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sábado, 29 de junho de 2019

Entrevista na "TV Costa Verde" sobre o turismo e outros assuntos de interesse do Município

Boa noite, amigos! 

Segue nesse vídeo postado no YouTube a entrevista que dei à "TV Costa Verde" falando sobre turismo e outros assuntos relacionados a Mangaratiba. Confiram e compartilhem comigo qual a opinião de vocês. 


Ótimo final de sábado a todos!

sábado, 16 de dezembro de 2017

A sugestão é a população lotar a audiência pública do dia 19/12 sobre o Plano Diretor


Conforme anunciado ontem nas redes sociais pelo senhor presidente da Câmara Municipal, vereador Vitinho, teremos uma audiência pública, no dia 19/12, terça-feira, às 17 horas, Centro Cultural Cary Cavalcante, para tratar do Plano Diretor de Mangaratiba.

Certamente a população de Mangaratiba tem a obrigação moral de lotar essa reunião. Não somente pelas questões históricas envolvendo os quilombolas das fazendas Santa Justina e Santa Isabel, mas também por causa de todas as expansões urbanas que querem autorizar e a necessidade imperiosa de protegermos com bravura o nosso meio ambiente.

Lanço aqui uma pergunta para refletirmos. Será que Mangaratiba tem condições geográficas de continuar ampliando o seu crescimento populacional e permitindo novas construções desordenadamente?!

E mais! Teremos água suficiente na bacia do rio do Saco para o abastecimento de futuros bairros que surgirão por ali? Ou vamos cometer amanhã a desastrosa loucura de transpor as águas de Ingaíba para lá, causando um enorme dano ambiental e financeiro?

Como ficaria a situação das enchentes e do esgotamento sanitário com mais residências acima que, quando muito, terão lá uma fossa? Pois, se houver mais áreas impermeabilizadas, qualquer leigo no assunto pode muito bem concluir que a vazão das águas pluviais nos dias de maior precipitação será intensa afetando quem se encontre à jusante.

A própria região de Ingaíba é outra que merece atenção. Pois, embora lá haja mais espaços para uma expansão urbana, quando comparada com as fazendas Santa Justina e Santa Isabel, não podemos nos esquecer de que Batatal encontra-se bem no entorno de um parque ambiental que é o Cunhambebe, tratando-se de um lugar com grande vocação para o ecoturismo. Logo, se houver uma expansão ali, que seja em áreas mais próximas da rodovia Rio-Santos, em terrenos planos e com restrições.

Diante de tudo o que já vem acontecendo em Mangaratiba, com a degradação do meio ambiente, favelização, crescimento da violência e depredação do patrimônio histórico, resta ao cidadão sair em defesa do seu Município e se manifestar nessa reunião com coragem. Afinal, vivemos dentro de uma APA e no entorno de um importante parque natural com uma biodiversidade riquíssima, além de possirmos significativas áreas costeiras, mares, ilhas, florestas, nascentes hídricas e morros, os quais merecem a nossa proteção.

Ótimo sábado a todos!

sábado, 7 de outubro de 2017

É preciso valorizar mais a nossa cachoeira do "Véu de Noiva" em Muriqui!



Neste sábado (07/10), visitei novamente um dos principais pontos ecoturísticos do nosso Município que é a cachoeira do "Véu de Noiva", situada em Muriqui (4º Distrito de Mangaratiba) e também dentro dos limites do Parque Estadual do Cunhambebe.


Para se chegar a esse recanto natural, é preciso que o visitante pegue a rodovia Rio-Santos (BR-101), estacione o carro no Bairro Cachoeira 1 e encare uma subida que tira o fôlego de muita gente despreparada, indo primeiro pela rua principal e depois seguindo por trilha dentro da floresta.






Mesmo que o percurso cause algum cansaço físico no caminhante, o esforço compensa porque o cenário é encantador, sendo que, do alto da queda d'água, dá para se ter uma visão deslumbrante de uma parte da Baía de Sepetiba, de frente para a Ilha de Jaguanum.




E para quem ainda não sabe, a cachoeira ganhou uma importante obra artística denominada de Ring One with Nature, a qual foi doada, na época das Olimpíadas (2016), por uma artista de renome internacional - a japonesa Mariko Mouri.





Ainda que nem todos aqui apreciem o estilo de seu trabalho, visto que o gosto artístico é algo subjetivo, considero que o Poder Público deveria valorizar mais este ponto turístico dentro do Município de Mangaratiba. Pois, a meu ver, a Prefeitura e o INEA poderiam estudar um projeto de acessibilidade para permitir a visitação de cadeirantes e de pessoas com dificuldades de locomoção, promovendo também mais divulgação na mídia, no curso da rodovia e na rede turística local.

