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segunda-feira, 3 de junho de 2024

Mangaratiba também tem memória!



Registrei logo na manhã desta segunda na Ouvidoria da Prefeitura de Mangaratiba a solicitação de n.º 332/2024 pedindo a colocação de "placas informativas com código QR nas ruas, praças, monumentos, estátuas, pontos históricos, naturais e culturais da cidade que direcionem o internauta a uma página da Prefeitura ou da Fundação Mário Peixoto com informações sobre o lugar e/ou a pessoa homenageada", a qual poderia conter "textos em português e inglês bem como ferramentas de acessibilidade".


Embora ideia já estivesse há mais tempo na minha cabeça, fiquei mais empolgado em apresentar essa manifestação assim que li umas notícias recentes sobre o projeto carioca "Aqui tem memória" que iniciou os trabalhos com apenas com 12 placas, sendo dez na região da Praça XV, uma nos Arcos de Lapa e a outra na estátua de São Sebastião, na Glória:


"O projeto “Aqui tem memória” tem como objetivo resgatar e valorizar a história da cidade, instalando placas informativas com códigos QR em importantes pontos históricos e culturais do Rio. Começamos com 12 placas, 10 na região da Praça XV, uma nos Arcos de Lapa e outra na estátua de São Sebastião, na Glória.

Ao passar em frente aos monumentos, os cariocas e turistas poderão escanear os códigos QR e serão direcionados para páginas interativas aqui no museu virtual “Rio Memórias”. Essas páginas contêm informações detalhadas sobre o local em questão, disponíveis em português e inglês e algumas ainda contam com um recurso adicional: áudios narrativos envolventes que proporcionam uma experiência imersiva única!

O “Aqui tem memória” quer espalhar a nossa história por todas ruas e bairros, chamando a atenção para a importância de preservar o patrimônio material e imaterial da cidade. Acreditamos que, ao conhecer o nosso passado, podemos construir  um futuro melhor para os cariocas e proporcionar uma experiência mais interessante para aqueles que nos visitam." https://riomemorias.com.br/galeria/aqui-tem-memoria/ 


Assim como o Rio de Janeiro tomou essa iniciativa, a meu ver tardia (outras cidades no país já estavam fazendo), uma vez que se trata de algo aparentemente simples e de baixo custo, torna-se indispensável a elaboração de um projeto nesse sentido juntamente com todas as secretarias competentes, o que certamente ajudará no desenvolvimento turístico de Mangaratiba, além da preservação das lembranças sobre o passado do nosso Município.



Apesar de todo o descrédito da atual gestão municipal que findará no dia 31/12 do corrente ano com poucas possibilidades de inovar em qualquer área, entendo que as sugestões e críticas precisam ser encaminhadas já que a Prefeitura é uma instituição pública e a sua Ouvidoria é o canal para registro dessas manifestações feitas pelos cidadãos.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

E O PARQUE HISTÓRICO DO SAHY, SENHOR PREFEITO?!



Recentemente um deputado estadual da União Brasil teve sua indicação de número 2467/2023 aprovada por seus Pares na ALERJ, para que o prefeito de Mangaratiba, Sr. Alan Campos da Costa, o Alan Bombeiro, tome as medidas cabíveis a fim de que seja criado o nosso parque histórico, no Sahy, onde ficam as ruínas. 


Considerando a importância da questão, eis que já cadastrei um requerimento de informações na Ouvidoria da Prefeitura, registrado sob o número 000094/2023, em que solicito: (i) se o ofício da Assembleia Legislativa já foi recebida e em qual data; (ii) qual o seu inteiro teor e; (iii) que providências foram adotadas após o seu recebimento. 


Segundo informações que recebi na área de comentários de uma postagem correspondente em meu perfil no Facebook, já haveria um projeto embasado pelo INEPAC, na Secretaria de Planejamento, cujas ações seriam: "cercamento, revitalização da murada, como das ruínas internas, criação de trilhas internas, mapeamento de todo acervo, trabalho Arqueológico, placas de identificação".


Uma segunda informação passada por outro internauta relata que recentemente a Fundação Mario Peixoto teria feito uma visita no local, acompanhada da Defesa Civil. Porém, segundo a verificação feita na LOA de 2024 do orçamento de Mangaratiba,  haveria poucos recursos destinados para a preservação do patrimônio histórico daqui do Município.


Seja como for, precisamos cobrar a execução desse projeto pois, afinal, trata-se da história da nossa região (e do país) que se encontra em jogo. Algo relacionado à diáspora africana e tem tudo a ver com a questão da consciência negra, além de que também pode contribuir tanto com o turismo quanto com a cultura.


Luta que segue!


OBS: Próxima sexta, dia 24/11/2023, das 9h às 16h, haverá o Seminário Sítio Arqueológico do Sahy: Patrimônio Nacional e da Humanidade, no Centro de Convenções do Condado da Aldeia dos Reis, situado na Rodovia Rio-Santos, km 428, Bairro Sahy, Mangaratiba, RJ. A programação do evento se encontra disponível em https://www.mpf.mp.br/rj/sala-de-imprensa/docs/seminario-sitio-arqueologico-sahy

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A estação de Ibicuí deveria ser institucionalmente protegida pelo IPHAN



Neste último final de semana de 2020, fiquei olhando algumas fotos e vídeos da antiga estação de trem de Ibicuí. 


Como se sabe, o “ramal de Angra”, posteriormente chamado de “ramal de Mangaratiba”, foi inaugurado em 1878, partindo da estação de Sapopemba (Deodoro) até o distante subúrbio de Santa Cruz. Posteriormente, veio a ser prolongado, em 1911, até Itaguaí, tendo chegado, em 1914, a Mangaratiba. 


Com trechos belíssimos ao longo da praia, muito próximo ao mar, a linha férrea que ligava Santa Cruz a Mangaratiba serviu para a condução de passageiros em toda a sua extensão até por volta de 1982, quando, então, foi desativado para esse fim. E, atualmente, os trilhos são apenas utilizados para o transporte de cargas ao Terminal da Ilha de Guaíba, sem que haja ao menos um serviço de passeio turístico. 


Ocorre que, ao longo desse trajeto do ramal de Mangaratiba, situa-se a antiga estação de Ibicuí, inaugurada em 1920. Esta, depois de ganhar outro prédio em substituição ao original, foi desativada pelo menos nos anos 1970, quando o trem de passageiros deixou de trafegar no trecho entre Santa Cruz e Mangaratiba, passando a servir como moradia, sofrendo descaracterizações. Tanto é que o pequeno telhado da estação, que antes tinha duas plataformas, foi substituído por telhas que nada têm a ver com a época, não tendo a Prefeitura de Mangaratiba tomado as medidas necessárias para ajudar na preservação do seu patrimônio histórico. 


