por diesel. Esse trem foi extinto entre o final dos anos 1970 e o ano de 1984. Há várias datas indicadas por ex-usuários. O Guia Levi de 1983 ainda acusa 2 trens diários em 1983. A partir de 1984, com a criação da CBTU, os trens passaram a ser operados por esta. Um dos motivos da desativação dos trens, talvez o principal, foi a construção de uma linha cargueira entre Japeri e Brisamar, estação logo após Itaguaí, em 1973, que passou a dar prioridade para os trens de minérios para o porto de Guaíba, eliminando inclusive o trecho final da linha original que seguia até Mangaratiba." (citação encontrada na nota "E por falar em saudade", conforme extraído de https://itacrio.wordpress.com/2017/05/16/16-de-maio-de-2017/)

Confesso que tal leitura inspirou-me. Pois, apesar de ter despertado o meu lado melancólico a respeito da História de Mangaratiba que, aos poucos, vai sendo apagada, pensei no que ainda pode ser feito a partir do que sobrou de outras épocas. Então, deixei um comentário relativo ao assunto que reproduzo a seguir:

"Sobre o trem, acho uma pena não terem feito um trabalho de preservação histórica e de aproveitamento turístico da maioria das estações que restaram, e ainda a MBR ter ganho exclusividade na exploração dessa linha para fazer o transporte de minério. Sem esquecermos do erro cometido quando os trilhos foram arrancados de Santo Antônio até o Centro…

A meu ver, deixarmos que essa linha continue sendo usada para o transporte de minério não trará um futuro proveitoso para o Município assim como não interessaria abrir novas áreas para a especulação imobiliária (pois é o que aconteceria com o trecho entre Muriqui e Praia Grande se os trilhos saíssem dali). Porém, tenho a ousadia de ser a favor do resgate tanto da linha como de Guaíba para um uso totalmente turístico, transformando o espaço do TIG num parque aquático e fazendo com que o restante da ilha vire ao mesmo tempo parque ambiental, com uma trilha circular dando acesso a todas as praias e a permissão de alguns poucos empreendimentos comerciais (tipo restaurantes e lojas de artesanato) para aumentar o tempo de permanência do visitante ali. Porém, sem residências e nem pousadas.

Assim sendo, teríamos então um trem turístico partindo algumas vezes ao dia de Itacuruça rumo a Guaíba tal como no Corcovado do Rio de Janeiro, em que a tarifa do bilhete de ida e volta poderia custar uns R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa com descontos de até 80% exclusivos para morador do Município durante a baixa temporada. Quem comprasse o bilhete poderia, na mesma data, desembarcar numa estação, passear pelo local e tomar o próximo trem rumo ao destino. Ou seja, num único dia, o passageiro conheceria também um pouco de Muriqui, Praia Grande, Sahy, Ibicuí e a Ilha de Guaíba.

Com um projeto desse nível, Mangaratiba teria condições de fortalecer sua rede hoteleira nas referidas localidades balneárias assim como o comércio, sendo que proporcionaríamos ao turista mobilidade sobre os trilhos dentro do Município. As estações seriam revitalizadas e passariam a oferecer opções de entretenimento, exposições culturais, alimentação e o comércio de vários produtos. Ao redor das mesmas surgiriam novas oportunidades voltadas para o turismo, o que significaria mais emprego e renda para uma população hoje dependente de cargos comissionados em Prefeitura." (correções feitas sem alterar o conteúdo já que havia escrito originalmente pelo celular sendo que os destaques em negrito foram acrescentados juntos com a revisão textual)

Certamente precisaremos ter uma dose de coragem para encararmos um projeto empreendedor desses. Porém, se refletirmos comparativamente sobre o assunto, eis que temos no litoral de Santa Catarina o Beto Carrero World que é um parque temático localizado no município de Penha (fica distante uns 35 quilômetros de Balneário Camboriú) e que existe lá desde o final de 1991. 