Além disso, bem próximo do Véu da Noiva fica a captação de água de Muriqui onde uma antiga represa abastece quase todo o Distrito. O acesso lá é proibido, mas, quando chega o verão, nem sempre os turistas respeitam esse limite de modo que considero fundamental haver, além das placas de advertência, o cercamento do local dificultando mais a entrada de pessoas não autorizadas. 




No entorno dos limites do Cunhambebe, mais precisamente no bairro da Cachoeira 1, entendo ser necessário a Prefeitura desenvolver ao mesmo tempo um trabalho de capacitação em turismo e um aproveitamento do trecho do rio Muriqui não abrangido pela unidade de conservação. Pois, sem precisar expulsar ninguém de lá (no máximo desapropriando uns poucos imóveis) e ocupando um pequeno trecho, poderíamos ter um parque municipal que seria também um balneário de água doce.

Quanto ao projeto de capacitação, este serviria para que a comunidade possa atender melhor às demandas do turismo através de serviços de hospedagem familiar, passeios guiados, eventos culturais, alimentação e também orientando os visitantes. Pois, deste modo, estaríamos criando ali oportunidades de trabalho e de geração de renda sem que o morador precise arrumar um emprego longe de sua casa.




Finalmente, faço menção das tradicionais cocadeiras. Pois quem nunca ouviu falar das famosas cocadas de Muriqui? 

Considero que já era tempo de haver um direcionamento por parte da Prefeitura para que essas valentes trabalhadoras possam se estruturar melhor, buscando um estratégico agrupamento delas próximo ao estacionamento do Bairro Cachoeira 1 e transformando os atuais pontos de venda em futuros quiosques.


Sei que há muito mais por dizer acerca do que precisa ser feito na Cachoeira 1 e também nesse trecho do Parque do Cunhambebe próximo a Muriqui onde falta mais monitoramento ambiental, tratamento de esgoto, controle quanto ao acesso dos visitantes, segurança nas cachoeiras, dentre outras situações. Mas acredito que um dos primeiros passos a ser tomado é haver vontade política em desenvolver o turismo ecológico num lugar onde há um enorme potencial a ser trabalhado.

Ótimo domingo a todos!

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Os trechos tombados pelo IPHAN na RJ-149




Há tempos que os trechos não pavimentados da rodovia RJ-149, sob controle do IPHAN, têm se tornado alvos de reclamações entre os usuários da estrada, apontados como potenciais pontos de risco capazes de causar um acidente automobilístico na Serra do Piloto. Foi o que li na recente postagem feita pelo internauta Marco Santos no sítio de relacionamentos Facebook:

"Venho aqui demonstrar a necessidade de um povo, que há tempos pede a solidariedade a nosso prefeito, para que se tome providências, sobre nossa estrada da Serra do Piloto, agora RJ 149. Fomos agraciados pela pavimentação que realmente nos facilitou e tornou a locomoção muito mais ágil e confortável, porém 3 trechos da mesma RJ sobre controle e manutenção do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), nos traz imenso perigo, tanto em relação a violência, quanto a acidentes. Neste fim de semana, iniciando o Circuito do Forró, que está sendo promovido pela Prefeitura Municipal de Mangaratiba, com intuito de melhorar o acesso , a administração da Serra do Piloto tentou amenizar as imensas crateras formadas pelo abandono dessa instituição federal (IPHAN), já que a mesma é responsável por preservar, divulgar e fiscalizar os bens culturais brasileiros, e por consequência desse trabalho, sobre denúncia de pessoas que também necessitam, foram conduzidos à delegacia impossibilitando que os mesmos concluíssem o serviço como devido. Agora nos encontramos em dúvida: fazer algo para melhoria ou nos acovardarmos e cruzarmos os braços abandonando nosso distrito? Estamos em ano de eleição, aqui não estou fazendo política, estou fazendo um pedido: que o excelentíssimo prefeito Ruy Tavares Quintanilha, junto a Câmara legislativa, cobrem deste órgão uma ação urgente sobre esses trechos, pois os mesmos são frutos de discórdia entre moradores e a administração e sendo motivo de politicagem, onde poucos se promovem sobre a ignorância de muitos, e responsabilizam quem procura trabalhar. Precisamos sim de pessoas que gritem mas em favor de algo, não que seja covarde incitando ao erro. Aqui falo como cidadão, contribuinte, morador e eleitor, que ciente da responsabilidade conduzo minhas palavras a quem de direito for, mesmo que não sendo responsabilidade da prefeitura, a mesma pode exigir que se faça algo, pois representam o povo e a eles devem respeito." (clique AQUI para acompanhar o debate nas redes sociais)

Já encaminhei uma denúncia do caso ao Ministério Público Federal, através da Ouvidoria do órgão na internet, por entender que o IPHAN está se omitindo em relação à manutenção desses três trechos da rodovia estadual. Porém, gostaria de contribuir com minhas sugestões sobre qual poderia ser a melhor solução para o problema que motoristas e moradores da Serra do Piloto cotidianamente enfrentam ali.

