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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

E O PARQUE HISTÓRICO DO SAHY, SENHOR PREFEITO?!



Recentemente um deputado estadual da União Brasil teve sua indicação de número 2467/2023 aprovada por seus Pares na ALERJ, para que o prefeito de Mangaratiba, Sr. Alan Campos da Costa, o Alan Bombeiro, tome as medidas cabíveis a fim de que seja criado o nosso parque histórico, no Sahy, onde ficam as ruínas. 


Considerando a importância da questão, eis que já cadastrei um requerimento de informações na Ouvidoria da Prefeitura, registrado sob o número 000094/2023, em que solicito: (i) se o ofício da Assembleia Legislativa já foi recebida e em qual data; (ii) qual o seu inteiro teor e; (iii) que providências foram adotadas após o seu recebimento. 


Segundo informações que recebi na área de comentários de uma postagem correspondente em meu perfil no Facebook, já haveria um projeto embasado pelo INEPAC, na Secretaria de Planejamento, cujas ações seriam: "cercamento, revitalização da murada, como das ruínas internas, criação de trilhas internas, mapeamento de todo acervo, trabalho Arqueológico, placas de identificação".


Uma segunda informação passada por outro internauta relata que recentemente a Fundação Mario Peixoto teria feito uma visita no local, acompanhada da Defesa Civil. Porém, segundo a verificação feita na LOA de 2024 do orçamento de Mangaratiba,  haveria poucos recursos destinados para a preservação do patrimônio histórico daqui do Município.


Seja como for, precisamos cobrar a execução desse projeto pois, afinal, trata-se da história da nossa região (e do país) que se encontra em jogo. Algo relacionado à diáspora africana e tem tudo a ver com a questão da consciência negra, além de que também pode contribuir tanto com o turismo quanto com a cultura.


Luta que segue!


OBS: Próxima sexta, dia 24/11/2023, das 9h às 16h, haverá o Seminário Sítio Arqueológico do Sahy: Patrimônio Nacional e da Humanidade, no Centro de Convenções do Condado da Aldeia dos Reis, situado na Rodovia Rio-Santos, km 428, Bairro Sahy, Mangaratiba, RJ. A programação do evento se encontra disponível em https://www.mpf.mp.br/rj/sala-de-imprensa/docs/seminario-sitio-arqueologico-sahy

quarta-feira, 4 de maio de 2016

É preciso dar mais atenção turística ao Sahy!




Na presente data de 04/05, levei minha esposa Núbia para dar um passeio pela região do Sahy, uma das localidades do Município de Mangaratiba que deveria receber uma valorização turística maior, sendo altamente estratégica por sua proximidade com a movimentada rodovia Rio-Santos (BR-101).

Inicialmente, fomos à Praia do Sahy onde se situava um antigo mercado de escravos em que seres humanos eram vendidos como mão-de-obra para trabalhar nas lavouras de café do Vale do Paraíba. No local, encontramos apenas as ruínas desse lugar de horrores que, embora devesse ser melhor preservado pelo Poder Público como patrimônio histórico, mostra também como a vitalidade da natureza fez com que a vegetação se regenerasse ali no decorrer dos anos.



Pior do que isso é ver as ruínas sujeitas à ação de depredadores! No ano passado, a Câmara Municipal de Mangaratiba aprovou a Indicação de n.º 191/2015 da autoria do edil José Maria de Pinho, a fim de que "o Poder Executivo Municipal coloque um isolamento protetivo nas ruínas da Praia do Sahy" (ler AQUI o inteiro teor da proposição). Só que, como pude verificar na manhã de hoje, a Prefeitura ainda não atendeu à solicitação encaminhada pelos vereadores e que representa uma antiga reivindicação da comunidade como se pode ler nas diversas postagens do blogue Pela criação do Parque Arqueológico do Sahy, de Bruno Linhares:

"O objetivos do Projeto de Criação do Parque do Sahy é a restauração das Ruínas localizadas na Praia do Sahy situada no Município de Mangaratiba, Rio de Janeiro. O que se busca é resgatar um dos acervos históricos e culturais da mais alta importância para este Município e para o próprio país, já que guarda em si fontes arqueológicas vivas, que percorrem boa parte da história da colonização do país, do reinado e do Império, em particular as tristes passagens do último período da diáspora africana." (trecho do artigo Porque é essencial a criação do Parque Arqueológico do Sahy, de 06/07/2008)

Como havia colocado, toda essa proximidade do Sahy com a estrada deve ser considerada para fins de promoção do turismo em Mangaratiba. Mais importante do que construírem um pórtico na divisa com Itaguaí, como muitos propõem, seria dar uma boa destinação ao local das ruínas buscando atrair os visitantes da Costa Verde quando passam por aqui rumo a Angra dos Reis, Ilha Grande e Paraty sem notarem os atrativos existentes no nosso esquecido Município. E aí precisamos ter em mente que a existência do balneário contribui para a permanência do turista nos períodos de calor. Logo, torna-se necessário o Poder Público investir em estruturas básicas para divulgar, acolher e orientar as pessoas.