Todavia, ainda que a estação de Ibicuí tenha sofrido descaracterizações ao longo do tempo, a mesma pode ser inclusa na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário do IPHAN e passar receber efetivos cuidados, uma vez que o imóvel tem o seu valor histórico como a última estação do 1º Distrito de Mangaratiba sobrevivente e que foi utilizada por muitos anos por moradores e por turistas que frequentavam o balneário, fazendo parte da sua identidade.


Sendo assim, estou hoje encaminhando uma solicitação ao IPHAN pela plataforma Fala.BR do governo federal para as devidas análises e providências e ficarei no aguardo de um retorno do instituto.


OBS: Imagem da estação de Ibicuí, possivelmente dos anos de 1940, de autoria desconhecida.

sábado, 10 de outubro de 2020

Bendito convênio que ajudará Mangaratiba!



Na data de ontem o jornal Diário do Rio publicou uma excelente notícia e que abordou um projeto que envolverá Mangaratiba e as ruínas do antigo Povoado do Saco, através de um convênio celebrado entre a Secretaria de Infraestrutura e Obras (Seinfra) com o programa de pós-graduação em Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PROURB-FAU/UFRJ). Segundo esse trecho da postagem,


"(...) alunos de mestrado em Urbanismo irão auxiliar projetos da Seinfra com análises e sugestões de intervenções urbanas em cidades do estado do Rio. O primeiro trabalho já está em desenvolvimento. Trata-se do projeto de revitalização das ruínas e da orla da Praia do Saco, em Mangaratiba. As intervenções fazem parte do programa Cidade Viva, que prevê uma série de obras de urbanização em áreas habitacionais de baixa renda." - https://diariodorio.com/seinfra-firma-convenio-com-faculdade-de-arquitetura-e-urbanismo-da-ufrj/ 


Sou grato à UFRJ pela brilhante iniciativa! 


Na segunda-feira (05/10), estive no local das ruínas do antigo Povoado do Saco e gravei um vídeo comentando sobre a importância de Mangaratiba aprender a aproveitar o seu grande potencial turístico, o qual a cidade tem desperdiçado por não saber até agora como trabalhar melhor esse incrível patrimônio histórico. 


Como havia compartilhado há cinco dias atrás, uma área dessas deveria se tornar um centro cultural e ter uma praça ali ao lado com algum comércio a fim de incentivar a convivência e a permanência dos visitantes no lugar considerando que a RJ-149 é um corredor onde os veículos trafegam sem nem sempre os condutores terem um local de parada onde possam deixar o carro para apreciar o ambiente. 



Mais uma vez agradeço às universidades públicas pois, sem elas, não sei o que seria do nosso país. Parabéns e sucesso a todos os envolvidos e espero que, em 2021, a nova gestão municipal de Mangaratiba que será eleita se torne também grande parceira desa iniciativa. 


Ótimo sábado a todos!

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A Fundação Mário Peixoto deveria promover visitas virtuais guiadas para mostrar ao mundo a história de Mangaratiba!



Nesses tempos de pandemia, surgiram pelo país (e pelo mundo) vários novos projetos que disponibilizam visitas pela internet com visualização dos museus e seus acervos. Trata-se de uma oportunidade segura e acessível para as pessoas conhecerem o rico patrimônio cultural que o Brasil tem.

No entanto, mesmo durante os dias mais rigorosos de afastamento social que passamos de meados de março até junho, confesso não ter visto a apresentação de nenhum projeto neste sentido pela Prefeitura ou pela Fundação Mário Peixoto (FMP). Ou seja, jogamos fora uma oportunidade e tanto para que fosse feita uma ampla divulgação do patrimônio histórico e cultural de Mangaratiba.

A meu ver, muito mais importante do que o prefeito gastar o dinheiro do contribuinte com a iluminação das ruínas do antigo povoado do Saco, numa época em que ainda não houve a retomada do turismo, falta dinheiro para pagar o servidor público e existe a necessidade de contingenciamento econômico, acredito que seria muito mais adequado conquistarmos futuros frequentadores do Município com um trabalho de qualidade. Ou seja, através de guias autônomos ou da própria FMP, poderiam ser ministrados passeios a preços acessíveis (com isenção de custos para os moradores de Mangaratiba), os quais seriam verdadeiras aulas pela internet sobre a nossa história e a cultura das populações tradicionais.

Acredito que, com o apoio da VALE e de empresários do turismo, tudo isso teria boas chances de ocorrer com elevado grau de sucesso, em que haveria não somente a divulgação dos nossos sítios históricos como também a criação de um vasto material para a educação patrimonial da população. Inclusive dos estudantes da rede municipal que poderiam se envolver com os trabalhos aproveitando o tempo livre para se instruírem enquanto as aulas presenciais não voltam.

Certamente que tudo isso exigiria um pouco de investimentos no site da FMP na internet, a qual não pode ficar mais na dependência do portal da Prefeitura já que se trata de entidade autônoma da Administração Direta. Logo, basta que haja vontade de empreender dos gestores da instituição, a qual precisa ampliar os seus horizontes e entrar em sintonia com a nova realidade global.

Ótima terça-feira a todos!

OBS: Imagem acima extraída de https://www.youtube.com/watch?v=SPSy0i32PL0

sábado, 13 de julho de 2019

A Praça Robert Simões e a preservação do patrimônio histórico de Mangaratiba



No final da tarde deste sábado (13/07), enquanto me encontrava na Praça Robert Olympio Simões, no Centro de Mangaratiba, aguardando a chegada da van para Muriqui, fiquei pensando sobre a importância do local onde se situa a histórica Matriz de Nossa Senhora da Guia, a qual foi construída no fim do século XVIII, ainda nos tempos do Brasil Colônia.

Refleti sobre o quanto é importante pensarmos na paisagem urbana do Centro, considerando a sua relevância histórica. Pois, como se sabe, essa igreja em estilo barroco é uma das poucas do litoral brasileiro que preserva as suas características originais, tendo a fachada em azulejos portugueses. Ou seja, é um lugar com o potencial de atrair mais visitantes, melhorar o turismo e ainda contribuir para elevar a classificação de Mangaratiba, considerando que agora a Ilha Grande e Paraty foram declaradas patrimônios da humanidade.