Na postagem de 03/09/2015, escrevi neste blogue o artigo A histórica rodovia Mangaratiba - Rio Claro, no qual propus que a rodovia fosse transformada numa "estrada-parque", em que bastaria o governo estadual acolher o ofício da Câmara Municipal, a qual havia aprovado a Indicação de n.º 261/2015:

"INDICA AO EXMO SR. PREFEITO QUE OFICIE-SE AO EXMO SR. GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA QUE TRANSFORME A RODOVIA RJ-149 QUE LIGA MANGARATIBA A RIO CLARO, EM UMA "ESTRADA-PARQUE", CONFORME PREVISÃO NO DECRETO ESTADUAL 40979 DE 2007"

Assim como o Decreto Estadual n.º 40.979/2007, mencionado no texto da indicação, temos também a Lei Estadual n.º 6371/2012, sancionada posteriormente. Esta estabelece regras de restrição e acesso de pessoas a serem observadas numa Estrada-Parque, tendo em vista que a mesma atravessa unidades de conservação da natureza de domínio público, valendo lembrar que a RJ-149 corta o Parque Estadual do Cunhambebe (PEC). Porém, o objetivo, por enquanto, seria tão somente o reconhecimento da rodovia dentro da referida categoria de Estrada-Parque, sendo que qualquer interessado pode propor na forma do art. 3º do Decreto, seja a Prefeitura de Mangaratiba, nossa Câmara Municipal, uma ONG ou OSCIPS, uma associação de moradores local bem como mesmo uma pessoa pessoa física. Basta que faça um requerimento fundamentado contendo um inventário dos atributos exigidos:

"Art. 3º - O interessado no estabelecimento de uma estrada-parque deverá realizar inventário prévio dos atributos naturais, paisagísticos, históricos, culturais, arqueológicos, paleontológicos e recreativos da região atravessada pela via proposta, de forma a reunir elementos que a justifiquem.

Parágrafo único: O projeto de estabelecimento de uma estrada-parque, acompanhado do inventário dos atributos da região, será submetido, quando couber, à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA, que procederá ao respectivo processo de licenciamento ambiental, ouvido o órgão da unidade de conservação afetada."

Certamente que, na atualidade, caberia ao INEA, e não mais à extinta FEEMA, proceder o licenciamento ambiental da rodovia para esta ser transformada numa Estrada-Parque que ouviria o conselho do PEC e pode também realizar uma ou mais audiência pública nas comunidades envolvidas. E, neste caso, várias autoridades se fariam presentes para opinarem juntamente com a população.

Ressalto que a ideia de termos ali uma Estrada-Parque vai além da conservação desses trechos não pavimentados da pista, coisa que o IPHAN pode simplesmente transferir à Prefeitura, ao DER ou a quem se tornar responsável pela via. O objetivo seria também termos um turismo desenvolvido sustentavelmente na região, contribuindo para aumentar o monitoramento dos órgãos públicos e ainda valorizarmos a Serra do Piloto sob vários aspectos. 

Nada impediria depois a colocação de um simbólico "pedágio verde" com isenção para os moradores de Mangaratiba e de Rio Claro, bem como das empresas de transporte de passageiros. Aí, com o dinheiro da arrecadação, parte da receita poderia ser destinada à conservação desses trechos de interesse histórico não pavimentados e também para fazer algumas melhorias estruturando melhor a visitação turística.

Verdade é que temos um tesouro precioso dentro do nosso Município, mas que, infelizmente não estamos sabendo trabalhar. E, deste modo, pode muito bem o DER depois conceder a administração da RJ-149 a um consórcio intermunicipal formado por Mangaratiba e Rio Claro ou ainda para a iniciativa privada. Logo, aquilo que hoje é visto como um problema para muitos viraria a solução do nosso único distrito serrano. Aliás, seria o que está faltando hoje para unir os roteiros das estâncias turísticas paulistas (Cunha, São José do Bairro e Bananal) com os da Costa Verde, criando um interesse de visitação entre a serra e o mar. 




Do limão, podemos fazer uma limonada. Que a Serra do Piloto consiga sair desse atoleiro!


OBS: Fotos acima extraídas da página do senhor Marco Santos no Facebook.

quarta-feira, 23 de março de 2016

E se a gestão do PEC fosse transferida à iniciativa privada?