Com a instalação do Beto Carrero, Penha experimentou uma nova fase em sua economia que continua em expansão, com o surgimento de uma infraestrutura nas áreas de hotelaria e de gastronomia, ao mesmo tempo em que também passou a se beneficiar do crescimento da maricultura. Há algum tempo a cidade coleciona o título de "capital nacional do marisco", sendo o seu PIB na ordem de R$ 505.116.000,00, de acordo com a página oficial da Prefeitura na internet (clique AQUI para conferir). 

Da mesma maneira, acredito que experimentaríamos um outro tipo de crescimento caso tenhamos um projeto turístico que procure aproveitar ao máximo (e com sustentabilidade) o nosso potencial natural e cultural. Até mesmo porque temos bem pertinho daqui umas das maiores metrópoles do país que é o Rio de Janeiro, a qual também é umas das principais portas de entrada do Brasil. Logo, basta sabermos aproveitar as oportunidades!


OBS: A imagem acima refere-se a um trecho da Estrada de Ferro em Ibicuí, no ano de 1947, com atribuição de créditos autorais a Luiz Napoleão de Jesus, conforme consta no acervo do blogue ibicuifotos.blogspot.com.br e reproduzido pelo portal da Prefeitura na internet em http://www.mangaratiba.rj.gov.br/novoportal/pagina/historia.html

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Mangaratiba bem que poderia ter um VLT...




Tudo bem que já estamos perto do Carnaval e as agendas das pessoas agora vão se direcionando mais para a folia, porém o certo é que ninguém mais aguenta os maus serviços prestados pela Expresso Mangaratiba cuja tarifa vem se tornando cada vez mais cara com o passar dos anos. Ainda mais nessa época de altíssima temporada quando a vida de muitos munícipes fica transtornada com o caos que se instala nos super lotados transportes públicos aqui em nossa esquecida região.

No dia 10/05/2013, eu havia publicado aqui a postagem No aguardo da chegada do trem turístico, escrevendo sobre o engavetado projeto do governo municipal "Trem dos Mares da Costa Verde". Este propunha oferecer ao turista uma viagem temática pelo transporte ferroviário, percorrendo 18 quilômetros entre Itacuruçá e a enseada de Santo Antonio, através de uma composição do modelo litorina (ver mais informações na matéria do portal da Prefeitura Trem turístico mais próximo). Só que já estamos em 2015 e a ideia do passeio na via férrea até agora não se concretizou!

Ao refletir acerca do nosso grave problema de mobilidade urbana, concluí sobre a possibilidade de termos entre Itaguaí e Ibicuí uma linha de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o que atenderia tanto aos anseios turísticos de Mangaratiba quanto às necessidades de transporte de uma parte da sua população. Pois, neste caso, basta aproveitarmos uma estrutura já existente há mais de um século, a estrada de ferro construída desde 1914, para usufruirmos de um transporte muito superior ao ônibus, de modo que caberia ao governo estadual fazer basicamente duas coisas: instalar as estações nos locais estratégicos do trajeto e adquirir os trens de passageiros.

Penso que, ao invés de uma velha litorina, podemos ter algo mais moderno, confortável e capaz de atender um número maior de passageiros com uma tarifa mais acessível que as da Expresso. A cada vinte ou trinta minutos, uma composição partiria do município vizinho enquanto outra sairia de Ibicuí. O número de estações seria definido para atender cada bairro existente no percurso conforme o interesse coletivo. Desta maneira, diversas localidades de Mangaratiba e de Itaguaí ficariam contempladas a exemplo de Apara, Praia Brava, Praia Pequena, Sahy, Praia Grande, Muriqui, Axixá, Itacuruçá, Itimirim, Coroa Grande, etc.

É certo que um projeto desses iria contrariar diversos interesses econômicos como os da Vale do Rio Doce, a qual usa a via férrea como escoamento da produção do minério produzido em Minas Gerais, assim como a concorrência do VLT não agradaria em nada a Expresso. Porém, é a vontade da coletividade que deve prevalecer e não o desejo de lucro de uma meia dúzia de empresários de modo que, se uma ideia se mostra benéfica para os moradores de Mangaratiba, por que não defendê-la?