Por outro lado, essa mesma praça que já abriga as feiras do produtor rural, às terças e sextas, precisa ser bem trabalhada para a realização de mais eventos, sendo que, com a aguardada transferência do Paço Municipal para o prédio do Hotel Mendonça, na rua XV de Novembro, boa parte do movimento de pessoas tende a se deslocar para o lado onde se situam as vans. E, sendo assim, nada melhor do que a Prefeitura ir já dialogando com a sociedade sobre o que pode ser proposto quanto ao local.

Portanto, deixo aqui a minha sugestão à Administração Municipal para que, de maneira democrática, comece a compor um inteligente projeto a fim de que a praça Robert Simões seja melhor adequada ao turismo e à preservação do patrimônio histórico do Município de maneira que atraia mais visitantes para o Centro de Mangaratiba.

Ótimo final de sábado a todos!

domingo, 9 de junho de 2019

Que tal se fossem feitas visitas guiadas à Marambaia pela Prefeitura e/ou pela FMP?!



Olá, amigos!

Conforme expus num vídeo gravado hoje à tarde, o qual divulguei no YouTube e no Facebook, sou favorável que, aqui no nosso Município, passemos a ter visitas guiadas à belíssima Ilha da Marambaia, através de passeios culturais e ecológicos promovidos pelo próprio Poder Público.

Propus que tais eventos sejam realizados através de um convênio da Prefeitura e/ou da Fundação Mário Peixoto (FMP) com a Marinha, já que se trata de uma área militar de acesso restrito, embora haja ali um considerável interesse histórico e cultural.

Pouca gente sabe, mas a Marambaia foi um dos primeiros assentamentos dos índios tupiniquins trazidos da Bahia para Mangaratiba, o que se deu por volta de 1620, sob a tutela dos padres jesuítas. Trata-se, pois, de uma longa história e que também tem a ver com o nosso triste passado de escravidão já que a ilha era também o local de "engorda" de escravos, de propriedade da poderosa família Breves.

Ora, conta-se que, pouco antes de morrer, em 1889, o riquíssimo Comendador Breves doou, verbalmente, toda ilha para os ex-escravos que ainda permaneciam nela. Porém, tal decisão não foi respeitada e, com a abertura do processo de inventário, as terras acabaram sendo transmitidas para sua viúva, Dona Maria Isabel de Morais Breves. No ano seguinte, a ilha foi vendida à Companhia Promotora de Indústrias e Melhoramentos e, posteriormente, em 1896, por motivo de liquidação forçada da referida Cia, a propriedade restou transferida para o Banco da República do Brasil. Com a aquisição da Marambaia pela União Federal, a região foi colocada à disposição da Marinha que instalou ali a Escola de Aprendizes-Marinheiros, em 1908. E, na década de 1940, durante a era Vargas, a comunidade da ilha veio a ser beneficiada com um instituto de pesca. Segundo informações que obtive numa pesquisa feita em 2014, num site da da Marinha na internet,

"(..) através do Decreto-Lei nº 5.760, uma parte da ilha da Marambaia foi cedida à Fundação Abrigo do Cristo Redentor, para a instalação da Escola de Pesca Darcy Vargas. Nessa época, ocorreu um fluxo migratório de trabalhadores e familiares oriundos do continente em busca de emprego e oportunidades, ocupando determinados pontos da ilha. Esta porção, de 8,5 km², fio incorporada ao patrimônio da citada fundação entre 1944 à 1971, quando, por força do Decreto 68.224, de 12 de fevereiro de 1971, foi reintegrada ao patrimônio da União, por meio de um novo Termo de Entrega para a Marinha do Brasil, bem como todo o acervo móvel, imóvel e contratos de trabalho da escola de pesca. Durante o período em que a Escola de Pesca permaneceu na Ilha, a Marinha contava com o Campo de Aviação da Armada, que ocupava o restante da Ilha. No mesmo ano, 1971, ocorreu a ativação do Campo da Ilha da Marambaia, no local onde ficava a extinta escola de pesca. Em 1981, foi criado o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (CADIM), lá situado até os dias de hoje."

Assim, por ser a Marambaia uma área militar, é necessário obter autorização prévia para alguém poder ingressar lá livremente sendo que, para tanto, o interessado precisa de uma justificativa plausível. Ou seja, não basta a pessoa dizer que pretende ir até à ilha a fim de fazer um passeio com a família ou com amigos, de modo que para se conhecer a exuberante natureza da Marambaia, suas praias, florestas, cachoeiras, restinga de mangues, além de um pico com 647 metros de altitude (possível de ser alcançado por meio de uma trilha sem a necessidade de escalada), o simples desejo de fazer turismo, por si só, não seria aceitável.

Todavia, acredito que uma abertura restrita a um turismo planejado de pequena escala, feito através de uma fundação de cultura do nosso Município, poderá se tornar algo muito proveitoso para todos. Pois, conforme estou propondo, a visitação seria feita com sustentabilidade, mediante uma inscrição prévia junto à FMP, dentro de um número limitado de participantes por passeio, sendo todos sempre acompanhados de um guia, seguindo um roteiro pré-definido.

Em outras palavras, ninguém iria para a Marambaia a fim de ficar tomando cerveja em quiosque, mas, sim, para se instruir quanto à história, à cultura e à natureza do local. Logo, não haveria impactos sociais e nem ecológicos a serem considerados. Menos ainda a visita perturbaria as atividades de treino militar da Marinha pois os passeios seriam sempre restritos às áreas onde vivem os quilombolas e às praias acessíveis ao público, incluindo, no máximo, expedições ao Pico da Marambaia para grupos mais ousados de aventureiros.

Desse modo, não somente pessoas de outras cidades poderiam ir à Marambaia como também o próprio morador do nosso Município, a exemplo de grupos da terceira idade, estudantes, pesquisadores e ambientalistas. Ou seja, seria uma oportunidade para conhecermos esse pedacinho do Paraíso que existe dentro de Mangaratiba.

Portanto, deixo aqui a minha sugestão ao Poder Público Municipal, a qual também compartilho com toda a sociedade na expectativa de que o assunto seja democraticamente debatido e, quem sabe, inspirar algum projeto de turismo sustentável. Segue o vídeo já postado nas redes sociais.


Ótima semana a todos!

domingo, 1 de abril de 2018

E se as fazendas de Santa Justina e Santa Izabel fossem abertas a um turismo eco-cultural alternativo?



Estava olhando no Facebook umas fotos de amigos que estiveram presentes no Primeiro Encontro de Mulheres do Quilombo de Santa Justina e Santa Izabel ocorrido no último sábado (31/03), conforme postado pela Professora Elizabeth Antunes em seu perfil. Achei as imagens lindas as quais compartilhei parabenizando o grupo e considerei o ambiente do local bem arborizado, acolhedor e familiar. Uma área que, inegavelmente, é digna de ser visitada, tendo um delicioso rio para as pessoas nele se banhar.