Neste último domingo (20/03), finalmente visitei a sede do Parque Estadual do Cunhambebe (PEC), situada na Estrada da Cachoeira que vai do Sahy até à localidade rural de Santa Bárbara. 

Criado pelo Decreto Estadual nº 41.358, de 13 de junho de 2008, o PEC tem área total aproximada de 38 mil hectares, abrangendo partes de Angra dos Reis, Rio Claro, Itaguaí e também do nosso esquecido Município de Mangaratiba. Porém, somente no ano passado, dia 13/11, é que foi inaugurada a tão sonhada sede (fora de seus limites territoriais) sendo que a extensa unidade de conservação (UC) ainda carece de portarias, trilhas estruturadas, áreas de acampamento, banheiros públicos, cantinas e mais agentes públicos para monitorá-la. O contrato temporário com os guarda-parques deve terminar em breve, o que considero muito preocupante já que a atuação desses funcionários é indispensável para inúmeras ações de cuidado ambiental.

Penso que deveria haver mais estudos e propostas versando sobre a gestão privada dos parques ambientais estaduais, os quais até hoje são mal explorados turisticamente no Rio de Janeiro. Muitas dessas UCs recebem números irrisórios de visitantes sendo que essa época de outono e inverno seria considerada bem propícia para a prática do ecoturismo, algo que, inegavelmente, agregaria valor à economia da nossa região.

Sendo assim, não seria sugestivo passar a administração do PEC de diversos parques estaduais para a iniciativa privada por meio de gestão compartilhada via parceria público-privada (PPP) ou de licitação de serviços voltados ao turismo ecológico? 

Suponho que, ao transferir a gestão do PEC para a iniciativa privada, o Estado do Rio de Janeiro estará se desonerando dos caros investimentos em segurança, preservação ambiental, além do sistema de combate a incêndio e à depredação. Sem esquecermos que a UC poderá ser aproveitada como um produto, com a exploração do ecoturismo, por exemplo.

Obviamente que nenhum governo cria um parque para ganhar dinheiro e o interesse estatal deve buscar o cuidado e a preservação da área institucionalmente protegida. Logo, se os investimentos públicos nas UCs pudessem ser ao menos compensados pelas receitas recebidas com a gestão privada já estaria bom demais.


OBS: Ilustração acima extraída de uma página de notícias do secretário estadual do ambiente André Corrêa sobre a inauguração da sede com atribuição dos créditos autorais a Luiz Galerani, conforme consta em https://www.andrecorrea.com.br/realizacoes/secretario/secretario-estadual-do-ambiente-inaugura-sede-sustentavel-do-parque-estadual

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A histórica rodovia Mangaratiba - Rio Claro




Em nossa região de Mangaratiba, temos umas das mais antigas estradas de rodagem do país que é a RJ-149, a qual dá acesso ao município vizinho de Rio Claro numa extensão de aproximadamente 40 km. Trata-se de uma rodovia histórica construída por D. Pedro II em 1856 para acessar o Porto de Mangaratiba, ligando ao mar a antiga São João Marcos, o qual foi um dos mais ricos municípios do país entre o final do século XVIII e meados do século XIX e que hoje é um Parque Arqueológico gerado a partir de sua inundação por ocasião das obras do complexo hidrelétrico de Lajes da Light. Seu objetivo, na época, foi facilitar o escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba Fluminense e permitir a entrada de mão-de-obra escrava para a lavoura. 




Indispensável destacar que a RJ-149 atravessa uma importante unidade de conservação da natureza que é o Parque Estadual do Cunhambebe, havendo antigas construções da época imperial (as ruínas do velho teatro e o histórico Bebedouro da Barreira) que podem ser encontradas no trajeto, além de um lindo mirante a 200 metros de altitude. Deste ponto, avistamos toda a cidade de Mangaratiba, parte da área rural do Município, sua baía e bem ao fundo a linda e característica silhueta do relevo da Ilha Grande, como se verifica nas duas próximas fotos. 




Apesar das obras de reforma no começo da década, a estrada ainda precisa de melhorias realmente significativas que agreguem um maior valor turístico e ecológico. Há que se pensar em ciclovias e caminhos para pedestres, recuos que permitam breve estacionamento para contemplação dos mirantes naturais, bem como para estacionamento que dê acesso a serviços de alimentação, áreas de lazer, de descanso e de conveniência. Além disso, necessitamos também de pórticos, guaritas para o controle do acesso de veículos, zoopassagens que permitam a passagem da fauna em segurança, e a construção de um centro de visitantes com informações sobre os atrativos da região, sobre a Mata Atlântica em geral e sobre outros temas pertinentes. Pois, através de tais melhorias, poderemos desenvolver um turismo de qualidade na região fazendo com que a Serra do Piloto torne-se um destino realmente procurado em Mangaratiba.




