domingo, 30 de julho de 2017

É preciso rever a localização de algumas academias ao ar livre




Na tarde de ontem (29/07), estive caminhando pela Serra do Piloto, onde, na companhia do vereador Helder Rangel e do artista plástico Jorge Nathureza, pude constatar de perto a importância de ser elaborado com a comunidade um projeto de urbanismo para o nosso 5º Distrito voltado para o desenvolvimento do turismo. Na oportunidade, o senhor Jorge, que é um dos moradores da localidade, falou-nos da necessidade de remoção da academia de ginástica ao ar livre da praça central dali para outro lugar mais propício, o que permitiria um melhor aproveitamento do espaço hoje ocupado pelos atuais aparelhos.

Para quem não se lembra, houve, no ano passado, uma expressiva expansão das academias ao ar livre. E isso pode ser verificado através de uma matéria no portal da Prefeitura na internet, datada de 31/05/2016, a qual registra a intenção do ex-secretário de obras (e do prefeito da época) para que a praça central da Serra do Piloto fosse um dos quinze lugares contemplados com os aparelhos, o que de fato aconteceu: 

"Mangaratiba vai ganhar 15 novas academias ao ar livre. O Prefeito Ruy Quintanilha e o Secretário de Obras Pedro Barboza visitaram, nesta segunda-feira (30), os locais onde ficarão os aparelhos, presentes em todos os seis distritos do município. As praças da cidade vão poder contar, já a partir de julho, com mais estes atrativos. A proposta é incentivar a prática de atividades físicas e melhorar a qualidade de vida da população. Pedro Barboza destacou que os equipamentos já foram comprados e a Prefeitura só aguarda a entrega dos materiais para a instalação (...) Os equipamentos ficarão em praças e locais públicos abertos, com o objetivo de proporcionar também um espaço de lazer e interação social para as comunidades."

Não vou negar o valor dessas academias para a sociedade. Principalmente para o público mais idoso, a fim de que as pessoas deixem de lado a vida sedentária e passem a fazer mais exercícios físicos. Porém, há que se ter cuidados maiores com os aparelhos de ginástica que ficam ao ar livre, passar orientações aos usuários para que estes evitem um mau uso dos mesmos.

Entretanto, há casos em que a localização das academias precisa ser revista e um deles é o da praça central da bucólica Serra do Piloto, um distrito com enorme potencial turístico mas que precisa ser melhor trabalhado para esta finalidade. Tanto para fins de divulgação de seus atrativos naturais, da realização de eventos culturais, de passeios ecológicos e até do comércio local.

Posso dizer que, na tarde de ontem, foi graças ao passeio guiado pelo senhor Jorge Nathureza que pude conhecer onde se situavam alguns restaurantes, um café que vende belas peças de artesanato e a pousada atrás da Igreja (clique AQUI para acessar o site) que eu nem sabia que existia. Até então, fora da rodovia RJ-149, só conhecia por ali o "Sítio da Santinha", muito embora já tivesse percorrido outros lugares da zona rural do 5º Distrito.

Refletindo a respeito do limitado espaço da praça central da Serra do Piloto, concordei que o melhor a ser feito é construir ali uma área voltada para eventos, o que se torna vital para o nosso 5º Distrito que carece de uma vida cultural mais animada para atrair um número maior de turistas. Pois lamentei muito ter visto os aparelhos sendo usados indevidamente como se fossem brinquedos de um parque infantil e ocupando um percentual significativo no meio daquele limitado espaço público.

Acredito que a solução para Mangaratiba se desenvolver sustentavelmente é a busca do diálogo entre a sociedade e a Prefeitura para que todos cheguem a um planejamento sobre o que precisa ser feito quanto dentro das áreas urbanas. E isso, a meu ver, justifica não só mais reuniões abertas sobre o Plano Diretor Municipal (precisamos de audiências em cada Distrito) como também um debate mais aprofundado sobre a nossa vocação econômica, do estudo das potencialidades turísticas e a organização de cada um dos espaços espaços públicos.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Viva o #BecoLivre !




Como um avaliador das propostas para o nosso Município, não posso deixar de reconhecer os trabalhos da Fundação Mário Peixoto e da sociedade civil mangaratibense em relação ao evento que ficou conhecido como #BecoLivre cuja 3ª edição ocorreu no último sábado (08/07). Conforme pude conferir no portal da Prefeitura Municipal de Mangaratiba (clique AQUI para ler), cuida-se de um evento que inclui atividades como moda, gastronomia, arte, música, poesia e entretenimento, tendo a matéria informado que:

"(...) Além dos stands com artesanatos e comidinhas típicas, o evento contou com as exposições de artistas como Lara Barbosa, Romário Rovick, Miguel Arthuro e Leoni. Também foi realizada a famosa feirinha do troca-troca, onde os frequentadores levam pertences para trocar com os de outras pessoas. Os frequentadores ainda puderam relaxar nas tendas de Massoterapia e Shiatsu. Para as crianças, o evento promoveu a oficina de mandalas com a artista Ana Lúcia de Paula, além das atividades recreativas e esportivas (...)"

