No dia 09/06, o governo federal anunciou a privatização de mais um pedaço da BR-101 dando continuidade ao seu Programa de Investimentos e Logística (PIL). Trata-se dos 357 km de extensão da rodovia Rio-Santos entre o Rio de Janeiro e Ubatuba, no litoral norte paulista. A previsão é que o leilão se realize em 2016 e sejam investidos R$ 3,1 bilhões, incluindo também o Arco Metropolitano, o qual liga a BR 101, no município de Itaboraí, à Baixada Fluminense.
A meu ver, a concessão desta estrada à iniciativa privada, além constituir de uma alternativa para a conclusão das obras do Arco Metropolitano, poderá ser benéfica para o desenvolvimento de um turismo de qualidade aqui na região da Costa Verde. Isto porque, com os investimentos previstos, teremos a ampliação de capacidade da Rio-Santos até Ubatuba, o que incluirá a totalidade o trecho que atravessa Mangaratiba.
Além disso, há que se pensar na segurança dos motoristas que usam a BR-101 pois, como se sabe, a rodovia Mário Covas é bastante sinuosa e possui pista simples, sendo muitos os acidentes registrados anualmente aqui. Por isso, há que se promover obras de alargamento que permitam a duplicação da pista, sendo fundamental a perfuração de novos túneis, o que aliviaria muito os engarrafamentos em Mangaratiba.
Cercada por áreas de Mata Atlântica, a rodovia corta diversos destinos turísticos, como Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba e Caraguatatuba, conduzindo o viajante a cenários incríveis. Em diversos pontos dá para avistar locais como a Marambaia e Ilha Grande, numa beleza de tirar o fôlego. Principalmente por causa da proximidade entre montanhas e praias, havendo ainda alguns recantos paradisíacos.
A meu ver, é importante que essa privatização tenha por foco o desenvolvimento da atividade turística. Há que se incluir no projeto a construção de uma ciclovia, ideia que já apresentei neste blogue em 17/09/2013 (ler artigo Que tal uma ciclovia para a Rio-Santos?). Devemos lembrar que uma das tendências dos países de Primeiro Mundo é permitir que as pessoas possam viajar pedalando nas suas bicicletas. É o que muitos jovens costumam fazer passeando pela Europa. Logo, se o governo federal atentar para isto, poderemos fazer com que a Rio-Santos venha a se tornar uma verdadeira estrada-parque.
Havendo interesse do governo a esse respeito, nós moradores ganharíamos mais qualidade de vida, tendo uma opção segura, ecológica e saudável de lazer. Isto sem nos esquecermos de que a bicicleta é ainda um meio de locomoção usado por vários trabalhadores e estudantes em suas rotinas diárias dentro de cada distrito de Mangaratiba. Ou seja, com uma ciclovia na Rio-Santos, os riscos de atropelamento na estrada ficariam menores e nos tornaríamos menos dependentes dos serviços prestados pela viação Expresso.
Fui informado de que para esta sexta-feira (03/07) está agendada uma reunião em Angra dos Reis a fim debater a privatização da Rio-Santos. Soube também que o evento teria sido marcado para às 18 horas na Casa de Cultura Laranjeiras (Largo do Mercado, Praça Zumbi dos Palmares, 125, Centro do Município vizinho). Por se tratar de uma audiência pública, qualquer cidadão pode participar e fazer uso da palavra dando suas opiniões a respeito do assunto.
OBS: A imagem acima refere-se a um trecho da Rio-Santos em Angra dos Reis (Foto: Reprodução/TV Rio Sul).
Conforme confirmei acessando hoje o blogue do vereador angrense Eduardo Jorge Mascote, a audiência pública será mesmo amanhã (03/07), às 18 hs.
ResponderExcluirhttp://www.jorgeeduardomascote.com/
Sei que as condições de transportes não favorecem muito, pois a partir de certo horário os ônibus param de funcionar, mas quem puder comparecer representando Mangaratiba será ótimo.
Participei da audiência, como informado no blogue do vereador Zé Maria:
ResponderExcluirhttp://mandatodovereadorzemaria.blogspot.com.br/2015/07/acompanhando-os-debates-sobre.html
Sinceramente, não sou contra que as rodovias sejam entregues à iniciativa privada desde que possamos usufruir de serviços de qualidade que proporcionem mobilidade, conforto e segurança aos usuários. Tendo em vista que uma expressiva parcela da produção agrícola e industrial do país é transportada por meio de caminhões nas rodovias, toda a nossa economia tende a ganhar com as melhorias previstas. Lembremos, por exemplo, de quem faz comércio exterior e depende do transporte terrestre para exportar/importar.
No entanto, faço uma crítica quanto ao fato do governo federal não ter incluído nos últimos editais de privatização das estradas a construção de uma faixa cicloviária, o que considero fundamental para alavancarmos o turismo neste nosso Brasil. Trata-se, pois, de considerarmos uma tendência cada vez mais crescente no continente europeu onde os governos dos países membros da UE têm desenvolvido vários trajetos ciclísticas por lá.
Assim, a ciclovia Paneuropa tomou isso como exemplo e ligou diversos caminhos ciclísticos a uma rota de Paris até Praga. Ao todo são 661 quilômetros! Quem já viajou pra Alemanha sabe como o país de Angela Merkel é bem desenvolvido no que diz respeito ao transporte alternativo, fontes renováveis de energia e preservação do meio ambiente. E, se pararmos para refletir, a América do Sul pode e deve seguir esta mesma tendência, sendo certo que o nosso potencial de exploração turística é enorme. Logo, nessa onda de de investimentos em rodovias, pode-se muito bem adotar uma nova visão de Brasil.