Na presente data de 04/05, levei minha esposa Núbia para dar um passeio pela região do Sahy, uma das localidades do Município de Mangaratiba que deveria receber uma valorização turística maior, sendo altamente estratégica por sua proximidade com a movimentada rodovia Rio-Santos (BR-101).
Inicialmente, fomos à Praia do Sahy onde se situava um antigo mercado de escravos em que seres humanos eram vendidos como mão-de-obra para trabalhar nas lavouras de café do Vale do Paraíba. No local, encontramos apenas as ruínas desse lugar de horrores que, embora devesse ser melhor preservado pelo Poder Público como patrimônio histórico, mostra também como a vitalidade da natureza fez com que a vegetação se regenerasse ali no decorrer dos anos.
Pior do que isso é ver as ruínas sujeitas à ação de depredadores! No ano passado, a Câmara Municipal de Mangaratiba aprovou a Indicação de n.º 191/2015 da autoria do edil José Maria de Pinho, a fim de que "o Poder Executivo Municipal coloque um isolamento protetivo nas ruínas da Praia do Sahy" (ler AQUI o inteiro teor da proposição). Só que, como pude verificar na manhã de hoje, a Prefeitura ainda não atendeu à solicitação encaminhada pelos vereadores e que representa uma antiga reivindicação da comunidade como se pode ler nas diversas postagens do blogue Pela criação do Parque Arqueológico do Sahy, de Bruno Linhares:
"O objetivos do Projeto de Criação do Parque do Sahy é a restauração das Ruínas localizadas na Praia do Sahy situada no Município de Mangaratiba, Rio de Janeiro. O que se busca é resgatar um dos acervos históricos e culturais da mais alta importância para este Município e para o próprio país, já que guarda em si fontes arqueológicas vivas, que percorrem boa parte da história da colonização do país, do reinado e do Império, em particular as tristes passagens do último período da diáspora africana." (trecho do artigo Porque é essencial a criação do Parque Arqueológico do Sahy, de 06/07/2008)
Como havia colocado, toda essa proximidade do Sahy com a estrada deve ser considerada para fins de promoção do turismo em Mangaratiba. Mais importante do que construírem um pórtico na divisa com Itaguaí, como muitos propõem, seria dar uma boa destinação ao local das ruínas buscando atrair os visitantes da Costa Verde quando passam por aqui rumo a Angra dos Reis, Ilha Grande e Paraty sem notarem os atrativos existentes no nosso esquecido Município. E aí precisamos ter em mente que a existência do balneário contribui para a permanência do turista nos períodos de calor. Logo, torna-se necessário o Poder Público investir em estruturas básicas para divulgar, acolher e orientar as pessoas.
Harmonizando-se com o desenvolvimento turístico, podemos ter nesse mesmo espaço um centro cultural com eventos comunitários permanentes e que valorizem a participação do negro na nossa História, assim como um museu contando sobre a colonização de Mangaratiba desde a época dos índios tupinambás. E, obviamente, com os devidos limites, pode ainda ser pensada a concessão de pequenos comércios por ali dentro, oferecendo artesanatos, alimentação e entretenimento aos consumidores.
A meu ver, é indispensável que haja projetos turísticos para a cidade pois se trata de uma atividade econômica capaz de gerar trabalho e renda para uma região naturalmente vocacionada a se desenvolver sustentavelmente. Deste modo, investir em pontos de maior movimento, a exemplo do Sahy, e a revitalização do cais de Conceição de Jacareí, constituem um dos passos iniciais nessa caminhada.
OBS: Imagens acima feitas por mim e minha esposa Núbia Mara Cilense durante a manhã de 04/05/2016, na Praia do Sahy. Mais fotos, inclusive o nosso passeio pela localidade rural de Santa Bárbara, no Vale do Sahy, podem ser vistas em minha página pessoal no Facebook.
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