De acordo com o artigo 2º do Decreto Estadual n.º 40.979, de 15 de outubro de 2007, a Estrada-Parque trata-se da via automotiva que, inserida no todo ou em parte em unidade de conservação da natureza, possua características que compatibilizem sua utilização com a preservação dos ecossistemas locais, a valorização da paisagem e dos valores culturais e, ainda, que fomentem a educação ambiental, o turismo consciente, o lazer e o desenvolvimento socioeconômico da região onde está inserida. E foi pensando nessas questões, eis que, na sessão de 18/08 do corrente ano, a Câmara de  Mangaratiba aprovou a Indicação de n.º 261/2015, de autoria do vereador José Maria de Pinho (PSB), requerendo a expedição de ofício ao governador Pezão para que o Estado transforme a rodovia RJ-149 numa “Estrada-Parque”, determinando a realização do inventário prévio dos atributos naturais, paisagísticos, históricos, culturais, arqueológicos, paleontológicos e recreativos da região, conforme previsto no referido Decreto. 




Assim sendo, venho compartilhar aqui essa proposta a fim de que a RJ-149, que é a linda rodovia que liga Mangaratiba a Rio Claro, atravessando o Parque Estadual do Cunhambebe, seja o quanto antes transformada numa Estrada-Parque, pelo que peço o apoio das autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, além da sociedade fluminense em geral.

Uma ótima quinta-feira para todos!


OBS: Imagens acima extraídas dos portais da Prefeitura de Mangaratiba, Governo do Estado do Rio de Janeiro (segunda) e Wikimapia (última).

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Que tal se tivéssemos aqui a Trilha Transmangaratibense?




Frequentemente tenho me deparado com notícias na mídia falando sobre a Trilha Transcarioca que atravessa a cidade do Rio de Janeiro de oeste a leste levando o ecoturista a cenários incríveis. Seu início fica na Barra de Guaratiba e termina no Pão de Açúcar, compreendendo uma extensão atual de cerca de 100 quilômetros já manejados e sinalizados.

Pensando a respeito disso, tenho amadurecido em minha mente a ideia de se projetar em Mangaratiba uma trilha que permita o turista caminhar de Itacuruçá até Conceição de Jacareí e ainda conhecer alternativamente a Serra do Piloto. Falo de uma estrutura que em que as pessoas possam visitar as praias, cachoeiras e diversas outras atrações naturais existentes no nosso município.

Embora pareça uma ideia recente para nós, eis que o conceito sobre as trilhas de longo curso existe há cerca de um século tendo sido já amplamente testado com sucesso em vários lugares do mundo. Em alguns países, como nos Estados Unidos e República Dominica, tais vias são consideradas corredores ecológicos integrando os sistemas de unidades de conservação da natureza.

Através de um trabalho em conjunto entre a Prefeitura e o INEA, acredito ser possível realizar esse projeto em nossa região, o que seria importantíssimo tanto para ajudar na conservação do Parque Estadual do Cunhambebe pela presença de visitantes conscientes como também desenvolver sustentavelmente o ecoturismo. Isto porque, na proximidade dos diversos acessos da trilha, a Secretaria de Turismo pode inventariar e cadastrar hotéis, albergues, pousadas, restaurantes, sítios de lazer, etc.

Atualmente, a Trilha Transcarioca tem mais de 100 km prontos e totalmente sinalizados. Quando estiver completamente pronta cruzará o Rio de Janeiro por um percurso de aproximadamente 170 km, saindo da Barra de Guaratiba até o Morro da Urca, aos pés do Pão de Açúcar, havendo propostas de se incluir futuramente a Restinga de Marambaia. Neste caso, serão 250 km de extensão e aí, se tivermos desenvolvendo um bom trabalho no município, as pessoas que fizerem um percurso inverso (vindo da Urca para a Marambaia), poderão dar continuidade ao passeio quando atravessarem de barco até Itacuruçá e prosseguirem até Conceição de Jacareí onde há uma fartura de transportes para a Ilha Grande.

Como já escrevi em outras postagens publicadas neste blogue, o turismo pode ser considerado uma indústria sem chaminés e, se for desenvolvido com sustentabilidade, pode até ajudar na conservação do meio ambiente. No caso das trilhas, embora devemos ter sempre atenção com as vias de acesso que são abertas para caçadores, palmiteiros e bandidos que se escondem nas matas, há que se considerar também que a presença humana pode ajudar no monitoramento das áreas protegidas formando grupos de apoio de voluntários. Ou seja, a própria atividade de recreação, quando bem direcionada, acaba ajudando na ampliação e manutenção de um proveitoso corredor ecológico na Serra do Mar.

