domingo, 28 de maio de 2017

Precisamos de uma feira literária na cidade!




Felizmente, até que a leitura tem sido de vários modos incentivada em nossa cidade. Recordo que, em 2013, foi realizada a IV Feira de Livros pela Fundação Mário Pexoto (FMP) e que, no ano de 2014, nossas escolas foram contempladas com o projeto Chega Mais Leitura do governo estadual com a participação do escritor e educador Álvaro Ottoni, tendo se repetido em 2016. E mais recentemente, no mês de abril, foi realizado o Sarau do Livro Infantil para os alunos da Escola Municipal Augusta Lopes, evento este que teve por objetivo comemorar o Dia do Livro Infantil em que os estudantes foram levados até o Centro Cultural Cary Cavalcanti a fim de participarem de atividades culturais.

Além disso, existe desde 2012 o projeto Ler é Viver, Alimente-se de Livros que também é uma iniciativa da FMP e consiste na instalação de pequenos armários recheados de livros com o objetivo de democratizar o acesso à literatura, tais como os que foram colocados nas praças do Centro, da Serra do Piloto e de Muriqui. Cuida-se de algo que fica à disposição da população 24 horas por dia onde qualquer interessado pode pegar os livros, lê-los e desenvolvê-los (ou não) de acordo com sua vontade e disponibilidade.

Só que, a meu ver, Mangaratiba poderia ir mais além! Pois, quando ouço falar da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), vejo o quanto estamos desperdiçando oportunidades na baixa temporada em que o Município complementaria aquilo que já é feito por lá com grande sucesso. Senão vejamos o que consta no portal da organização não-governamental Associação Casa Azul:

"Desde 2003, a Flip oferece todos os anos em Paraty um banquete literário. Mais que um evento, a festa é uma manifestação cultural – sempre em conexão com a cidade que a recebe. Numa interlocução permanente entre as artes, promove conhecimentos focados sobretudo na diversidade.
Às margens do rio Perequê-Açu, numa tenda especialmente montada para a festa, autores se reúnem em conversas que transitam por múltiplos temas, como teatro, cinema e ciência. Além disso, a Flip oferece uma programação que mantém seus princípios fundadores: originalidade, intimismo, informalidade, o encontro singular entre escritores e público. Flipinha, FlipZona e FlipMais compõem o programa da festa, com atividades que combinam literatura infantojuvenil, performance, debates, artes cênicas e visuais.
Cada edição presta homenagem a um autor brasileiro – uma maneira de preservar, perpetuar, difundir e valorizar a língua portuguesa e a literatura do Brasil. Pensados pelo curador da festa, os eixos temáticos são apresentados a partir de um potente time de escritores e escritoras. Salman Rushdie, Don DeLillo, Ariano Suassuna, Isabel Allende, Neil Gailman, Angélica Freitas, Toni Morrison e Chico Buarque são alguns dos nomes que já circularam por Paraty. Como de costume, trazer à tona autores da nova geração também é parte fundamental da programação da Flip."

Inegável é que a histórica Paraty já oferece um evento cultural e turístico da mais alta qualidade de maneira que bastaria ajustarmos o nosso calendário ao deles para que as pessoas que participam da Flip possam também prestigiar uma iniciativa semelhante da FMP em Mangaratiba. Mesmo que elaboremos algo voltado prioritariamente para um único segmento literário, tipo os livros infanto-juvenis, e a feira daqui ocorra depois de Paraty.

Se bem pensarmos, os atrativos culturais de uma região podem ser extensivos aos demais municípios que a compõem de maneira que tanto Angra como Mangaratiba, por estarem dentro da Costa Verde, poderiam pegar uma "carona" com Paraty e realizar suas respectivas feiras literárias combinando entre si como cada Prefeitura faria. E, com isso, iríamos captar uma parte da clientela que já costuma visitar todos os anos a Flip mas que passa direto pela BR-101 sem conhecer a nossa cidade.

Além disso, uma feira literária em Mangaratiba contribuiria para promover o gosto pela leitura entre os alunos das redes pública e particular de ensino, oportunizando que muitos estudantes, em meio ao recesso escolar, possam assistir palestras, ter contatos com autores de livros, participar de debates, etc. Ou seja, seria algo enriquecedor.

Sendo assim, deixo a minha sugestão aqui não só para a Administração Municipal, em especial para a FMP, bem como para toda a sociedade mangaratibense. Até porque, como coloquei, a Flip conta com a atuação de uma entidade privada sem fins lucrativos, a qual é uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e cultura.


OBS: Imagem acima extraída do portal EBC de notícias, conforme consta em http://www.ebc.com.br/cultura/2015/05/imortal-ferreira-gullar-sera-homenageado-em-feira-literaria-no-rio-de-janeiro

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