Logo depois, veio em minha mente inquieta uma ideia a respeito do lugar. Imaginei que, quando a posse das famílias quilombolas sobre as terras tornar-se plena (atualmente o processo de regularização das titulações junto ao INCRA encontra-se bem avançado), grandes projetos voltados para o turismo poderão ser concretizados ali. E falo não de um um turismo convencional, mas, sim, alternativo com uma interessante interação do vistante com a comunidade.


Sem dúvida que os quilombolas têm uma grande importância neste Município e precisam ser mais valorizados pelas autoridades locais. Precisamos que o governo municipal passe a elaborar projetos em benefício dessa população, o que não somente dignificará tais famílias como fará das duas históricas fazendas pontos de interesse turístico a serem melhor trabalhados através de um passeio instrutivo pelas ruínas da época da escravidão. Os próprios moradores passariam a oferecer opções hospedagem, refeições, produtos da terra e visitas guiadas, além de que muitos eventos que vão poder ser realizados ali, sobretudo em datas comemorativas a exemplo da data 20/11, o Dia da Consciência Negra.



Obviamente que esta é uma ideia que precisará ser cuidadosamente trabalhada. O primeiro passo, depois de plenificada a posse das terras pelos quilombolas, é que a proposta seja debatida pela própria comunidade que tem o total direito de opinar se quer ou não o turismo e que tipo de atividade turística. E, se for positiva a decisão, eles só precisarão de um pouco de apoio externo para que possam desenvolver com sustentabilidade os trabalhos, hipótese em que a Prefeitura poderá, em maior ou menor grau, ajudar conforme o tipo de governo que teremos até lá.


Mais do que nunca precisaremos de uma gestão séria nesta cidade! E, tendo em vista a possibilidade de termos eleições suplementares ainda este ano no Município, pois basta apenas o TSE julgar o processo de registro de candidatura do atual prefeito, dando provimento ao recurso do Ministério Público Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, devemos desde já discutir todas essas questões. 

Por certo que, se a Prefeitura tiver intenções boas em relação à população tradicional de Mangaratiba (pescadores e quilombolas), excelentes projetos virão gerando trabalho e renda para muitos. É o que mais precisamos a fim de que o nosso Município tenha finalmente um aparelho produtivo a fim de que as pessoas possam sobreviver dignamente sem necessitarem de favores políticos.




Ótima semana a todos!

OBS: Imagens acima extraídas do perfil de Elizabeth Antunes/Facebook.

domingo, 19 de novembro de 2017

Como poderemos preservar as ruínas de Mangaratiba?



Na semana passada, muito se comentou na cidade acerca das invasões na região das ruínas do antigo teatro de Mangaratiba que havia no então Povoado do Saco. Uma moradora chegou a postar nas redes sociais a respeito do caso, usando as seguintes palavras que foram citadas depois na edição do dia 14/11 do blogue Notícias de Itacuruçá, editado pelo Professor Lauro Santos:

"Há mais de um mês vem se instalando uma invasão na área das ruínas e não aparece ninguém para resolver o problema. Estão esperando o que, a favela se concretizar para tomar alguma providência? Cadê os “candidatos a candidatos” que aparecem por aqui, com um discurso ridículo, com fotos piores ainda, dando parabéns ao aniversário da cidade e nada fazem para melhorar o município? Até quando teremos que conviver com o abandono em nossa cidade? Até quando teremos que conviver com o medo de cobrar as coisas não feitas por conta das represálias? Até quando vamos pagar nossos impostos e não ter o retorno de nada? Até quando teremos que aguentar esse bando de corruptos mamando os recursos que deveriam estar sendo empregados em escolas, saúde, segurança. Até quando?"

Não discordo do que ela falou, exceto de alguns pontos que achei por demais reativos. E considero que, embora os problemas dali sejam diretamente causados pelo particular, eis que a Administração Municipal tem a possibilidade de fazer algo para tentar preservar melhor o nosso patrimônio histórico e cultural.

Assim, no último sábado (18/11), antes de subir para o Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos, situado no município vizinho de Rio Claro, fui primeiramente verificar o estado de conservação das nossas ruínas e fiquei muito entristecido ao ver ali as assinaturas de atos de depredação, tipo as pichações, que muitos costumam chamar de "vandalismo". Preferi nem fotografar as invasões pois bastou a imagem acima para ilustrar as reflexões feitas em minha mente. 

Inegavelmente, amigos, falta um projeto de aproveitamento turístico da área capaz de atrair para lá um comércio de alimentos, lanches, degustação, artesanato e eventos culturais que, por sua vez, tragam um movimento permanente de pessoas. Pois não basta a Prefeitura iluminar o local, sendo necessário haver também frequentadores ao invés de breves visitantes. Estes, após tirarem algumas fotos com o celular, logo se evadem não retornando mais.

É certo que, para um turista permanecer num lugar, algo precisa interessar a ele. E como as ruínas não têm uma praia ou uma cachoeira ali do lado, o que de fato pode entreter as pessoas seria justamente um comércio e daí vejo como um mal menor haver a exploração desses terrenos históricos por meio da construção de um restaurante de comidas típicas, um café ou uma loja de artesanato, os quais são negócios que têm tudo a ver com o turismo. E tudo isso pode vir junto com um parque infantil oferecendo lazer para a criançada.

Deste modo, tão importante quanto o Poder Público e o(s) dono(s) do(s) terreno(s) recentemente invadido(s) fazer(em) o que é juridicamente cabível em relação às invasões, torna-se fundamental a elaboração de um projeto de aproveitamento turístico das ruínas a fim de evitar que a memória histórica de Mangaratiba se apague. E aí penso que devemos agir enquanto ainda há tempo.

Boa semana para todos!

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Mais espaço para a História no Centro Cultural de Itacuruçá



Na tarde do último domingo do mês (27/08), estive visitando o Centro Ferroviário de Cultura de Itacuruçá, o qual fica na antiga estação de trem do Distrito. Lá estão preservados objetos de antiguidade junto com painéis e quadros contando a História da localidade bem como do ramal ferroviário, além de haver uma sala para exposições, outra para artesanatos e ainda uma biblioteca.

Entretanto, achei muito pequeno o espaço que é destinado para a parte histórica, o qual mal permite que os visitantes se locomovam com conforto e mantenha em segurança as peças típicas da primeira metade do século XX. Se várias pessoas entrarem ali ao mesmo tempo, não há condições do interessado informar-se direito sobre o passado da vila e de um meio de transporte de passageiros que, lamentavelmente, foi extinto na nossa região e em quase todo o Brasil.