Numa última etapa do projeto poderíamos pensar numa integração do VLT com a sede do município através da construção de um magnífico teleférico até Ibicuí. Pois, assim como já existem outros meios de transporte aéreos por cabo em várias cidades do país, que tal termos algo parecido em nosso município?! E, sem dúvidas, estamos falando de uma proposta que se tornaria surpreendente para o desenvolvimento do turismo devido à vislumbrante paisagem da Baía de Sepetiba e Enseada do Saco ao mesmo tempo em que daria acesso ao idealizado VLT para bastante gente em Mangaratiba.



Alguns poderão me dar um tapinha nas costas dizendo que "sonhar não custa nada", mas afirmo ser possível brigar pela causa. É que, por longas décadas, a população foi condicionada para que se contentasse com coisas pequenas . Só que não podemos mais permanecer com a mente limitada! Temos que reivindicar escolas, hospitais e serviços de transportes que sejam realmente capazes de atender às nossas necessidades, conforme é compreendido nos países de primeiro mundo. Por isso devemos acreditar nas ideias quando elas se mostram viáveis e benéficas, pouco importando os interesses contrários de alguns.

Uma ótima quarta-feira para todos e não desistamos dos nossos sonhos por uma Mangaratiba melhor!


OBS: A primeira ilustração acima referente ao projeto do VLT de Brasília conforme extraído de uma página da EBC em http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/03/governo-do-distrito-federal-retoma-processo-de-implantacao-do-vlt enquanto que a segunda refere-se de um projeto para a cidade de Florianópolis que encontrei no Blog do Dilvo Tirloni, postagem TELEFÉRICO VIA PPP.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Promover o turismo na ilha de Guaíba



No dia 10 de maio, eu havia postado aqui neste blogue um artigo sobre a proposta do Poder Executivo local tratando um trem turístico que começaria a operar em meados deste ano no nosso município. De acordo com o que fora noticiado há mais de um ano no site da Prefeitura de Mangaratiba, o projeto Trem dos Mares da Costa Verde pretende oferecer ao turista uma viagem temática pelo transporte ferroviário, percorrendo 18 quilômetros entre Itacuruçá e a enseada de Santo Antonio, numa composição do modelo litorina, de cabine única, com capacidade para 80 pessoas.

Durante a manhã desta quinta-feira (14/11), enquanto caminhava de Ibicuí até à praia de Junqueira, indo pela linha do trem, veio em minha cabeça uma outra ideia afim de contribuir para o desenvolvimento do turismo em Mangaratiba. Pensei então por que não fazermos da desejada viagem ferroviária um passeio ainda maior que leve o turista até um paraíso ecológico maravilhoso que é a ilha de Guaíba tendo em vista que as locomotivas já seguem até lá transportando o minério de Minas Gerais?

Como se sabe, o Terminal Marítimo da Ilha Guaíba (TIG), implantado nos anos 70, funciona como um imenso sistema operacional utilizado para o carregamento e o transporte de minério para os mercados internacionais. Devido aos grandes investimentos realizados no lugar, há uma extensa ponte de 1,7 km que faz a ligação com o continente. Existe também um píer, servido por um canal marítimo, que permite a atracação de navios capazes de levar até 300 mil toneladas de peso morto. Ainda assim, somente uma parte de Guaíba é utilizada pelo empreendimento. O restante de seu território é ocupado por uma exuberante cobertura vegetal de Mata Atlântica possuindo praias belíssimas selvagens para serem desfrutadas como esta da foto abaixo.




Certamente que o turismo, o empreendimento econômico já existente e a preservação ambiental podem muito bem caminhar de mãos dadas ali em Guaíba. Minha sugestão é que toda a área não utilizada pelo TIG venha a ser transformada num parque ecológico dispondo de trilhas bem sinalizadas e que receberiam uma manutenção frequente do Poder Público (soube nesta data que o mato fechou praticamente todos os caminhos que tinham na floresta). Ao desembarcar do trem de passageiros, obviamente no lado de fora do terminal marítimo, o visitante começaria a percorrer os roteiros que conduziriam às praias através de uma trilha circular. Teria a opção de começar sua andança em direção à Tapera ou indo pra Tapua.

