segunda-feira, 19 de outubro de 2015

E se a Costa Verde fosse incorporada por São Paulo?




Pensar além do convencional sonhando e inventando nunca fez mal ao ser humano. Pelo contrário! Pode se tornar libertador em muitos casos e ajudar a chegarmos em novas soluções.

Já faz algum tempo, tenho refletido se ganharíamos algum benefício caso os três municípios da Costa Verde (Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba) passassem a fazer parte do Estado de São Paulo. Sei que há tempos Paraty é assediada pela outra unidade da federação, o que para muita gente de lá pode ter alguma aceitação enquanto a ideia soaria estranha para os mangaratibenses que, na prática, estão quase dentro da Grande Rio.

Mas pensando a respeito da proposta, será que pertencermos ao Rio de Janeiro nos trás uma satisfatória vantagem? 

Até que ponto os governadores fluminenses olham pelos municípios do interior no sentido de prestarem serviços básicos além daquele asfaltamento de má qualidade com o qual pavimentam as nossas estradas e rodovias?!

Confesso não ter agora a resposta sobre o que seria melhor, se permanecermos no Rio, virarmos paulistas ou nos emanciparmos criando quem sabe o "Estado dos Caiçaras". Porém, achei interessante suscitar o debate para que venha a surgir um Movimento de Valorização da Costa Verde.

E por que não iniciarmos um movimento desses?

Bem, primeiramente acho que os três municípios são pouco unidos entre si. Falta-nos uma política intermunicipal de turismo que seja forte e atraia mais visitantes para cá. Na área ambiental, temos um parque maravilhoso que é o Cunhambebe mas que, até agora, não passa de um sonho de ecologistas por não haver no local a estrutura necessária para recebermos um fluxo desejado de pessoas capaz de propiciar um desenvolvimento sustentável das comunidades do entorno. 

Por outro lado, os políticos de fora dão pouco valor à região. Até hoje a Rio-Santos não foi duplicada, o transporte aquaviário só existe em relação à Ilha Grande e as unidades de saúde carecem de maiores investimentos. Somos tratados como o quintal da Cidade Maravilhosa, recebendo parte do esgoto da Zona Oeste despejado sem tratamento na Baía de Sepetiba, permitindo empreendimentos econômicos bem agressivos à natureza e respirando o pó de minério da Vale do Rio Doce (atualmente os vagões trafegam por Mangaratiba sem nem ao menos estarem cobertos com lona conforme determina a legislação). 

Claro que essas coisas erradas acontecem porque também não sabemos nos valorizar e, por isso, acho que esse debate possa, talvez, produzir algum efeito para que o Palácio da Guanabara nos olhe com mais atenção. Evidente que não temos condições de criar um novo estado na federação brasileira, mas a união entre os três municípios é algo que precisa acontecer. Trata-se do nosso desenvolvimento, algo capaz de gerar trabalho e renda para a população sem poluir o meio ambiente.

E então? Que tal os três municípios iniciarem um movimento com esse propósito?!

Um comentário:

  1. Interessante que lendo hoje sobre a história de Mangaratiba, num artigo de Mirian Bondim publicado na edição n.º 522 do Diário Oficial de Mangaratiba (23 de Junho de 2015), verifiquei que, por um período no século XVI, fizemos parte da então Capitania de São Vicente. Mangaratiba era ainda uma povoação da Freguesia de Angra dos Reis cujo território estendia-se até à margem esquerda do rio Itaguaí. Enfim, já fomos paulistas um dia...

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