A meu ver, a sala onde se encontra a biblioteca é que deveria ser utilizada para acomodar as peças de antiguidade, as fotografias de época e os painéis sobre História. Caberia à Prefeitura arrumar um outro local que seja mais propício para a leitura de livros, de preferência um imóvel onde haja certa tranquilidade e um ambiente menos úmido capaz de conservar por mais tempo as obras.


Além do mais, notei que a plataforma da velha estação poderia ser bem aproveitada comercial e turisticamente. Pois observei que o lugar carece de um estabelecimento onde o visitante tenha à sua disposição um serviço de qualidade, oferecendo bons lanches e com uma música agradável.


Sobre a venda de artesanatos e a exposição de quadros, devem permanecer onde já estão, mas acho que seria importante, em todo caso, a população do Distrito ser consultada numa audiência pública juntamente com os interessados para que todos decidam democraticamente sobre como aproveitar melhor o potencial desse centro cultural.



Ótima terça-feira a todos e viva a cultura!

terça-feira, 16 de maio de 2017

A estrada de ferro e a Ilha de Guaíba sem a exploração da Vale...




Nesta manhã, ao ler a edição de hoje do blogue Notícias de Itacuruçá, editado pelo Professor Lauro, comecei a meditar num texto por ele reproduzido da historiadora Miriam Bondim em co-autoria com Luciano Hefner contando-nos um pouco sobre o passado da via férrea:

"Trem de passageiros que a partir da eletrificação do trecho Deodoro-Santa Cruz, nos anos 1950, passou a operar entre Santa Cruz e a estação terminal de Mangaratiba, com várias versões, dependendo da época. Até 1911, a linha do chamado ramal de Mangaratiba somente existia até a estação de Santa Cruz, tendo alcançado Mangaratiba em 1914. A partir daí, o trem corria de Dom Pedro II ou de Deodoro até Mangaratiba, com isso acabando com a chegada da eletrificação, em 1945, que somente foi até Santa Cruz, obrigando então a existência de baldeação nessa estação para troca com trens a vapor e depois, por diesel. Esse trem foi extinto entre o final dos anos 1970 e o ano de 1984. Há várias datas indicadas por ex-usuários. O Guia Levi de 1983 ainda acusa 2 trens diários em 1983. A partir de 1984, com a criação da CBTU, os trens passaram a ser operados por esta. Um dos motivos da desativação dos trens, talvez o principal, foi a construção de uma linha cargueira entre Japeri e Brisamar, estação logo após Itaguaí, em 1973, que passou a dar prioridade para os trens de minérios para o porto de Guaíba, eliminando inclusive o trecho final da linha original que seguia até Mangaratiba." (citação encontrada na nota "E por falar em saudade", conforme extraído de https://itacrio.wordpress.com/2017/05/16/16-de-maio-de-2017/)

Confesso que tal leitura inspirou-me. Pois, apesar de ter despertado o meu lado melancólico a respeito da História de Mangaratiba que, aos poucos, vai sendo apagada, pensei no que ainda pode ser feito a partir do que sobrou de outras épocas. Então, deixei um comentário relativo ao assunto que reproduzo a seguir:

"Sobre o trem, acho uma pena não terem feito um trabalho de preservação histórica e de aproveitamento turístico da maioria das estações que restaram, e ainda a MBR ter ganho exclusividade na exploração dessa linha para fazer o transporte de minério. Sem esquecermos do erro cometido quando os trilhos foram arrancados de Santo Antônio até o Centro…

A meu ver, deixarmos que essa linha continue sendo usada para o transporte de minério não trará um futuro proveitoso para o Município assim como não interessaria abrir novas áreas para a especulação imobiliária (pois é o que aconteceria com o trecho entre Muriqui e Praia Grande se os trilhos saíssem dali). Porém, tenho a ousadia de ser a favor do resgate tanto da linha como de Guaíba para um uso totalmente turístico, transformando o espaço do TIG num parque aquático e fazendo com que o restante da ilha vire ao mesmo tempo parque ambiental, com uma trilha circular dando acesso a todas as praias e a permissão de alguns poucos empreendimentos comerciais (tipo restaurantes e lojas de artesanato) para aumentar o tempo de permanência do visitante ali. Porém, sem residências e nem pousadas.

Assim sendo, teríamos então um trem turístico partindo algumas vezes ao dia de Itacuruça rumo a Guaíba tal como no Corcovado do Rio de Janeiro, em que a tarifa do bilhete de ida e volta poderia custar uns R$ 60,00 (sessenta reais) por pessoa com descontos de até 80% exclusivos para morador do Município durante a baixa temporada. Quem comprasse o bilhete poderia, na mesma data, desembarcar numa estação, passear pelo local e tomar o próximo trem rumo ao destino. Ou seja, num único dia, o passageiro conheceria também um pouco de Muriqui, Praia Grande, Sahy, Ibicuí e a Ilha de Guaíba.

Com um projeto desse nível, Mangaratiba teria condições de fortalecer sua rede hoteleira nas referidas localidades balneárias assim como o comércio, sendo que proporcionaríamos ao turista mobilidade sobre os trilhos dentro do Município. As estações seriam revitalizadas e passariam a oferecer opções de entretenimento, exposições culturais, alimentação e o comércio de vários produtos. Ao redor das mesmas surgiriam novas oportunidades voltadas para o turismo, o que significaria mais emprego e renda para uma população hoje dependente de cargos comissionados em Prefeitura." (correções feitas sem alterar o conteúdo já que havia escrito originalmente pelo celular sendo que os destaques em negrito foram acrescentados juntos com a revisão textual)

Certamente precisaremos ter uma dose de coragem para encararmos um projeto empreendedor desses. Porém, se refletirmos comparativamente sobre o assunto, eis que temos no litoral de Santa Catarina o Beto Carrero World que é um parque temático localizado no município de Penha (fica distante uns 35 quilômetros de Balneário Camboriú) e que existe lá desde o final de 1991. 

Com a instalação do Beto Carrero, Penha experimentou uma nova fase em sua economia que continua em expansão, com o surgimento de uma infraestrutura nas áreas de hotelaria e de gastronomia, ao mesmo tempo em que também passou a se beneficiar do crescimento da maricultura. Há algum tempo a cidade coleciona o título de "capital nacional do marisco", sendo o seu PIB na ordem de R$ 505.116.000,00, de acordo com a página oficial da Prefeitura na internet (clique AQUI para conferir). 