Se pensarmos bem, o projeto de um trem turístico só pode dar certo se o destino final tiver um atrativo que justifique a viagem feita pelo turista, como ocorre na subida ao Corcovado onde há tanto um monumento quanto a surpreendente vista da cidade do Rio de Janeiro. Mas, no nosso caso, chego à conclusão de que somente a experiência de reviver o passado romântico do Macaquinho não será suficiente. Logo, precisamos oferecer algo a mais e que instigue as pessoas a repetirem a suas visitas à ilha e ao município.


OBS: As imagens acima são de minha autoria durante o passeio feito hoje e eu as dedico ao domínio público podendo ser utilizadas em outros sites e blogues desde que citada a fonte bem como a origem.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

No aguardo da chegada do trem turístico



Desde outubro que continuo na expectativa da efetivação da proposta em trazer para a região do trem turístico, conforme diz a notícia de 30/10/2012 publicada no site da Prefeitura.

O nome do projeto é Trem dos Mares da Costa Verde e pretende oferecer ao turista uma viagem temática pelo transporte ferroviário, percorrendo 18 quilômetros entre Itacuruçá e a enseada de Santo Antonio numa composição do modelo litorina, de cabine única, com capacidade para 80 pessoas. É o que informa a reportagem:

"Os passageiros poderão ver e vivenciar importantes elementos históricos, como as monumentais ruínas do Sahy - que guardam em suas construções a lendária trajetória do tráfico negreiro – além dos pontos turísticos, culturais e históricos presentes nos 180 anos de história de Mangaratiba. O trajeto permite inclusive a visualização da Ilha Grande e a Ilha da Marambaia, emolduradas pelas muralhas da Serra do Mar."

Diz também a matéria oficial que a primeira viagem do esperado trenzinho estava agendada para o mês de fevereiro deste ano, às vésperas do Carnaval. Porém, seria algo meramente experimental pois a operação em definitivo teria previsão para acontecer mesmo a partir de junho (no mês que vem).

Ainda criança, quando já era frequentador de Muriqui ficando finais de semana na casa da avó, ainda passava por aqui um trem de passageiro. Eu não me recordo de ter vindo alguma vez para cá de trem porque costumávamos mais tomar o ônibus da Eval na rodoviária Novo Rio. Meus pais, porém, ainda pegaram o famoso Macaquinho, o qual era uma composição com carros de madeira e que partia de Santa Cruz (Zona Oeste do Rio de Janeiro) em três ou quatro horários por dia.

Embora eu deseje que esse projeto torne-se uma realidade afim de gerar mais emprego e renda na nossa região, acho que é preciso um acompanhamento para alavancar o turismo no município. Mangaratiba tem que oferecer um roteiro para quem nos visita afim de que a pessoa queira percorrer os lugares e permanecer neles.

Minha sugestão é que, ao chegar na estação, o passageiro receba informações sobre as localidades envolvidas no percurso, com atrações turísticas e opções de hospedagem, podendo comprar uma passagem especial que lhe daria direito a novos embarques durante um período. Ao invés da pessoa ir direto de Itacuruçá até Ibicuí, minha ideia é que o turista ficaria uns dias em Muriqui, depois mais outro tempinho em Praia Grande e, quando estivesse na Enseada de Santo Antônio.pegaria um micro-ônibus "grátis" para levá-lo até à sede do município.

Tomara que esse projeto torne-se uma realidade e seja melhor aperfeiçoado através do debate transparente entre o Poder Público e a população afim de que haja mais oportunidades de negócios na Costa Verde. Afinal, o Rio de Janeiro, com tantas belezas naturais, deveria melhor valorizar as suas paisagens juntamente com a história tal como fazem há décadas os paranaenses com a ferrovia que vai de Curitiba até Paranaguá. Passeio este que é inesquecível...


OBS: Foto e informações extraídas de http://www.mangaratiba.rj.gov.br/portal/noticias/trem-turistico-mais-proximo.html