E então? Que tal Mangaratiba começar a trabalhar nisso para 2020?


OBS: Ilustração acima extraída de um mapa mostrando o trajeto da Trilha Transcarioca, conforme consta em http://mosaico-carioca.blogspot.com.br/p/trilha-transcarioca.html

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

As trilhas de Mangaratiba



Nesta última segunda-feira (28/10), quando estive na região de Ingaíba e Batatal, fiquei decepcionado em saber das más condições das trilhas de lá, as quais, até um tempo atrás, foram bem utilizadas para passeios. Segundo informaram algumas pessoas do local, os caminhos que vão até Conceição de Jacareí e Monsuaba (já no município de Angra dos Reis) estariam em más condições, dificultando a prática da modalidade ecoturística de trekking (travessia).

Não descarto o interesse preservacionista do INEA em relação ao Parque Estadual do Cunhambebe (PEC), bem como a necessidade de se controlar as vias de acesso para combater a caça ilegal e o tráfico de animal silvestre, mas o certo é que a política ambiental precisa também contemplar o desenvolvimento do turismo ecológico junto com todas as suas modalidades possíveis. Até mesmo porque é importante desenvolvermos atividades econômicas sustentáveis na região que ajudem/incentivem a manter nossas matas de pé nas inúmeras unidades de conservação da natureza já existentes.

Em 04/06, compartilhei aqui um sonho meu afim de que tenhamos uma rota nacional de turismo ecológico percorrendo de norte a sul toda a Serra do Mar. Seu trajeto iria desde a cidade fluminense de Campos até o estado de Santa Catarina, incluindo a nossa querida Mangaratiba. Porém, independentemente do Ministério do Turismo vir a abraçar essa ideia, penso que podemos cuidar um pouco melhor das trilhas existentes no nosso município, conservando-as e sinalizando-as. Isto iria permitir ao excursionista caminhar de Itacuruçá até Conceição de Jacareí através da serra, bem como visitar as áreas rurais vizinhas de Itaguaí, Angra dos Reis e Rio Claro.

A meu ver, investimentos em ecoturismo não é dinheiro perdido pois contribui decisivamente para aumentar o tempo de permanência do turista em Mangaratiba e na região da Costa Verde. Ao mesmo tempo, todas as comunidades do entorno do PEC seria beneficiadas porque de alguma maneira participariam do aproveitamento da unidade para fins de lazer. Em cada uma dessas localidades e povoados próximos surgiriam pousadas, áreas de camping, restaurantes, cantinas, serviços de guia e agências de passeio. Quem viesse visitar a Ilha Grande incluiria o nosso município em seus roteiros.

Paralelamente a isso, desenvolveríamos dois circuitos eco-rurais em Mangaratiba, sendo um na região de Ingaíba-Batatal e o outro na Serra do Piloto, como já havia proposto num artigo específico de 16/07. Integrando o homem do campo e suas atividades de um modo sustentável, penso ser possível tornar a população das comunidades do entorno do PEC grandes parceiras do meio ambiente e que se beneficiariam com o ecoturismo ao invés de ficarem às margens de um "muro verde".

terça-feira, 4 de junho de 2013

Uma grande rota na Serra do Mar passando por nossa Mangaratiba

Caros leitores,

Esta é uma proposta que estou divulgando para o Brasil inteiro mas que, certamente, inclui as serras de Mangaratiba, Angra dos Reis e Rio Claro, passando pelo Parque Estadual do Cunhambebe. Confiram aí o texto que publiquei também em meu blogue pessoal.


Que tal termos uma grande rota turística percorrendo toda a Serra do Mar?





Serra do Mar é uma extensa cadeia de montanhas do relevo do país que tem cerca de 1.500 quilômetros e vai de Santa Catarina até o estado do Rio de Janeiro, acompanhando um considerável trecho do nosso litoral (daí a explicação do seu nome). Possui cenários belíssimos e picos que ultrapassam a marca dos dois mil metros de altitude estando o seu ponto culminante entre os municípios fluminenses de Teresópolis e Nova Friburgo - o maior dos Três Picos de Salinas com 2.316 metros.