Harmonizando-se com o desenvolvimento turístico, podemos ter nesse mesmo espaço um centro cultural com eventos comunitários permanentes e que valorizem a participação do negro na nossa História, assim como um museu contando sobre a colonização de Mangaratiba desde a época dos índios tupinambás. E, obviamente, com os devidos limites, pode ainda ser pensada a concessão de pequenos comércios por ali dentro, oferecendo artesanatos, alimentação e entretenimento aos consumidores.

A meu ver, é indispensável que haja projetos turísticos para a cidade pois se trata de uma atividade econômica capaz de gerar trabalho e renda para uma região naturalmente vocacionada a se desenvolver sustentavelmente. Deste modo, investir em pontos de maior movimento, a exemplo do Sahy, e a revitalização do cais de Conceição de Jacareí, constituem um dos passos iniciais nessa caminhada.



OBS: Imagens acima feitas por mim e minha esposa Núbia Mara Cilense durante a manhã de 04/05/2016, na Praia do Sahy. Mais fotos, inclusive o nosso passeio pela localidade rural de Santa Bárbara, no Vale do Sahy, podem ser vistas em minha página pessoal no Facebook.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Os pinheiros de pinus no Sahy




Na semana passada, enquanto eu voltava de Mangaratiba para Muriqui, a van passou brevemente pelo Sahy, deixando a RJ-014 e entrando na movimentada rodovia BR-101. Fiquei então observando as inúmeras árvores de pinus cultivadas ali na localidade de modo que comecei a indagar por que uma espécie exótica ao ecossistema de Mata Atlântica precisa compor uma importante paisagem da nossa região costeira?!

Em que pese o fato do plantio tanto de pinus como de eucaliptos servirem de alternativas ao desmatamento das nossas florestas nativas, não me parece que o lugar em questão seja adequado ao cultivo de tais espécies. Principalmente por causa do interesse turístico e visual que incide sobre a área considerando que as ruínas do Sahy fazem parte do patrimônio histórico de Mangaratiba. Uma riqueza que, aos poucos, está sendo destruída pela ação do tempo e descaracterizada pelos empreendimentos econômicos que decorrem da ambição desmedida do homem. Sobretudo no ramo imobiliário...

Nem todas as pessoas sabem, mas, no passado, o Sahy foi um triste local de venda de escravos. Não é de hoje que grupos ligados ao movimento negro e à arqueologia defendem a preservação da área, lutando incansavelmente pela demarcação de um parque. A ideia é fazer com que o Sahy abrigue um projeto de resgate da memória histórica sobre a diáspora africana no país e de combate ao preconceito racial. É o que podemos verificar acessando um blog que promove uma permanente campanha nesse sentido, sendo estas as críticas que constam na última postagem de 16/10/2013 atribuída a Bruno Linhares com o título E não se avança na demarcação do Parque:

"Espera-se o aumento da frequência da Praia do Sahy e com isto, os riscos para a integridade das ruínas do Sahy, que fazem parte da História do Município e da própria Diáspora Africana no Brasil. Não se nota qualquer avanço na demarcação e implementação de um projeto de criação do Parque, apesar do planejamento conjunto entre a Prefeitura de Mangaratiba e o IPHAN. Como poderemos no futuro contar um pouco desta História para as futuras gerações? É necessário que a sociedade se mobilize para salvá-la."

Concordo plenamente com essas denúncias feitas às quais acrescento também o plantio indevido de pinus no local que necessita ser urgentemente recuperado com a vegetação nativa em sua totalidade. Tanto dentro como no entorno do parque. Ou então através de um projeto de arborização com fruteiras tipo mangueiras, jabuticabeiras, jaqueiras, laranjeiras, goiabeiras, bananeiras e outras árvores que não vão agredir a nossa identidade regional. Nada de espécies exóticas ou que se destinem ao corte para atender à indústria madeireira. Afinal, o Sahy é nosso e também das futuras gerações.


OBS: A foto acima refere-se a uma área de reflorestamento com pinus nos Estados Unidos, conforme extraída da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Slash_pine.jpg