Da mesma maneira, acredito que experimentaríamos um outro tipo de crescimento caso tenhamos um projeto turístico que procure aproveitar ao máximo (e com sustentabilidade) o nosso potencial natural e cultural. Até mesmo porque temos bem pertinho daqui umas das maiores metrópoles do país que é o Rio de Janeiro, a qual também é umas das principais portas de entrada do Brasil. Logo, basta sabermos aproveitar as oportunidades!


OBS: A imagem acima refere-se a um trecho da Estrada de Ferro em Ibicuí, no ano de 1947, com atribuição de créditos autorais a Luiz Napoleão de Jesus, conforme consta no acervo do blogue ibicuifotos.blogspot.com.br e reproduzido pelo portal da Prefeitura na internet em http://www.mangaratiba.rj.gov.br/novoportal/pagina/historia.html

sábado, 27 de agosto de 2016

Propostas da Professora Elizabeth Antunes para Mangaratiba




Por Elizabeth Antunes

Meu nome é Elizabeth Antunes, sou professora do Município de Mangaratiba há 23 anos e mãe de duas filhas. Formada em Pedagogia e Pós-Graduada em Gestão na Educação Básica, fiz cursos em controle social, pelo FNDE, CNJ, Escola de Políticas Públicas, Instituto Legislativo Brasileiro e Extensão no curso Controle Cidadão, da Universidade Aberta do Nordeste.

Como cidadã, participo de conselhos de gestão, de sessões da Câmara Municipal, assembleias e de discussões sobre a nossa cidade. Como servidora, luto pela classe. Não só da Educação, como dos demais servidores. Participei também da Comissão Coordenadora que elaborou o PME (Plano Municipal de Educação) em 2015.

Não quero ser mais uma na política. Quero ser a diferença, pois já estou cansada de ser governada por pessoas que não pensam no coletivo. Por isso, resolvi me candidatar e quero realizar o meu mandato fiscalizando e exercendo com responsabilidade, voltado para o bem coletivo em detrimento do individual.

Juntos poderemos mudar a história de nossa cidade, lutando para que tenhamos melhor qualidade de vida.

Defenderei:

A transparência no Município, para que toda a população possa acompanhar de perto os gastos públicos;

Melhor qualidade de trabalho para os servidores e valorização dos mesmos;

A correta aplicação das verbas públicas, fiscalizando através das Comissões da Câmara e onde a minha presença se fizer necessária;

Um melhor atendimento na área da Saúde, desde o pré-natal ao idoso;

Mais apoio à juventude, que precisa de mais atividades culturais e esportivas. 

A criação de cursos profissionalizantes para os nossos jovens;

Melhorias nas áreas de Transporte, Educação, Segurança e onde mais eu puder contribuir;

A elaboração, o acompanhamento e a fiscalização das Leis;

Estimular a participação cidadã, pois só assim teremos uma cidade mais próspera para todos.


A seguir, compartilho alguns dos projetos que lutarei para sejam implantados no Município.

Oportunidade do primeiro emprego:
Nossos jovens estão se formando e, quando vão em busca do primeiro emprego, não conseguem se colocar no mercado de trabalho adequadamente. Sempre se exige a “tal experiência”. Mas como obtê-la, se não lhes dão a oportunidade? Com esse projeto, pretendo amenizar essa realidade em Mangaratiba.

Universitário colaborador:
Buscar parcerias com universidades, incentivando os alunos a desenvolverem seus projetos de estudo voltados para as necessidades do Município. 
Grandes ideias e projetos poderiam surgir aí de modo que a cidade e os alunos só têm a ganhar.

Aprendendo cidadania:
É certo que a pessoa que detém o saber dos seus direitos e deveres tende a ser, no futuro, um cidadão melhor e mais consciente dos problemas que atingem as comunidades. Então, por que não ensinar isso na escola, desde a Educação Infantil? Esse é um projeto a longo prazo, mas que poderá render bons frutos.

A unificação dos servidores da Educação:
Quando nós professores (classe a qual eu faço parte) reivindicamos os nossos direitos junto aos demais, percebemos que o pessoal de apoio muitas das vezes se sente desmotivado a participar. Nem sempre os benefícios os atingem. Unificando a categoria, isso poderia ser modificado.

Saúde mais perto de mim:
Os moradores das ilhas nem sempre conseguem um atendimento médico a contento por viverem longe do único hospital do Município. Então, por que não levar o atendimento até eles? Realizar uma saúde preventiva, às vezes, é o melhor remédio!

A nossa História é o nosso maior Patrimônio:
Mangaratiba tem uma história riquíssima. Então, por que não divulgá-la? Os hotéis da cidade recebem visitantes que quase nunca conhecem o nosso patrimônio. Muitos não saem nem dos estabelecimentos de hospedagem! Precisamos mudar essa prática e criar atrativos para que os turistas queiram apreciar.


Querendo conversar comigo, mande um e-mail para beth.37@hotmail.com ou me encontre no Facebook.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Os trechos tombados pelo IPHAN na RJ-149




Há tempos que os trechos não pavimentados da rodovia RJ-149, sob controle do IPHAN, têm se tornado alvos de reclamações entre os usuários da estrada, apontados como potenciais pontos de risco capazes de causar um acidente automobilístico na Serra do Piloto. Foi o que li na recente postagem feita pelo internauta Marco Santos no sítio de relacionamentos Facebook:

"Venho aqui demonstrar a necessidade de um povo, que há tempos pede a solidariedade a nosso prefeito, para que se tome providências, sobre nossa estrada da Serra do Piloto, agora RJ 149. Fomos agraciados pela pavimentação que realmente nos facilitou e tornou a locomoção muito mais ágil e confortável, porém 3 trechos da mesma RJ sobre controle e manutenção do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), nos traz imenso perigo, tanto em relação a violência, quanto a acidentes. Neste fim de semana, iniciando o Circuito do Forró, que está sendo promovido pela Prefeitura Municipal de Mangaratiba, com intuito de melhorar o acesso , a administração da Serra do Piloto tentou amenizar as imensas crateras formadas pelo abandono dessa instituição federal (IPHAN), já que a mesma é responsável por preservar, divulgar e fiscalizar os bens culturais brasileiros, e por consequência desse trabalho, sobre denúncia de pessoas que também necessitam, foram conduzidos à delegacia impossibilitando que os mesmos concluíssem o serviço como devido. Agora nos encontramos em dúvida: fazer algo para melhoria ou nos acovardarmos e cruzarmos os braços abandonando nosso distrito? Estamos em ano de eleição, aqui não estou fazendo política, estou fazendo um pedido: que o excelentíssimo prefeito Ruy Tavares Quintanilha, junto a Câmara legislativa, cobrem deste órgão uma ação urgente sobre esses trechos, pois os mesmos são frutos de discórdia entre moradores e a administração e sendo motivo de politicagem, onde poucos se promovem sobre a ignorância de muitos, e responsabilizam quem procura trabalhar. Precisamos sim de pessoas que gritem mas em favor de algo, não que seja covarde incitando ao erro. Aqui falo como cidadão, contribuinte, morador e eleitor, que ciente da responsabilidade conduzo minhas palavras a quem de direito for, mesmo que não sendo responsabilidade da prefeitura, a mesma pode exigir que se faça algo, pois representam o povo e a eles devem respeito." (clique AQUI para acompanhar o debate nas redes sociais)