Boa parte da Mata Atlântica preservada encontra-se na Serra do Mar, juntamente com inúmeras nascentes de águas cristalinas, além dos últimos representantes da fauna e da flora desse tão agredido ecossistema hoje reduzido a menos de 10% da sua cobertura original. Isto porque as terras mais altas e de difícil acesso não foram tão degradadas pela ocupação humana no decorrer da História como ocorreu com as planícies. Aliás, não é por menos que nela existam várias unidades de conservação da natureza federais, estaduais e municipais, dentre as quais temos os parques, as reservas, as áreas de proteção ambiental e as propriedades privadas comprometidas com a preservação do meio natural que são as RPPNs. E, segundo a Constituição brasileira, essas montanhas cheias de verde são reconhecidas como "patrimônio nacional" (art. 225, § 4º).

Ao mesmo tempo em que a Serra do Mar desperta o interesse ecológico, ela atrai também um público desejoso de melhor conhecê-la. E aí entra o ecoturismo como um poderoso instrumento de desenvolvimento sustentável preconizado pela Agenda 21, o que inclui a prática de atividades de lazer, de esporte e de educação ambiental em áreas naturais, além do simples ato de contemplar as belezas criadas por Deus - o turismo de observação. Esta é a modalidade turística que produz o mínimo de impacto possível e contribui para a conscientização das pessoas, sendo, no caso das caminhadas, acessível para todas as idades independentemente da condição econômica do participante.

Neste sentido, quero apresentar aqui a minha sugestão para que seja criada uma rota oficial atravessando a Serra do Mar de norte a sul, dando acesso às principais unidades de conservação nela situadas. Sem precisar fazer escaladas ou levar consigo qualquer instrumento de orientação, o caminhante teria a oportunidade de transitar seguramente por uma via bem monitorada, sinalizada e que receberia periódica manutenção. Encontraria frequentemente pelo roteiro locais próprios para hospedar-se, acampar, fazer suas refeições, comprar mantimentos, tomar banho e se abastecer com água corrente potável.

Embora uma rota assim importe em alguns riscos porque, na hipótese de abandono, viraria uma via de acesso para caçadores, palmiteiros e bandidos, em minha proposta ela seria constantemente monitorada e fiscalizada através de agentes públicos. Para arrecadar recursos financeiros que ajudem na sua manutenção, eis que seriam criados postos de pedágio com preços bem módicos a cada trinta quilômetros, tipo um real por pessoa, juntamente a cobrança anual pela permissão de atividade dos estabelecimentos empresariais. E, devido à importância que teria, o recebimento de verbas públicas se tornaria plenamente justificável.

Sabe-se que, atualmente, o turismo movimenta no mundo trilhões de dólares. Calcula-se que mais de 180 milhões de pessoas vivam direta ou indiretamente dessa admirável indústria sem chaminés, valendo ressaltar que o segmento do ecoturismo tem crescido muito nos últimos anos. Contudo, o Brasil, com todo o seu potencial natural, mantém-se adormecido em berço esplêndido por não saber ainda explorar adequadamente os valiosos recursos que tem. Enquanto a Espanha fatura uma grana bem alta dos peregrinos que para lá viajam afim de percorrerem a pé os Caminhos de Santiago de Compostela, patrimônio mundial tombado pela UNESCO, não temos nenhuma grande rota que proporcione ao visitante ter contato com o que há de melhor nesta terra: a exuberante natureza.

Considerando a aproximação dos grandes eventos, este seria o momento mais oportuno para o Brasil abraçar um projeto assim. E a criação do roteiro, o qual sugiro chamarmos de Caminhos do Curupira, não seria algo tão moroso ou de alto custo (Dilma não gastaria nem um centésimo da reforma do Maracanã) porque buscaríamos aproveitar as estradas, as trilhas e as servidões já existentes dentro e fora dos parques ecológicos. Caberia assim ao Poder Público fazer o mapeamento, dar definição ao trajeto, construir uma estrutura mínima, disponibilizar funcionários, mobilizar os municípios envolvidos e divulgar na mídia. Rapidamente receberíamos visitantes vindos dos quatro cantos do planeta afim de descobrirem as maravilhas dessa encantadora terra. A hora é essa!


OBS: Imagem extraída de uma página oficial do governo do Estado de São Paulo.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Como tirarmos melhor proveito do nosso potencial turístico?



Mangaratiba tem um incrível potencial turístico que cada vez mais estou conhecendo e experimentando após vir morar no município. Além das frequentadas praias do continente, temos curiosas ilhas, montanhas, florestas, cachoeiras com águas cristalinas, propriedades rurais, prédios e ruínas de valor histórico, tranquilidade de sobra fora da alta temporada, clima quente, etc. Só que, na prática, apenas subaproveitamos o litoral esquecendo-nos das outras coisas capazes de aquecer a economia da cidade.

