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domingo, 13 de setembro de 2015

O que considero bom para a saúde de Mangaratiba




Posso não ser médico, mas não preciso ser profissional da área de saúde para dar minhas opiniões acerca de qual seria a melhor saúde para a gestão do setor em nosso sofrido Município. Aliás, todo e qualquer cidadão têm o direito de participar desse debate e para tanto existe o conselho de saúde em que podemos votar e ser votados para as eleições desse democrático organismo intervindo nas ações do SUS.

Penso que a gestão de saúde deve enfrentar o desafio de mudar não somente os processos de trabalhos centrados no médico e nos remédios, mas também na forma de como se administra o sistema e os serviços prestados. Assim sendo, cabe à Prefeitura garantir permanentemente o acesso ao atendimento integral para todos os cidadãos que procuram a rede pública, atuando com qualidade e oferecendo um tratamento humano e respeitoso.

Recentemente, no artigo Remédio em casa ou atenção farmacêutica? escrevi em meu blogue pessoal algumas considerações sobre a assistência farmacêutica domiciliar, o que seria um sonho para muita gente em Mangaratiba, embora ainda distante da nossa dura realidade, tendo em vista que nem os medicamentos temos recebido com regularidade aqui. Entretanto, o ideal é que o paciente conte com uma Farmácia Comunitária perto de sua moradia (em seu bairro ou distrito), para que possa ter contato com o farmacêutico municipal. Em em casos excepcionalíssimos, seria beneficiado com um  atendimento domiciliar destinado para pessoas acamadas, portadores de necessidades especiais.

Outra questão importante seriam os partos. Num primeiro momento é necessário garantir que o atendimento ocorra em condições adequadas onde têm sido realizados. Porém, o próximo passo precisa ser a construção de um hospital materno infantil com obstetras e pediatras. Lá as mulheres mangaratibenses receberiam todo o acompanhamento necessário para a gestação, parto, urgência obstétrica, UI e UTI neonatal, o teste da orelhinha do bebê, além de serviços de imagem como cardiologia, ultrassonografia e cardiotocografia. Além disso, seria apropriado termos no sugerido hospital um banco de leite humano, serviços de odontologia para gestantes e funcionários, métodos educativos com vista ao planejamento familiar, atendimento ao recém-nascido de risco até completar 04 anos, serviços de cartório para registro, uma sala de vacinas às mães e aos recém-nascidos, fonoaudiologia, fisioterapia neo-natal, serviço social com atendimento às mulheres vítimas de violência sexual, nutrição, terapia ocupacional, laboratório de análises clínicas e anatomia.

Quanto à saúde mental, considero que, devido à distribuição populacional de Mangaratiba, poderíamos ter mais duas unidades do CAPS, sendo uma em Itacuruçá e outra em Conceição de Jacareí para melhor atendermos os casos de álcool, drogas e emergências psiquiátricas. Além disso, poderia ser implantado um CAPS infantil. Por que não?!

Quanto ao Programa Médico de Família, deveriam ser adotadas as seguintes metas para a gestão da saúde: médicos 12 horas por dia em todos os postos do PSF, mais vínculos com a comunidade local, acompanhamento de pacientes acamados, mais campanhas preventivas (dengue, AIDS/DST, higiene pessoal, cólera, diarreia, pneumonia, academia ao ar livre) e também serviços quanto à saúde da mulher.

Melhorar o transporte de pacientes que fazem tratamento fora do domicílio é importante, mas também é possível a realização de convênios com clínicas médicas particulares nos municípios vizinhos (Itaguaí e Angra) para suprir a demanda por especialidades. Aliás, penso que isso ajudaria também na ampliação da rede credenciada dos planos de saúde dentro de Mangaratiba tendo em vista que o usuário do SUS poderia ter acesso ao mesmo local que presta serviços para a Unimed ou o Bradesco.

Em relação aos programas de atenção ao idoso, não se pode ignorar a necessidade de acolhimento de pessoas em instituição asilar para quem já não tenha mais uma família em condições de oferecer os devidos cuidados. Ao mesmo tempo, há que se prestar serviços continuamente nas áreas social, psicológica, médica, de fisioterapia, enfermagem, odontologia e terapias ocupacionais. Logo, os centros de convivência de terceira idade não podem deixar de disponibilizar tudo isso.

No que se refere à saúde bucal, entendo que todas as unidades básicas de saúde devem oferecer serviços básicos de odontologia e também um atendimento de especialidades dessa área no Centro de Mangaratiba. Independentemente, haveria um trabalho preventivo bem mais intenso junto à população.

Outro trabalho que não pode ser esquecido seria quanto às crianças especiais. Para tanto há que se desenvolver um serviço especial de transporte com atendimento médico, fisioterapeuta, dentista e nutricionista.

Precisamos criar o nosso próprio banco de sangue! Não dá mais para ficarmos na dependência do hemocentro de Angra dos Reis que fica numa considerável distância de Mangaratiba. Temos que ter esse serviço dentro do HMVSB!

Termos aqui uma UPA 24 horas dando apoio aos atendimentos de urgência certamente pode ajudar muito Mangaratiba uma vez que organizaria o fluxo de pacientes e os encaminharia ao serviço de saúde adequado à situação. Porém, há que se reestruturar o nosso velho HMVSB quanto à sua infraestrutura, equipamentos, recursos humanos, orçamentos, perspectivas de novas construções e ampliação de novas áreas.