Já encaminhei uma denúncia do caso ao Ministério Público Federal, através da Ouvidoria do órgão na internet, por entender que o IPHAN está se omitindo em relação à manutenção desses três trechos da rodovia estadual. Porém, gostaria de contribuir com minhas sugestões sobre qual poderia ser a melhor solução para o problema que motoristas e moradores da Serra do Piloto cotidianamente enfrentam ali.

Na postagem de 03/09/2015, escrevi neste blogue o artigo A histórica rodovia Mangaratiba - Rio Claro, no qual propus que a rodovia fosse transformada numa "estrada-parque", em que bastaria o governo estadual acolher o ofício da Câmara Municipal, a qual havia aprovado a Indicação de n.º 261/2015:

"INDICA AO EXMO SR. PREFEITO QUE OFICIE-SE AO EXMO SR. GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PARA QUE TRANSFORME A RODOVIA RJ-149 QUE LIGA MANGARATIBA A RIO CLARO, EM UMA "ESTRADA-PARQUE", CONFORME PREVISÃO NO DECRETO ESTADUAL 40979 DE 2007"

Assim como o Decreto Estadual n.º 40.979/2007, mencionado no texto da indicação, temos também a Lei Estadual n.º 6371/2012, sancionada posteriormente. Esta estabelece regras de restrição e acesso de pessoas a serem observadas numa Estrada-Parque, tendo em vista que a mesma atravessa unidades de conservação da natureza de domínio público, valendo lembrar que a RJ-149 corta o Parque Estadual do Cunhambebe (PEC). Porém, o objetivo, por enquanto, seria tão somente o reconhecimento da rodovia dentro da referida categoria de Estrada-Parque, sendo que qualquer interessado pode propor na forma do art. 3º do Decreto, seja a Prefeitura de Mangaratiba, nossa Câmara Municipal, uma ONG ou OSCIPS, uma associação de moradores local bem como mesmo uma pessoa pessoa física. Basta que faça um requerimento fundamentado contendo um inventário dos atributos exigidos:

"Art. 3º - O interessado no estabelecimento de uma estrada-parque deverá realizar inventário prévio dos atributos naturais, paisagísticos, históricos, culturais, arqueológicos, paleontológicos e recreativos da região atravessada pela via proposta, de forma a reunir elementos que a justifiquem.

Parágrafo único: O projeto de estabelecimento de uma estrada-parque, acompanhado do inventário dos atributos da região, será submetido, quando couber, à Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente - FEEMA, que procederá ao respectivo processo de licenciamento ambiental, ouvido o órgão da unidade de conservação afetada."

Certamente que, na atualidade, caberia ao INEA, e não mais à extinta FEEMA, proceder o licenciamento ambiental da rodovia para esta ser transformada numa Estrada-Parque que ouviria o conselho do PEC e pode também realizar uma ou mais audiência pública nas comunidades envolvidas. E, neste caso, várias autoridades se fariam presentes para opinarem juntamente com a população.

Ressalto que a ideia de termos ali uma Estrada-Parque vai além da conservação desses trechos não pavimentados da pista, coisa que o IPHAN pode simplesmente transferir à Prefeitura, ao DER ou a quem se tornar responsável pela via. O objetivo seria também termos um turismo desenvolvido sustentavelmente na região, contribuindo para aumentar o monitoramento dos órgãos públicos e ainda valorizarmos a Serra do Piloto sob vários aspectos. 

Nada impediria depois a colocação de um simbólico "pedágio verde" com isenção para os moradores de Mangaratiba e de Rio Claro, bem como das empresas de transporte de passageiros. Aí, com o dinheiro da arrecadação, parte da receita poderia ser destinada à conservação desses trechos de interesse histórico não pavimentados e também para fazer algumas melhorias estruturando melhor a visitação turística.

Verdade é que temos um tesouro precioso dentro do nosso Município, mas que, infelizmente não estamos sabendo trabalhar. E, deste modo, pode muito bem o DER depois conceder a administração da RJ-149 a um consórcio intermunicipal formado por Mangaratiba e Rio Claro ou ainda para a iniciativa privada. Logo, aquilo que hoje é visto como um problema para muitos viraria a solução do nosso único distrito serrano. Aliás, seria o que está faltando hoje para unir os roteiros das estâncias turísticas paulistas (Cunha, São José do Bairro e Bananal) com os da Costa Verde, criando um interesse de visitação entre a serra e o mar. 




Do limão, podemos fazer uma limonada. Que a Serra do Piloto consiga sair desse atoleiro!


OBS: Fotos acima extraídas da página do senhor Marco Santos no Facebook.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

É preciso dar mais atenção turística ao Sahy!




Na presente data de 04/05, levei minha esposa Núbia para dar um passeio pela região do Sahy, uma das localidades do Município de Mangaratiba que deveria receber uma valorização turística maior, sendo altamente estratégica por sua proximidade com a movimentada rodovia Rio-Santos (BR-101).

Inicialmente, fomos à Praia do Sahy onde se situava um antigo mercado de escravos em que seres humanos eram vendidos como mão-de-obra para trabalhar nas lavouras de café do Vale do Paraíba. No local, encontramos apenas as ruínas desse lugar de horrores que, embora devesse ser melhor preservado pelo Poder Público como patrimônio histórico, mostra também como a vitalidade da natureza fez com que a vegetação se regenerasse ali no decorrer dos anos.



