terça-feira, 15 de outubro de 2013

O embarque para a Ilha Grande em dias de movimento



Neste último sábado (12/10), viajei para a Ilha Grande e pude testemunhar a má organização do serviço prestado pela concessionária CCR Barcas.

Tão logo cheguei ao atracadouro das barcas, cerca de uma meia hora antes, fiquei perplexo com o gigantesco tamanho da fila. Pessoas aguardavam em pé somente para comprar o bilhete sem terem a certeza se conseguiriam entrar no veículo por causa da lotação máxima de mil passageiros. Era gente com mochila, portando barracas de acampamento, muitos grupos de jovens, casais de namorados e famílias com crianças. Por ter direito à prioridade, um senhor idoso, desavisadamente, embarcou antes das suas filhas deixando-as preocupadas se entrariam lá ou não para se encontrarem com o pai. A empresa nem ao menos foi capaz de construir uma sala de espera coberta e com assentos para proporcionar um mínimo de conforto aos usuários como existe no Rio de Janeiro e em Niterói, num serviço prestado pela mesma companhia de transporte aquaviário. Acabamos partindo dali uns trinta minutos depois.

Assistindo a tudo isso, não consigo entender como que um local que recebe até turistas estrangeiros, como é o caso da Ilha Grande, ainda depende de um serviço tão obsoleto e de embarcações velhas capazes de tornar instável a locomoção dos passageiros no interior dos veículos nos dias de mar agitado. Recordo que, no trajeto de volta, as pessoas tinham que tomar muito cuidado para não caírem quando se levantavam de seus lugares para irem até aqueles sanitários espartanos. Já na ida, era praticamente impossível locomover-se lá dentro devido à super lotação e às bagagens espalhadas pelo chão.

Focando na questão do embarque, penso que o primeiro passo seria a empresa dar mais agilidade à compra do bilhete para que não haja atrasos nas partidas e nem incertezas se o consumidor vai ou não viajar. Em dias de maior movimento, como foi neste último feriado, a CCR Barcas precisa dispor de mais bilheterias e contratar funcionários extras. São poucos os guichês de atendimento!

O segundo passo seria providenciar um local coberto para acomodar os usuários que vão adquirir seus bilhetes de passagem e também depois enquanto estiverem aguardando a vez de subirem na embarcação. Aliás, o ideal seria termos uma estação aquaviária, coisa que a Prefeitura pode contribuir sendo certo que o Município terá o seu devido retorno.

A meu ver, com um bom e espaçoso terminal de barcas, Mangaratiba terá a chance de captar os turistas que vão pra Ilha Grande afim de que, numa outra oportunidade, queiram conhecer os nossos atrativos. Ali dentro, poderemos divulgar as nossas belas paisagens, passeios, roteiros ecológicos, festas e eventos culturais da cidade.

É certo que muita gente passa por aqui rumo à Ilha Grande desconhece que também temos história, monumentos, trilhas, praias, cachoeiras e picos para serem escalados. Um dia movimentado seria o momento certo para que representantes da Secretaria Municipal de Turismo fossem pessoalmente até o atracadouro e desenvolverem um trabalho de marketing, apresentando o que temos de melhor para oferecer. Ou seja, podemos fazer de um limão amargo uma doce limonada!

Embora quem viaja para a Ilha Grande esteja atrás de aventura e rusticidade, isto não significa abrir mão de serviços eficientes, seguros, pontuais, com um conforto básico dentro dos padrões atuais de qualidade e que, principalmente, respeite o consumidor. Assim, tratarmos bem o turista torna-se uma questão de inteligência porque estaremos atraindo investimentos para nossa economia local e regional. Algo que o Município e a AGETRANSP podem começar a resolver juntos com a participação de toda a sociedade interessada.


OBS: Foto extraída do site do Brasil-Escola.

4 comentários:

  1. Excelente postagem, achei legal o lance de informar as pessoas que só passam p aqui p embarcar p Ilha grande, que podem desfrutar de atrativos semelhantes, aqui mesmo na nossa Mangaratiba, onde a natureza se apresenta tão diversificada e generosa,,,, apesar de muita das vezes ainda ser tão agredida.

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    1. Boa noite, amigo!

      Obrigado por sua leitura e comentários.

      Eu diria que Mangaratiba guarda muitas riquezas/belezas para serem redescobertas pelo turista e até mesmo pelo morador do município.

      Atividades como os passeios culturais da FMP nas ruínas do Sahy e sítio arqueológico de S. João Marcos são importantes e penso que deveriam ser realizados com maior regularidade aumentando a frequência na alta temporada, bem como acrescentando um outro roteiro pela via marítima que seria a Marambaia. E, devido às restrições da Marinha no local, talvez só o Poder Público consiga um bom e justo motivo para levar pessoas até lá.

      Acredito que o aumento do turismo ecológico em Mangaratiba pode de alguma maneira contribuir para a conservação da nossa natureza de modo que, apesar dos impactos ambientais da atividade, o saldo, ao final, seria positivo. Desejo que o Parque do Cunhambebe um dia se torne uma realidade concreta.

      Valeu!

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    2. As Ilhas de Itacuruçá e Jaguanum são dotadas de trilhas que conduzem a diversas praias, algumas praticamente virgens com águas límpidas e transparentes a maioria com setas indicativas e -placas explicativas, na serra poderiam explorar esportes radicais como Motocross, escaladas ,,, opções temos de sobra .

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    3. Jaguanum, se tivesse um acesso mais facilitado por meio do transporte aquaviário, despertaria o mesmo charme cativante que a Ilha Grande cria no turista que a tem como destino em suas viagens. Poderia, porém, ser melhor desenvolvido o turismo ali bem como na Ilha de Itacuruçá, pela definição de mirantes, mapas e uma melhora na sinalização dessas trilhas. Quanto à serra, vale lembrar também das cachoeiras, o que seria válido também para Ingaíba. Junto com o ecoturismo e os esportes de aventura, pode-se incluir ainda o turismo eco-rural sobre o qual comentei nesta postagem de 16/07:

      http://melhorarmangaratiba.blogspot.com.br/2013/07/um-circuito-turistico-eco-rural-para.html

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