Mas seja qual for o tipo de atendimento, a informatização precisa estar presente. Hoje em dia, todos os departamentos públicos precisam estar aparelhados nesse sistema, inclusive o setor da saúde. Com a modernização do hospital municipal, desde a recepção até às salas de atendimento dos médicos, Mangaratiba pode dar um salto de qualidade no atendimento prestado ao cidadão. Por exemplo, os médicos passariam a ter condições de emitir o receituário digitalizado sendo que o prontuário de cada paciente pode ali ser instalado acabando com as fichas que muitas das vezes acabam extraviadas e não são mais encontradas. Para acompanhar todas as ocorrências do paciente, tais como exames, internação e avaliações do médico, outra adequação que pode vir junto com a informatização do HMVSB seria a consulta no cadastro pelo número do Cartão Nacional de Saúde (CNS), item que facilitaria a pesquisa do prontuário da pessoa. Pois, considerando que, quando um paciente dá entrada na emergência (pronto-socorro), pode haver situações específicas acerca de sua saúde, esses dados poderão imediatamente ser levantados através do sistema.

Finalmente, deve-se lembrar do trabalhador. A Prefeitura precisa saber incentivar o bom desempenho do funcionário nas unidades de saúde, visando melhorar o atendimento prestado ao cidadão. Tanto os médicos quanto os demais profissionais devem laborar em condições adequadas, algo que jamais pode ser esquecido. Até mesmo porque precisamos atrair médicos pra Mangaratiba.

Concluo falando da necessidade de participarmos mais da gestão da saúde e do conselho municipal voltado para essa área. Como cidadãos, devemos nos inteirar um pouco mais desses assuntos assumindo a responsabilidade para que os serviços prestados pelo SUS sejam feitos com mais dignidade e satisfação. 

Um ótimo domingo a todos!

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Como resolver as dificuldades para doação de sangue no município?



Para o morador de Mangaratiba poder doar sangue é a maior dificuldade. Mesmo se for no distrito sede onde está localizado o Hospital Municipal Victor de Souza Breves (HMVSB) visto não haver ali um ponto fixo de coleta.

Em 29/04 deste ano, o próprio site da Prefeitura na internet noticiou que a Secretaria de Saúde iria iniciar uma ação para mobilizar doadores na cidade afim de que estes fossem transportados até o Hemonúcleo Costa Verde que fica quilômetros de distância daqui, em Angra dos Reis:

"(...) De acordo com o subsecretário de saúde de Mangaratiba, Sérgio Garrido, será feito um cadastro com os interessados em doar sangue. Em seguida, após reunir 15 pessoas por vez, será marcada uma data e um ônibus levará os doadores até Angra para o procedimento (...) Os interessados em doar sangue devem preencher uma ficha nos postos de saúde dos distritos de Muriqui, Itacuruçá, Conceição de Jacareí e Serra do Piloto. A ficha também poderá ser preenchida no HMVSB. A secretaria de Saúde de Mangaratiba disponibiliza ainda o cadastro pelo telefone 2789-6040, ramal 384 (...)"

Sinceramente, embora não seja isto o que eu deseje, acho muito difícil uma ação dessas dar certo porque a maioria das pessoas em condições de doar sangue não têm tanta disponibilidade de tempo para viajarem até município vizinho e perderem uma boa parte do dia. Até mesmo para fazer o cadastro de doadores e conseguir 15 voluntários no varejo, a Secretaria Municipal de Saúde tem sérias deficiências. Na data de hoje, liguei por duas vezes para o mencionado telefone e ninguém atendeu!

O ideal seria haver um hemocentro no HMVSB e, enquanto isto não ocorre, iniciar o serviço de coleta móvel como já é prestado pelo HEMORIO através de um ônibus que vai até universidades, igrejas associações, postos de saúde, praças nas cidades, etc.



Primeiramente, seria feita a sensibilização da comunidade com a distribuição de material informativo e educativo. Cartazes e um carro de som convocariam os moradores para doarem sangue no dia previsto para a passagem do veículo. Não só a Prefeitura deve ajudar, mas as lideranças comunitárias e pessoas conscientes da sociedade podem se envolver.

Segundo consta no site do HEMORIO, estes seriam os requisitos para poder se realizar uma coleta externa, isto é fora de um  hemocentro:

* População alvo pertencente à Instituição/Empresa interessada: acima de 500 pessoas;
* A atividade de coleta externa não deverá ocorrer simultaneamente com outros eventos tais como: emissão de documentos, atendimento médico/ odontológico, etc;
* Área física totalizando cerca de 80 m2 (espaço único ou duplo), coberta, com ar condicionado e/ou ventiladores . É importante enfatizar a inviabilidade caso o acesso seja através de escadas e rampas;
* No dia da realização do evento, o local destinado para tal, deverá estar limpo e totalmente livre de quaisquer móveis e/ou objetos, exceto, mesas e cadeiras, conforme o combinado;
* Acesso prévio para estacionar o ônibus da coleta, aonde seja facilitado a retirada do material, assim como também o seu retorno. O ônibus da coleta poderá ou não permanecer estacionado no local do evento;
* Ajuda de dois homens no desembarque do material no momento da chegada, bem como no seu reembarque ao término de atividades;
* Quando possível, o anfitrião oferecerá o almoço à equipe (14 pessoas);

Ainda que a população mangaratibense possa o apoio do HEMORIO, tendo em vista que se trata de um serviço prestado pelo governo estadual, nada impede que a Prefeitura ou mesmo todos os municípios dependentes do Hemonúcleo Costa Verde (Mangaratiba, Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro) se consorciem para alcançarem um objetivo comum e que é interesse de todos nós.

Fica aí a minha sugestão.