A meu ver, este é o caminho para desenvolvermos em nosso Município um turismo de qualidade e atrairmos visitantes nesta época de baixa temporada. É algo capaz de promover  a nossa cultura e, obviamente, proporcionar opções de lazer para o nosso público local.

Sendo assim, quero nesta rápida postagem parabenizar os organizadores do evento encorajando-os a manter esse importante trabalho que, por certo, irá projetar nossa Mangaratiba com reflexos positivos sobre o comércio da cidade e colorindo a vida de seus habitantes.

O que é bom precisa ser reconhecido e continuar! Mais uma vez, recebam meus parabéns.


OBS: Imagem acima extraída do portal da Prefeitura Municipal de Mangaratiba na internet conforme consta em http://www.mangaratiba.rj.gov.br/novoportal/noticias/mais-um-sucesso-do-becolivre-.html

domingo, 9 de julho de 2017

Mangaratiba deveria se voltar mais para a aquicultura!




Na edição de 30/06, o Globo Repórter mostrou uma fazenda marinha na vizinha Ilha Grande, a qual é considerada um exemplo para o país e para o mundo. Segundo a matéria, num espaço de sete mil metros cúbicos, a unidade produz "11 toneladas de alimentos por ano". 

Seu proprietário, o empresário Kazuo Tonaki, brasileiro de origem japonesa, aprendeu a maricultura na terra dos antepassados. Porém, na visão do aquicultor, o Brasil estaria uns noventa anos atrasado em relação ao país de seus ancestrais e apontou para a necessidade de haver um aumento da produção na aquicultura durante as próximas décadas para suprir as demandas de alimento:

"A gente vem recebendo visitas com orientação técnica e eles até aportaram recursos para a gente fazer um projeto de escola de maricultura. Até 2050, segundo estudos, a gente vai ter que praticamente dobrar a produção de alimentos para atender a população mundial, porque está crescendo muito rápido. Eles têm tentado fomentar a produção de alimentos no mar. É uma proteína de boa qualidade".

Entretanto, quando olho para a nossa poluída Baía de Sepetiba, vejo Mangaratiba caminhando ainda na contramão daquilo que podemos considerar como o progresso da humanidade. Pois o despejo in natura de esgoto no oceano juntamente com os grandes empreendimentos impactantes em nossa região poderão comprometer seriamente as condições básicas para o cultivo de organismos aquáticos aqui. E olhem que temos no Município uma extensa costa que pode ser muito bem aproveitada com estudos voltados para a Aquicultura, sendo um vasto campo para pesquisas próximos à região metropolitana do Rio de Janeiro.

A meu ver, o Município deveria cuidar melhor do meio ambiente e apostar na Aquicultura como o seu principal ganho, estudando e desenvolvendo técnicas de cultivo e reprodução de organismos aquáticos tais como peixes, moluscos, algas, crustáceos e até tartarugas ou jacarés. Pois, a meu ver, o litoral sul fluminense pode garantir produtos para o consumo com maior controle e regularidade da região metropolitana do Rio de Janeiro e ainda vender para outras unidades federativas ou até exportarmos.

Obviamente que para chegarmos a esse nível, precisaremos investir em pessoal qualificado, formando futuros tecnólogos em Aquicultura, cujo campo de atuação vai desde a produção até a distribuição dos produtos, passando pelas etapas de abate, processamento e comercialização. E aí penso que não seria um sonho equivocado haver aqui uma faculdade de Aquicultura.

Assim, considerando que a nossa região carece de melhores práticas no beneficiamento de pescado, de mais incentivo e extensão técnica à maricultura, bem como à pesca, a criação de uma faculdade de Aquicultura será de enorme importância. Pois, embora já exista o apoio do Núcleo de Pesquisa e Aquicultura Sustentável da UFRRJ e da UERJ, eis que um curso de graduação no Município voltado para a atividade ajudaria em muito no desenvolvimento da região com reflexos sobre as atividades já desenvolvidas ou planejadas.

Vale lembrar que, no século XX, já tivemos na Marambaia uma escola de pesca, a qual foi criada final da década de 1930, cujo nome homenageava a então primeira dama Darcy Vargas, esposa de Getúlio. A instituição era mantida com os recursos da Fundação Cristo Redentor, pertencente a Levy Miranda (nome da atual escola municipal da ilha). Porém, devido à falta de recursos, no começo dos anos 70, houve o encerramento das suas atividades e o terreno foi reintegrado ao patrimônio da União, vindo a ser retransferido para a Marinha. 


Portanto, mais do que nunca, Mangaratiba precisa ser voltar para aquilo que realmente possa desenvolver a nossa região, gerando riquezas com sustentabilidade ambiental. Por isso, defendo mais investimentos nos estudos e atividades voltados para a Aquicultura e quem sabe até uma faculdade.


OBS: A primeira imagem refere-se a uma fazenda marinha situada em Buzios, litoral norte do Rio de Janeiro. Já a segunda foto, oriunda da edição de 1954 da revista "A Cigarra", extraí do Blog do Iba Mendes, conforme consta em http://www.ibamendes.com/2012/06/fotos-antigas-do-rio-de-janeiro-xxxvii.html