Sem querer ser preconceituoso, mas qual é o perfil do turista que mais frequenta as praias do município? É o indivíduo que, geralmente, senta em frente a um quiosque para beber cerveja enquanto suas crianças brincam pela areia, restringindo-se a fazer somente isso. Uns têm casa aqui, outros alugam alguma quitinete, uma minoria fica em pousada, cada vez menos vem gente com barraca para acampar e tem um número bem expressivo de banhistas, provenientes de lugares próximos, que retornam no mesmo dia para os seus lares. Uma pequena "elite" é dona de barco e sai para passear pelas baías de Angra e de Sepetiba, quando não ficam andando com o jet-ski perto da orla desrespeitando a distância de segurança dos 100 metros exigida pela Marinha.

Bem, esse é o quadro que temos no verão, feriados e alguns finais de semana ensolarados. No Carnaval, as praias enchem. Mas, quando se vão aqueles dez dias de grande movimento, a população de Mangaratiba passa a se resumir apenas aos residentes domiciliados aqui. Faltam mais eventos organizados, estrutura, investimentos e divulgação capazes de segurar o turista em outras épocas do ano. Ou então, atrair, nessas ocasiões, pessoas com um outro tipo de perfil.

Eu gosto muito de caminhar e conheço a trilha que vai da cachoeira de Muriqui até Rubião, na Serra do Piloto. Também já andei pela Ilha de Itacuruçá, nas cachoeiras que têm lá para dentro do Sahy e em Conceição do Jacareí. Porém, logo observei que falta organização. Deveria haver mais placas, informações e roteiros para quem é amante de esportes como o trekking (travessias). Afinal, o ecoturismo é uma das espécies do turismo que mais cresce e atrai um tipo de frequentador diferente dessa turma que nos visita no verão. Digo isto não porque eles tenham maior poder aquisitivo, mas, principalmente, porque é uma galera mais consciente e que não costuma deixar toneladas de lixo nas praias.

É certo que, se o ecoturismo não for bem organizado, vira bagunça também. Aventureiros podem se perder na mato, outros farão o camping selvagem e o meio ambiente acabaria sofrendo danos. Porém, se houver uma preocupação real com esse setor em expansão da economia, Mangaratiba terá o seu devido retorno capaz de gerar trabalho e renda numa época de outono como esta. As pousadas na Serra do Piloto ficariam lotadas em julho e novos estabelecimentos surgiriam ali como hotéis-fazenda, áreas devidamente estruturadas para acampamento, empresas prestando o serviço de guia na floresta, mercados vendendo artesanatos e produtos da região, restaurantes e bares faturando, etc.

Temos o Parque Estadual do Cunhambebe, criado através do Decreto n.º 41.358/2008, com uma área de 38 mil hectares e que abrange não só parte de Mangaratiba como Angra, Rio Claro e Itaguaí. Só que até hoje o INEA quase não teve recursos para investir na nova unidade de conservação que ainda está muito longe de se tornar frequentado por montanhistas a exemplo da Serra dos Órgãos ou do Itatiaia, ambos do governo federal. Ainda assim, penso que seja possível desenvolver projetos dentro dessas limitadas condições. Aliás, nem acho que o processo de desapropriação deva ser acelerado. Se for possível manter os tradicionais moradores ali e pagá-los pela prestação de serviços ambientais, melhor. Aí bastará que as comunidades passem a conviver com o turismo e sejam capacitadas para isso através de cursos, palestras e eventos.

Todavia, é preciso trabalhar tanto o que poderemos ter quanto o que já temos. Como disse, há um subaproveitamento das temporadas de verão. No final do ano passado, ouvi o papo de que o comércio na praia seria profissionalizado, os ambulantes teriam que requerer licença junto à Prefeitura e, quando janeiro chegasse, usariam crachás de identificação. Só que o Carnaval passou e não vi nada disso acontecer. Aliás, vi um bando de oportunistas invadirem Muriqui, tirando o espaço de quem já trabalha o ano inteiro no distrito e está em dia com as exigências burocráticas. A presença da fiscalização, se é que houve, foi bem fraca.

Ainda tenho muito o que escrever sobre o turismo e pretendo voltar a esse tema em futuras postagens já que não consegui esgotar o assunto nessas poucas linhas. E, se compartilhasse tudo aqui de uma só vez, o texto ficaria chato. Porém, o que mais quero é ressaltar a importância dessa crescente atividade que é uma indústria sem chaminés. Talvez seja a grande oportunidade para Mangaratiba realmente se desenvolver com sustentabilidade uma vez que nem a geografia e os maus serviços da concessionária AMPLA nos dão a oportunidade de ter aqui um parque industrial.


OBS: A imagem acima refere-se à orla de Mangaratiba. Foi extraída do site da Prefeitura Municipal em  http://www.mangaratiba.rj.gov.br/portal/distritos/mangaratiba.html