Pior do que isso é ver as ruínas sujeitas à ação de depredadores! No ano passado, a Câmara Municipal de Mangaratiba aprovou a Indicação de n.º 191/2015 da autoria do edil José Maria de Pinho, a fim de que "o Poder Executivo Municipal coloque um isolamento protetivo nas ruínas da Praia do Sahy" (ler AQUI o inteiro teor da proposição). Só que, como pude verificar na manhã de hoje, a Prefeitura ainda não atendeu à solicitação encaminhada pelos vereadores e que representa uma antiga reivindicação da comunidade como se pode ler nas diversas postagens do blogue Pela criação do Parque Arqueológico do Sahy, de Bruno Linhares:

"O objetivos do Projeto de Criação do Parque do Sahy é a restauração das Ruínas localizadas na Praia do Sahy situada no Município de Mangaratiba, Rio de Janeiro. O que se busca é resgatar um dos acervos históricos e culturais da mais alta importância para este Município e para o próprio país, já que guarda em si fontes arqueológicas vivas, que percorrem boa parte da história da colonização do país, do reinado e do Império, em particular as tristes passagens do último período da diáspora africana." (trecho do artigo Porque é essencial a criação do Parque Arqueológico do Sahy, de 06/07/2008)

Como havia colocado, toda essa proximidade do Sahy com a estrada deve ser considerada para fins de promoção do turismo em Mangaratiba. Mais importante do que construírem um pórtico na divisa com Itaguaí, como muitos propõem, seria dar uma boa destinação ao local das ruínas buscando atrair os visitantes da Costa Verde quando passam por aqui rumo a Angra dos Reis, Ilha Grande e Paraty sem notarem os atrativos existentes no nosso esquecido Município. E aí precisamos ter em mente que a existência do balneário contribui para a permanência do turista nos períodos de calor. Logo, torna-se necessário o Poder Público investir em estruturas básicas para divulgar, acolher e orientar as pessoas.



Harmonizando-se com o desenvolvimento turístico, podemos ter nesse mesmo espaço um centro cultural com eventos comunitários permanentes e que valorizem a participação do negro na nossa História, assim como um museu contando sobre a colonização de Mangaratiba desde a época dos índios tupinambás. E, obviamente, com os devidos limites, pode ainda ser pensada a concessão de pequenos comércios por ali dentro, oferecendo artesanatos, alimentação e entretenimento aos consumidores.

A meu ver, é indispensável que haja projetos turísticos para a cidade pois se trata de uma atividade econômica capaz de gerar trabalho e renda para uma região naturalmente vocacionada a se desenvolver sustentavelmente. Deste modo, investir em pontos de maior movimento, a exemplo do Sahy, e a revitalização do cais de Conceição de Jacareí, constituem um dos passos iniciais nessa caminhada.



OBS: Imagens acima feitas por mim e minha esposa Núbia Mara Cilense durante a manhã de 04/05/2016, na Praia do Sahy. Mais fotos, inclusive o nosso passeio pela localidade rural de Santa Bárbara, no Vale do Sahy, podem ser vistas em minha página pessoal no Facebook.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

A histórica rodovia Mangaratiba - Rio Claro




Em nossa região de Mangaratiba, temos umas das mais antigas estradas de rodagem do país que é a RJ-149, a qual dá acesso ao município vizinho de Rio Claro numa extensão de aproximadamente 40 km. Trata-se de uma rodovia histórica construída por D. Pedro II em 1856 para acessar o Porto de Mangaratiba, ligando ao mar a antiga São João Marcos, o qual foi um dos mais ricos municípios do país entre o final do século XVIII e meados do século XIX e que hoje é um Parque Arqueológico gerado a partir de sua inundação por ocasião das obras do complexo hidrelétrico de Lajes da Light. Seu objetivo, na época, foi facilitar o escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba Fluminense e permitir a entrada de mão-de-obra escrava para a lavoura. 




Indispensável destacar que a RJ-149 atravessa uma importante unidade de conservação da natureza que é o Parque Estadual do Cunhambebe, havendo antigas construções da época imperial (as ruínas do velho teatro e o histórico Bebedouro da Barreira) que podem ser encontradas no trajeto, além de um lindo mirante a 200 metros de altitude. Deste ponto, avistamos toda a cidade de Mangaratiba, parte da área rural do Município, sua baía e bem ao fundo a linda e característica silhueta do relevo da Ilha Grande, como se verifica nas duas próximas fotos. 




Apesar das obras de reforma no começo da década, a estrada ainda precisa de melhorias realmente significativas que agreguem um maior valor turístico e ecológico. Há que se pensar em ciclovias e caminhos para pedestres, recuos que permitam breve estacionamento para contemplação dos mirantes naturais, bem como para estacionamento que dê acesso a serviços de alimentação, áreas de lazer, de descanso e de conveniência. Além disso, necessitamos também de pórticos, guaritas para o controle do acesso de veículos, zoopassagens que permitam a passagem da fauna em segurança, e a construção de um centro de visitantes com informações sobre os atrativos da região, sobre a Mata Atlântica em geral e sobre outros temas pertinentes. Pois, através de tais melhorias, poderemos desenvolver um turismo de qualidade na região fazendo com que a Serra do Piloto torne-se um destino realmente procurado em Mangaratiba.




De acordo com o artigo 2º do Decreto Estadual n.º 40.979, de 15 de outubro de 2007, a Estrada-Parque trata-se da via automotiva que, inserida no todo ou em parte em unidade de conservação da natureza, possua características que compatibilizem sua utilização com a preservação dos ecossistemas locais, a valorização da paisagem e dos valores culturais e, ainda, que fomentem a educação ambiental, o turismo consciente, o lazer e o desenvolvimento socioeconômico da região onde está inserida. E foi pensando nessas questões, eis que, na sessão de 18/08 do corrente ano, a Câmara de  Mangaratiba aprovou a Indicação de n.º 261/2015, de autoria do vereador José Maria de Pinho (PSB), requerendo a expedição de ofício ao governador Pezão para que o Estado transforme a rodovia RJ-149 numa “Estrada-Parque”, determinando a realização do inventário prévio dos atributos naturais, paisagísticos, históricos, culturais, arqueológicos, paleontológicos e recreativos da região, conforme previsto no referido Decreto. 




Assim sendo, venho compartilhar aqui essa proposta a fim de que a RJ-149, que é a linda rodovia que liga Mangaratiba a Rio Claro, atravessando o Parque Estadual do Cunhambebe, seja o quanto antes transformada numa Estrada-Parque, pelo que peço o apoio das autoridades dos Poderes Executivo e Legislativo do Estado do Rio de Janeiro, além da sociedade fluminense em geral.

Uma ótima quinta-feira para todos!


OBS: Imagens acima extraídas dos portais da Prefeitura de Mangaratiba, Governo do Estado do Rio de Janeiro (segunda) e Wikimapia (última).