segunda-feira, 14 de abril de 2014

A nossa fraca integração com Angra e Rio Claro




Falando um pouquinho mais sobre transportes, acho uma pena não haver linhas de ônibus diretas partindo de Mangaratiba para Angra dos Reis e também para Rio Claro. Quem desejar ir até uma dessas cidades vizinhas, se não tiver um carro, precisará tomar no mínimo duas conduções. Uma até à divisa entre os municípios e outra até o seu ponto de destino.

Conforme eu havia comentado no artigo Precisamos de uma Vara Federal mais próxima de Mangaratiba!, do dia 03/04/2014, há casos em que o usuário do transporte público pode precisar fazer duas ou três baldeações até chegar em Angra. E como os ônibus da viação Costa Verde que vão de Itaguaí para lá custam-nos salgados R$ 14,00 (catorze reais) e trafegam somente pela estrada pela Rio-Santos, sem entrarem no Centro cidade, torna-se algo inviável fazer esse passeio. O passageiro acaba tendo que ir primeiro até Conceição de Jacareí numa sofrida viagem em que nem sempre as vans oferecem lugares em seus assentos por causa da super lotação. Somente ali, na "fronteira", é que existem ônibus de linhas urbanas até o Centro de Angra numa frequência de horários que, felizmente, chega a ser de uns vinte minutos de espera, ao preço de R$ 2,90 (dois reais e noventa centavos), e funciona muito melhor do que os precários serviços da Expresso, havendo para os moradores do município vizinho o considerável programa Passageiro Cidadão.

Já no caso de Rio Claro, a mobilidade rodoviária é muito menor porque são poucos os horários disponíveis dos ônibus que partem da Serra do Piloto para lá. Se o mangaratibense não dispuser de um automóvel para a sua locomoção, torna-se difícil visitar lugares como o povoado eco-rural de Macundu ou o interessante Parque Arqueológico e Ambiental de São João Marcos. E, tratando-se de uma viagem para Lídice, aí a coisa se complica mais ainda, sem falar que é praticamente impossível chegar na histórica Bananal paulista pelo município vizinho dependendo do transporte público (o jeito mais fácil é dar a volta por Barra Mansa). Logo, o turismo acaba sendo prejudicado na nossa região assim como a economia, inviabilizando, por exemplo, a possibilidade de pessoas daqui conseguirem um trabalho em Rio Claro e vice-versa.




Penso que tanto as prefeituras dessas três cidades, quanto o Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, o DETRO, deveriam ficar mais atentos a essas questões!

Acredito que, no trajeto entre Mangaratiba e Angra dos Reis, a quantidade de pessoas transportadas daria sustentação econômica à criação de uma nova linha de transporte intermunicipal cuja tarifa talvez pudesse custar menos do que é cobrado pela Costa Verde. Pois penso que muitos moradores do Centro, da Praia do Saco e do distrito de Conceição provavelmente prefeririam resolver os seus problemas em Angra do que viajarem à caótica Itaguaí. Aliás, a própria viação Colitur poderia prestar esse serviço para nós como já faz numa linha de duas portas entre Angra e Paraty cuja passagem custa R$ 10,05 (dez reais e cinco centavos), sendo cobrados R$ 5,05 (cinco reais e cinco centavos) se for só até à entrada da vila de Mambucaba.

Em relação ao transporte para Rio Claro, o DETRO pode muito bem criar uma linha direta daqui para lá ou estudar um roteiro alternativo e diário para os ônibus que vão de Itaguaí para Barra Mansa onde a concessionária responsável é a viação Cidade do Aço. Neste caso, alguns dos carros que partissem de Itaguaí, em determinados horários, subiriam pela Serra do Piloto ao invés de seguirem pelo itinerário normal trafegando pela Dutra e parando no bucólico município de Piraí. Com isso, os moradores do 5º Distrito ficariam  menos isolados porque ganharia acesso rápido para cidades maiores. Sem falar que essa linha, caso venha a ser paradora, ajudaria a integrar Itacuruçá, Muriqui e Praia Grande com a belíssima Serra do Piloto, fortalecendo o turismo e dando maiores opções de passeio a quem nos visita.

Sem dúvida que a mobilidade nos transportes trata-se de uma reivindicação com um profundo anseio social conforme ficou configurado durante os protestos de junho/julho do ano passado ocorridos na época da Copa das Confederações. Em se falando na criação de linhas de ônibus entre dois municípios, vale ressaltar que a competência já não é mais da Prefeitura e passa a ser do DETRO, o qual é uma entidade autárquica integrante da Administração Pública do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, mais do que nunca as nossas demandas precisam ser conhecidas e atendidas pelas autoridades estaduais. Afinal, Mangaratiba não pode ficar no esquecimento e o desenvolvimento do turismo regional na Costa Verde depende de uma atenção melhor do Palácio da Guanabara.


OBS: A primeira foto acima refere-se ao Museu de Arte Sacra da Igreja da Lapa e da Boa Morte, no Centro da cidade de Angra dos Reis. O local reúne peças religiosas valiosíssimas do município sendo considerado um dos museus de artes sacras mais importantes do país segundo o IPHAN (Instituto Nacional do Patrimônio Artístico e Nacional ). Já a segunda foto refere-se ao Sítio Arqueológico de São João Marcos sendo a autoria atribuída a Isabela Kassow / Diadorim Ideias. Extraí a imagem dos sites da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis e do Mapa de Cultura da Secretaria de Estado de Cultura, conforme constam em http://www.angra.rj.gov.br/turisangra/acoes.asp e http://mapadecultura.rj.gov.br/rio-claro/parque-arqueologico-e-ambiental-de-sao-joao-marcos/#prettyPhoto[pp_gal]/3/

Um comentário:

  1. Embora qualquer cidadão possa sugerir ao DETRO que crie linhas de ônibus entre os dois citados municípios, seria conveniente que algum vereador propusesse e a nossa Câmara Municipal aprovasse uma indicação legislativa já que se tratam de medidas de interesse público.

    ResponderExcluir